Observe o leitor a seguinte oração:
- A jovem Helena cantou uma linda canção ontem à noite.
Como os termos da oração – sujeito, predicado, objeto direto, adjunto adverbial – estão colocados na ordem direta, não existe, obviamente, motivo para o uso de vírgula.
Se, porém, houver na frase intercalação de algum dos termos, a vírgula pode tornar-se necessária.
Vejamos três exemplos em que na oração mencionada o adjunto adverbial de tempo – ontem à noite – foi intercalado:
A - A jovem Helena, ontem à noite, cantou uma linda canção.
B - Ontem à noite, a jovem Helena cantou uma linda canção.
C - A jovem Helena cantou, ontem à noite, uma linda canção.
É importante lembrar que, mesmo nos casos de intercalação, a vírgula nem sempre se faz necessária.
Por falar em adjunto adverbial, recordemos que ele integra a lista dos termos associados a verbos, tais como o agente da passiva e os complementos verbais (direto e indireto).
Não podemos, porém, confundi-lo com os complementos verbais, porque o adjunto adverbial não complementa, apenas acrescenta uma circunstância ao texto.
Vejamos estes exemplos:
1 - O poço secou com o calor (adjunto adverbial de causa).
2 - Francisco chegou agora (adjunto adverbial de tempo).
3 - O homem matou o soldado com um facão (adjunto adverbial de instrumento ou meio).
4 - Meu filho morreu no Dia das Crianças (adjunto adverbial de tempo).
Feita a intercalação do adjunto adverbial, a oração 1 continua dispensando a vírgula:
- Com o calor o poço secou.
Já na oração 3, o uso da vírgula, em atenção à necessidade de clareza, parece-nos indispensável:
- O homem, com um facão, matou o soldado. |