Espera, espera
Sorve a taça de pranto a descoberto,
Minha doce rainha desterrada;
Se a neblina da noite ensombra a estrada,
A luz da aurora fúlgura vem perto...
Choras de olhar cansado no deserto,
Choro fitando a abóbada estrelada;
Sofres, alma querida, reencarnada,
Meus anseios de Espírito liberto...
Clamas por fé... Minh'alma te responde...
Ouves a minha voz não sabes de onde,
– Clarão de amor na névoa fugidia!...
Vence a grande aflição... A primavera
Chegará vitoriosa... Espera, espera...
Esperar é o meu pão de cada dia.
Do livro Antologia dos Imortais,
obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira.