Estudando as obras
de Manoel Philomeno
de Miranda

por Thiago Bernardes

 

Entre os Dois Mundos

(Parte 31)

 

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco no ano de 2004.


Questões preliminares


A. Em dado momento Manoel Philomeno referiu-se a uma luz que vertia do Alto envolvendo o prédio da instituição espírita em que ele se encontrava. Qual a explicação de semelhante fenômeno?

A explicação foi dada pelo Orientador da equipe socorrista. “Trata-se – disse ele – de ligação direta com o Sanatório Esperança, em nossa esfera. O trânsito entre aqueles que lá mourejam e os encarnados que aqui traba­lham, faz-se mais fácil, sem impedimentos vibratórios, de maneira que são atendidas as necessidades prementes que decorrem dos serviços aqui realizados.” O Sanatório Esperança e suas atividades foram temas do livro Tormentos da Obsessão, de Manoel P. de Miranda, publicado em 2001. (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

B. Que tipos de Espíritos recebiam naquela instituição os primeiros socorros depois de haverem desencarnado?

Ali se viam Espíritos que foram arrebatados do corpo físico atra­vés de acidentes perturbadores, recém-desencarnados que experimentaram enfermidades de longo curso e obsessores predispostos ao arrependimento. Eram eles trazidos para as edi­ficações espirituais espalhadas na área que deveria ser pre­servada, a fim de receberem os primeiros socorros que lhes permitiriam despertar para a realidade que não haviam pe­netrado antes da desencarnação. (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

C. A música é também utilizada nas atividades socorristas promovidas pelos Espíritos em favor de entidades desencarnadas?

Sim. Segundo Manoel Philomeno, minutos antes de ser iniciada determinada atividade, uma jovem desencarnada acercou-se de um órgão pertencente à esfera espiritual, e começou a tocar uma peça que mais ainda sensibilizou a todos. À medida que a dúlcida melodia tomava todo o audi­tório, Philomeno deu-se conta de que se tratava da inesquecí­vel Sonata ao luar, de Beethoven, que na Terra o comovia profundamente. As notas, como se fossem gotas de luz iri­descente, flutuavam no ar e permaneciam vibrando suave­mente, produzindo sentimentos de elevado teor espiritual. A organista, profundamente concentrada, como se re­vivendo cenas que ficaram no passado, aureolava-se de be­leza peregrina, enquanto executava a delicada composição. A harmonia dominava todo o recinto, logo seguido de grande silêncio. (Entre os dois mundos. Capítulo 21: O mensageiro de Jesus.) 


Texto para leitura


284. Findo o atendimento, Manoel Philomeno e seus companheiros saíram do recinto, quando o Orientador do grupo referiu-se a uma luz que vertia do Alto, envolvendo o edifício. “Trata-se – disse ele – de ligação direta com o Sanatório Esperança, em nossa esfera. O trânsito entre aqueles que lá mourejam e os encarnados que aqui traba­lham, faz-se mais fácil, sem impedimentos vibratórios, de maneira que são atendidas as necessidades prementes que decorrem dos serviços aqui realizados. Hoje mesmo, durante os passes socorristas, foi-nos possível liberar um perseguidor sistemático de devotada   tra­balhadora do bem, a fim de que seja esclarecido, oportuna­mente, e, em seguida, removido para esse nosocômio. Evocando a simbólica escada de Jacó, permite a mo­vimentação com segurança dos benfeitores que se deslocam ativamente com o objetivo de auxiliar os aflitos da Terra. A psicosfera, constituída pelas contínuas vibrações das preces e das ações de benemerência, faculta verdadeiras bênçãos para aqueles que sintonizam com o amor, a solidariedade e abrem-se aos sentimentos propiciadores do progresso da sociedade. Toda expressão de fraternidade, toda rogativa de compaixão, sempre encontram resposta da Divindade. Nunca falta auxílio a quem suplica socorro.”  (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

