Ação de graças
"Tomou o cálice e, tendo dado graças, o deu aos
discípulos, dizendo: Bebei dele todos.” (Mateus, 26:27)
No mundo, as festividades gratulatórias registram
invariavelmente os triunfos passageiros da experiência
física.
Lautos banquetes comemoram reuniões da família
consanguínea, músicas alegres assinalam o término de
contendas na justiça dos homens, nas quais, muitas
vezes, há vítimas ignoradas, soluçando na sombra.
Com Jesus, no entanto, vemos um ato de ação de graças
que parece estranho à primeira vista.
O Mestre Divino ergue Hosanas ao Pai, justamente na hora
em que vai partir ao encontro do sacrifício supremo.
- Conhecerá desoladora solidão no Jardim das
Oliveiras...
- Padecerá injuriosa prisão...
- Meditará na incompreensão de Judas...
- Ver-se-á negado por Simão Pedro...
- Experimentará o escárnio público...
- Será preterido por Barrabás, o delinquente infeliz...
- Sorverá fel, sob a coroa de espinhos...
- Recolherá o abandono e o insulto.
- Sofrerá injustificável condenação...
E receberá a morte na cruz entre dois malfeitores...
Entretanto, agradece...
É que na lógica do Senhor, acima de tudo, brilham os
valores eternos do espírito.
O Cristo louva o Todo-Misericordioso pela oportunidade
de completar com segurança o seu Divino Apostolado na
Terra, rendendo graças pela confiança com que o Pai o
transforma em exemplo vivo para a redenção das criaturas
humanas, embora essa redenção lhe custe martírio e
flagelação, suor e lágrimas.
Não te percas desse modo, em lances festivos sobre
pretensas conquistas na carne que a morte confundirá
hoje ou amanhã, mas, no turbilhão da luta que santifica
e aperfeiçoa, saibamos agradecer os recursos com que
Deus nos aprimora para a beleza da luz e para a glória
da vida.
Do livro Palavras de Vida Eterna, obra mediúnica
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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