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por Nilton Moreira

 

Teremos tempo


Numa das leituras da madrugada, nos deparamos, entre tantos conteúdos, com um texto que explicava que Jesus nunca forçou alguém a segui-lo e nem impôs por qualquer meio constrangedor que as pessoas da época aceitassem a mensagem que Ele trazia ao mundo. Também nunca deixou de acreditar em Pedro, mesmo que ele o negasse nas três vezes mencionadas; pelo contrário, até deu-lhe tarefa de grande responsabilidade nos dias que se seguiram. Por outro lado, apesar de ser traído por Judas, não lhe guardou rancor algum.

Infelizmente a maioria de nós não exercita tais condutas, embora passados quase 2.000 anos do exemplo recebido. Não conseguimos ainda mostrar indícios da capacidade de amar ao próximo como a nós mesmos, pois vemos, pelo andar do mundo em geral, que não alcançamos este intento. Estão, todos os dias, pessoas praticando o mal, drogando-se e, portanto, envolvendo-se numa energia tão pesada que acaba por fazer eclodir doenças que vão lhes tirar o sossego de terem uma vida menos atribulada.   

Temos o livre-arbítrio, que faz parte da Misericórdia Divina, para decidirmos os caminhos a tomar, mas preferimos enveredar por labirintos tortuosos de desamor, que certamente nos gerarão grandes angústias. Esquecemo-nos de questionar os motivos pelos quais estamos aqui neste pequeníssimo planeta, e, quando percebemos, o tempo na Terra termina para nós e retornamos ao Plano Espiritual sem termos realizado os principais objetivos pelos quais viemos aqui. Ademais, apesar de vermos exemplos tristes que acontecem na maioria das famílias à nossa volta, ou mesmo na nossa, continuamos a cometer erros. Se nos traem ou nos ofendem, queremos logo revidar, demonstrando o orgulho que nos vai na alma, esse que é o pior dos defeitos da Humanidade.       

Muitos querem a perfeição do outro, mas fazem pouco para se melhorar. Não são capazes de dar bons exemplos, e, apesar do tempo que passou, desde que Jesus esteve aqui e deixou a mensagem compilada no Evangelho, as pessoas de um modo geral pouco mudaram em relação àquela época. Certamente não entenderam, ou tal não lhes conveio, a mensagem do Cristo.

Temos visto que é muito difícil a caminhada no sentido do melhoramento; ela requer um exercício diário com muita disciplina e perseverança, e acabamos fraquejando, mesmo que tenhamos boas intenções, por estarmos num planeta onde ainda predomina o mal. Mas é neste clima adverso que temos de domar nossas ruins tendências para podermos enxergar a Luz Maior.

Jesus continua com o mesmo propósito, não nos constrange e deixa-nos à vontade, no sentido de segui-lo ou não. O bom disso tudo é que teremos tempo em outras vidas futuras para recuperarmos a caminhada perdida, já que uma única vida, como alguns pensam ter, é insuficiente para chegarmos a exteriorizar uma resignação necessária.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita