A gratuidade no serviço evangélico
"Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os
mortos, expulsai os demônios: de graça recebeste, de
graça dai."
(Jesus - Mateus 10:8.)
Caro leitor, esse mandamento do mestre Jesus é-nos
ensinado também no capítulo XXVI de O Evangelho
segundo o Espiritismo, cujo tema "Dai gratuitamente
o que gratuitamente recebestes".
Temos no referido texto evangélico a questão da
"gratuidade", que merece atenção especial a um detalhe
muitíssimo importante.
Quando Jesus fala da gratuidade ("de graça recebeste, de
graça dai"), Ele não está se referindo apenas ao
dinheiro ou a alguma forma de troca ou transação
comercial.
Jesus está se referindo, sobretudo, ao essencial, que é
a parte moral de cada um de nós, que deve ser
transformada para melhor, através de práticas educativas
no empreendimento de esforços, de cada um em particular,
em domar as próprias más inclinações.
Então, o mestre Jesus refere-se à "gratuidade" no
sentido de que não devemos receber nada em troca pelos
serviços elencados no referido versículo, ou seja, não
devemos receber dinheiro, nem objetos materiais, nem
buscar recompensas tais como: elogios;
massagem/satisfação do ego; envaidecimento; de nos
sentirmos importantes a tal ponto de nos colocarmos
acima das pessoas; de buscarmos a fama, os holofotes,
mesmo que não recebamos recursos financeiros; etc....
Pois a lógica da recomendação do mestre Jesus é "que
ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou";
sendo, pois, a referida gratuidade, uma concessão
divina, em favor do alívio dos que sofrem e como meio de
propagação da fé, sem fins comerciais, especulativos e
de meio de vida.
E mais: Antes de tudo, devemos curar a própria
enfermidade, limpar a própria lepra, ressuscitar a nós
mesmos e expulsar os demônios de dentro de nós, a fim de
promovermos a nossa necessária libertação moral.
O galardão, já sabemos, é o da consciência tranquila em
decorrência do serviço prestado gratuitamente, não
apenas no campo da mediunidade, mas em todos os setores
das atividades na seara do bem.
Referências:
KARDEC, A. O Evangelho segundo
o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro. 120. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2002, Cap. XVII, item 4, pág. 276;
Cap. XXVI, itens 1 e 2, pág. 363.
_______, A. O Livro dos Espíritos.
Trad. de Guillon Ribeiro. 83. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2002, Cap. XII, questão 909, pág. 418.
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