Teremos tempo
Numa das leituras da madrugada, nos deparamos, entre
tantos conteúdos, com um texto que explicava que Jesus
nunca forçou alguém a segui-lo e nem impôs por qualquer
meio constrangedor que as pessoas da época aceitassem a
mensagem que Ele trazia ao mundo. Também nunca deixou de
acreditar em Pedro, mesmo que ele o negasse nas três
vezes mencionadas; pelo contrário, até deu-lhe tarefa de
grande responsabilidade nos dias que se seguiram. Por
outro lado, apesar de ser traído por Judas, não lhe
guardou rancor algum.
Infelizmente a maioria de nós não exercita tais
condutas, embora passados quase 2.000 anos do exemplo
recebido. Não conseguimos ainda mostrar indícios da
capacidade de amar ao próximo como a nós mesmos, pois
vemos, pelo andar do mundo em geral, que não alcançamos
este intento. Estão, todos os dias, pessoas praticando o
mal, drogando-se e, portanto, envolvendo-se numa energia
tão pesada que acaba por fazer eclodir doenças que vão
lhes tirar o sossego de terem uma vida menos
atribulada.
Temos o livre-arbítrio, que faz parte da Misericórdia
Divina, para decidirmos os caminhos a tomar, mas
preferimos enveredar por labirintos tortuosos de
desamor, que certamente nos gerarão grandes angústias.
Esquecemo-nos de questionar os motivos pelos quais
estamos aqui neste pequeníssimo planeta, e, quando
percebemos, o tempo na Terra termina para nós e
retornamos ao Plano Espiritual sem termos realizado os
principais objetivos pelos quais viemos aqui. Ademais,
apesar de vermos exemplos tristes que acontecem na
maioria das famílias à nossa volta, ou mesmo na nossa,
continuamos a cometer erros. Se nos traem ou nos
ofendem, queremos logo revidar, demonstrando o orgulho
que nos vai na alma, esse que é o pior dos defeitos da
Humanidade.
Muitos querem a perfeição do outro, mas fazem pouco para
se melhorar. Não são capazes de dar bons exemplos, e,
apesar do tempo que passou, desde que Jesus esteve aqui
e deixou a mensagem compilada no Evangelho, as pessoas
de um modo geral pouco mudaram em relação àquela época.
Certamente não entenderam, ou tal não lhes conveio, a
mensagem do Cristo.
Temos visto que é muito difícil a caminhada no sentido
do melhoramento; ela requer um exercício diário com
muita disciplina e perseverança, e acabamos fraquejando,
mesmo que tenhamos boas intenções, por estarmos num
planeta onde ainda predomina o mal. Mas é neste clima
adverso que temos de domar nossas ruins tendências para
podermos enxergar a Luz Maior.
Jesus continua com o mesmo propósito, não nos constrange
e deixa-nos à vontade, no sentido de segui-lo ou não. O
bom disso tudo é que teremos tempo em outras vidas
futuras para recuperarmos a caminhada perdida, já que
uma única vida, como alguns pensam ter, é insuficiente
para chegarmos a exteriorizar uma resignação necessária.
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