285. Philomeno encontrava-se profundamente edificado, porque cada ins­tante direcionado para o trabalho é sempre valioso ensejo de aprendizado. Ele e seus amigos passaram o dia acompanhando os ativos trabalhado­res espirituais da comunidade, com os quais, ao mesmo tempo, de alguma forma cooperaram. Espíritos que foram arrebatados do corpo físico atra­vés de acidentes perturbadores, recém-desencarnados que experimentaram enfermidades de longo curso, obsessores predispostos ao arrependimento, eram trazidos para as edi­ficações espirituais espalhadas na área que deveria ser pre­servada, a fim de receberem os primeiros socorros que lhes permitiriam despertar para a realidade que não haviam pe­netrado antes da desencarnação. Como consequência, reinava uma azáfama ordeira, mo­vimentando mais de três dezenas de atentos servidores espiri­tuais vinculados à Colônia Esperança.  (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

286. Visitantes encarnados, procedentes de outras cidades, passaram pelo reduto de orações, demorando-se em reflexões e conscientizando-se dos ensinamentos recebidos, a fim de encontrarem as causas dos distúrbios que os aturdiam e as soluções para os mesmos. De igual maneira, chegaram enfer­mos de diferentes patologias, buscando orientação e amparo moral, a todos sendo dispensada a caridade conforme Jesus a vivenciara, pelas pessoas abnegadas do atendimento fraterno. As horas transcorreram céleres, em face da movimen­tação contínua, e quando a noite distendeu o seu manto de sombras salpicado de diamantes estelares sobre a área, o grupo buscou um recanto arborizado, ali detendo-se em meditação rica de gratulação a Deus. Passava das 23h quando o Mentor convocou­-os para o programa que os houvera conduzido até ali. Eles se dirigiam então à sala onde se realizavam as reuniões de estudos e orações, encontrando-a banhada de peregrina cla­ridade que se exteriorizava de toda parte. Obreiros do bem os receberam jubilosamente, identificando no Benfeitor o enviado espiritual do nobre Policarpo. Certamente estavam informados da visita programada.  (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

287. Entre os mensageiros generosos presentes, destacava­-se, pela jovialidade, uma trabalhadora imensamente sim­pática, que o irmão Petitinga informou tratar-se de emi­nente educadora que vivera naquela Instituição, havendo-se encarregado de orientar muitas meninas que adotara como filhas do coração. Philomeno, Petitinga e seus amigos saíram em seguida, com a incumbência de trazer, em desdobramento parcial pelo sono, algumas pessoas da cidade, a fim de que participassem do labor que, logo mais, teria começo. Eles visitaram diversos lares e colaboraram com o des­prendimento parcial pelo sono fisiológico de quatro cida­dãos e duas damas que, em face de desacostumados com esse tipo de fenômeno, e tendo alguma dificuldade para liberar-se das fixações do corpo físico, foram trazidos para o auditório. Logo depois, concentraram-se profundamente e di­rigiram-se à parte externa do edifício, deparando ali com uma turbamulta espiritual em situação deplorável. Alguns espíritos agitadores estimulavam a malta a assaltar a Instituição, em tentativa inútil de impedir o labor em pauta. O grupo socorrista, com o auxílio da oração, passou a exteriori­zar sucessivas ondas de amor e de paz, que romperam a densa névoa em que a turba se envolvia, alcançando-a de forma suave e contínua.  (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

