Na “dimensão espiritual”
A Doutrina Espírita acrescenta a “dimensão espiritual”
no entendimento da natureza humana, ressaltando a sua
complexidade.
Reunimos aqui, aleatoriamente, algumas das suas lições.
O corpo físico é vestimenta transitória que dá, ao
Espírito, instrumento para se manifestar no mundo em que
vivemos.
Reencarnando em vidas sucessivas, temos oportunidade de
renovar experiências, redimir faltas, reavaliar acertos
e erros e projetarmos compromissos futuros.
Nada ocorre por acaso, Deus é criador e seus prepostos
orientam nossos destinos.
Estamos todos inseridos no projeto de progresso
incessante que nos elevará ao nível de Espíritos
Superiores.
O “princípio inteligente” com o qual inauguramos a vida
percorreu as diversas escalas evolutivas se empenhando
na aquisição de reflexos, de instintos, de automatismo e
de racionalidade até atingir a condição humana que
desfrutamos hoje.
A evolução da mente sugestionou e dirigiu as
necessidades da evolução do corpo.
A Espiritualidade Superior introduziu as mudanças
necessárias para o sucesso do projeto humano realizando
intervenções nos dois planos da vida.
Nossos talentos ou aptidões para o bem ou para o mal são
frutos do nosso próprio mérito.
A perseverança aprimora o artista, o estudo constrói o
gênio, a serenidade modela o santo, persistir no vício
estaciona, prejudicar o próximo escraviza à falta
cometida, fugir da lição adia a corrigenda.
Tanto a aparência que cada um de nós revela, como o
ambiente que a vida nos localiza, são situações
momentâneas, adequadas às nossas necessidades.
Um lavrador que se exaure na terra pode estar vivendo a
lição da simplicidade e da paciência.
Um político em evidência pode estar experimentando o
compromisso do poder.
Um líder religioso pode estar aprendendo a perseverança
na fé.
A família que nos acompanha, com dedicação ou com
dificuldades e exigências, representa créditos ou
proteção, contas a pagar ou correções a aceitar em nós
mesmos.
Somos expressões parciais e acanhadas das múltiplas
vivências que já experimentamos em outras existências.
Talentos valiosos e deficiências diversas estão,
frequentemente, imersos na lei de esquecimento
transitório que nos protege.
Na reencarnação, a misericórdia divina nos favorece a
bênção do recomeço ignorando nosso passado de culpas.
Para a Doutrina Espírita, não cabe qualquer ideia de
superioridade de raça, de gênero, de profissão ou de
prestígio social. O que nos credencia é o bem que
fizermos ao próximo e a transformação para melhor que
acrescentarmos a nós mesmos.
Cada criança acumula a somatória das personalidades que
desenvolveu no transcurso de milênios e a inocência dos
primeiros anos é oportunidade de redirecionar
comportamentos, transformar sentimentos e adquirir novos
valores.
Pais e irmãos, profissão e casamento, fortunas e
privilégios são empréstimos transitórios que exigirão
prestação de contas.
“A vida nos dará o que buscarmos e nos cobrará o que
recebermos.”
“A genética sinaliza, mas não realiza o que for do nosso
compromisso.” Na verdade, “somos herdeiros de nós
mesmos”, é nosso passado que nos representa no palco da
vida. Nem genes nem sobrenomes serão passaportes para
livrar-nos de sentimento de culpa, de tempo perdido ou
de perdão que recusamos dar.
Nossas dificuldades refletem nossas necessidades e com o
esforço de hoje é que garantimos a recompensa de amanhã.
A Ciência oficial ainda não se deu conta da “dimensão
espiritual” e o quanto ela interage em nossas vidas.
Aqueles que enterramos nas últimas despedidas do túmulo
permanecem vivos e compartilham conosco uma intimidade
que não suspeitamos.
Nossa fisiologia sensorial não tem sensibilidade para
registrar suas presenças, mas nossa atividade mental
irradia no mesmo espectro de sintonia. Compartilhamos
com eles o mesmo universo de ondas mentais.
Vivemos permanentemente como emissores e receptores
projetando e recebendo todos os pensamentos que vibram
com os mesmos objetivos que os nossos.
Parentes e amigos, inimigos e adversários, companheiros
no bem e comparsas no crime se associam aos nossos
propósitos.
Suas vozes ressoam em nossos pensamentos, suas sugestões
induzem nossas escolhas, sua proteção nos ajuda a
superar as dificuldades e sua perturbação nos retém no
desespero.
Comungamos com os “mortos” mais frequentemente que com
os “vivos”.
“Vivemos com uma nuvem de testemunhas”, no dizer de
Paulo (Hebreus 12:12) e somos responsáveis por essa
“parceria consentida” que nos sustenta para o bem ou
para a ignorância.