288. Quando perceberam a presença dos benfeitores espirituais, aqueles que pa­reciam os chefes da turba puseram-se a blasfemar e a ameaçar com expressões vulgares e obscenas, exteriorizando fácies demo­níacas com que apavoravam os mais simplórios e receosos. Germano, tomando da palavra, exortou-os à mudança de atitude: “Somos irmãos na luta redentora e aqui estamos para vos ajudar. Não temais a verdade, que sempre vence os mais resistentes bastiões da ignorância e da mentira. Qualquer tentativa de permanecerdes no mal redundará inútil, por­que o bem é o hálito da Divindade que nos nutre de vida”. Impropérios espocaram no ar contra Je­sus e Seus mensageiros, contra a instituição que pretendiam destruir e contra o grupo socorrista. Mas, imperturbável, Germano prosseguiu com grande empatia: “Dirigimo-nos àqueles que necessitam de paz e cuja situação atual é desastrosa. Todos podemos equivocar­-nos, no entanto, permanecer no erro é uma opção infeliz de quem elege a loucura quando pode desfrutar de saú­de. Ninguém é obrigado a seguir as absurdas exigências da perversidade, enquanto dispondo do livre-arbítrio. Por que o prazer no ódio, a satisfação na desdita, a ideia fixa na destruição de vidas, desde que ninguém morre?! Por que permanecer no sofrimento quando luz o ensejo do bem-es­tar e da paz?! Aqui estamos para convidar-vos ao encontro de amor com o Apóstolo da caridade, que estará conosco em breves momentos. Vinde! Não temais o bem, nem vos negueis a oportu­nidade de seguir por outras vias que ainda não foram per­corridas. No fim da estrada Jesus nos espera. A decisão terá que ser agora, porque depois, será tarde demais”.  (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

289. Como um estouro de boiada, aos gritos de aflição, pedindo socorro, inumeráveis infelizes saíram da turba em direção dos benfeitores, ao tempo em que impropérios ameaça­dores cruzavam o ar em diversas direções. Os necessitados, porém, vencendo o pavor a que se permitiram por largo tempo, formaram um novo grupo atrás de Germano e seus amigos, adentrando-se em um campo vibratório que se expandia à medida que aumentava o seu número, resultado esse da irradiação dos sentimentos e orações que os socorristas faziam. Alguns, que titubeavam por exercer função de con­trole, após alguns segundos de dúvida, venceram-se e vie­ram em direção da equipe espiritual, suplicando auxílio, que lhes foi dis­pensado de imediato. Havendo sido feita a seleção, conduzimo-los à sala que os acolheu, propiciando-lhes satisfações imediatas, à medida que chegavam outros convidados encarnados, uns em desdobramento, além de outros já desencarnados. Petitinga informou que a atividade seria transmi­tida através de aparelhos especiais para a parte externa do edifício, de forma que os renitentes membros da súcia pudes­sem ouvi-la, tendo ainda o ensejo de recuperar o tempo mal aplicado e adentrar-se.  Harmonias siderais tomavam todo o auditório, pro­duzindo inexcedível sensação de paz. Em dado momento, uma jovem desencarnada acercou­-se de um órgão pertencente à esfera espiritual, e começou a tocar uma peça que mais ainda sensibilizou a todos.  (Entre os dois mundos. Capítulo 20: A glória e a honra de servir.) 

290. O mensageiro de Jesus À medida que a dúlcida melodia tomava todo o audi­tório, Philomeno deu-se conta de que se tratava da inesquecí­vel Sonata ao luar, de Beethoven, que na Terra o comovia profundamente. As notas, como se fossem gotas de luz iri­descente, flutuavam no ar e permaneciam vibrando suave­mente, produzindo sentimentos de elevado teor espiritual. A organista, profundamente concentrada, como se re­vivendo cenas que ficaram no passado, aureolava-se de be­leza peregrina, enquanto executava a delicada composição. A harmonia dominava todo o recinto, logo seguido de grande silêncio... Nesse momento, adentraram-se pela porta central o Mensageiro de Jesus e sua comitiva, constituída de nobres espíritos que o auxiliavam no ministério de amor em nossa Comunidade e nas suas frequentes visitas ao planeta. Apresentava-se com a indumentária com que se imo­lara por amor ao Mestre, no século II, nas Gálias lugdunenses, onde hoje se encontra a cidade francesa de Lyon, antes de ser despedaçado por dois corcéis fogosos, aos quais foram atados seus braços e disparados em sentido oposto.  (Entre os dois mundos. Capítulo 21: O mensageiro de Jesus.) (Continua no próximo número.)

 

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita