Cartas

Ano 12 - N° 563 - 15 de Abril de 2018

De: Ricardo J. (Macapá, Amapá)

Quarta-feira, 11 de abril de 2018 às 12:43:02
Em relação ao aborto, gostaria de ponderar um ponto, quanto à possibilidade de ser ele realizado desde que ponha em risco a vida da mãe.  Considerando-se que o primeiro direito natural do homem é o de viver (LE); que todo aquele que transgredir uma lei de Deus SEMPRE estará cometendo um crime (LE Q.358), como interpretar: Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe? Vocês não acham que, se fosse pra sacrificar a criança, a resposta seria clara conforme a pergunta que fala em primeira e segunda? No entanto os espíritos falam em aquilo que existe e o que não existe. E o que seria existir ou não, já que para os espíritas o ser passa a existir desde o momento da concepção? Será que não estamos fazendo a leitura errada do que nos foi trazido como ensinamento? Será que por causa da nossa ignorância não estamos autorizando um aborto e jogando a conta nas costas dos espíritos superiores? Particularmente entendo que o ser não existe é aquele que não foi fecundado, portanto o que os espíritos estariam nos dizendo é que evitemos, por meios aceitos, a gravidez indesejada, pois, uma vez acontecida, não haveria como voltar atrás sem cometer crime.

Ricardo

 

Resposta do Editor:

Em primeiro lugar, lembremos o que é dito nas questões d´O Livro dos Espíritos que tratam do assunto levantado pelo leitor:

358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação? “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”

359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”

Notemos que o tema em foco é o aborto, não a gravidez indesejada ou os obstáculos à reprodução, tratados em outra parte do livro mencionado.

A dúvida proposta pelo leitor já foi examinada nesta revista, na seção O Espiritismo responde da edição n. 100 - veja aqui -, em que lembramos que a vida de uma criança, embora se inicie na concepção, somente se completa com o nascimento, como ensinam os imortais na questão 344 d´O Livro dos Espíritos.

Se existe risco efetivo para a gestante, caso a gestação prossiga, a opção de salvá-la, em detrimento da continuidade do processo, é uma medida óbvia, visto que o ser que existe – isto é, o ser completo – é a mãe, não o nascituro.

Em casos assim, se os interessados tiverem de fazer alguma opção, é claro que será preferível proteger a mulher, cuja morte, em muitos casos, pode acarretar também a morte do filho agasalhado no seu ventre. Obviamente, antes da opção pelo abortamento, devemos tentar todos os recursos possíveis no sentido de salvar a gestante e a criança. Quanto a isso, não existe dúvida alguma e Kardec nada ensinou em contrário. Mas, se for necessário salvar alguém, a preferência, de acordo com o entendimento contido na questão 359, deve recair sobre a mulher, que poderá mais tarde engravidar novamente e, quem sabe, receber o mesmo Espírito na condição de filho.

 

De: Carmen Schaedler (Sinop, MT)

Sexta-feira, 6 de abril de 2018 às 09:16:25
Bom dia!
Tenho duas perguntas:
1) No livro Missionários da Luz, no cap. Epífise, menciona-se o homem que pratica verdadeiramente o bem... O que é o bem verdadeiro para a espiritualidade?

2) Quando da hipnose, sobre quais dos corpos o hipnotizador atua?
Desde já agradeço a sua atenção e o carinho.

Carmen

 

Resposta do Editor:

Conforme os ensinos espíritas, fazer o bem é agir conforme a lei divina, é proceder conforme a lei natural. Fazer o mal é infringir essa mesma lei, é agir exatamente de modo contrário.

No livro Ação e Reação, de André Luiz, o Ministro Sânzio falou sobre o assunto. Aqui está: "O bem, meu amigo, é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada, aos quais devemos empenhar as conveniências de nosso exclusivismo, mas sem qualquer constrangimento por parte de ordenações puramente humanas, que nos colocariam em falsa posição no serviço, por atuarem de fora para dentro, gerando, muitas vezes, em nosso cosmo interior, para nosso prejuízo, a indisciplina e a revolta".

"O bem será, desse modo – completou o Ministro –, nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa, visto não ignorarmos que, auxiliando a Lei do Senhor e agindo de conformidade com ela, seremos por ela ajudados e sustentados no campo dos valores imperecíveis. E o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito." (Ação e Reação, cap. 7, pp. 89 a 92.)

Quanto à hipnose, sua ação envolve o ser pensante, de modo integral, e não apenas um dos seus envoltórios, lembrando que, segundo os ensinos espíritas, o homem é constituído de alma, perispírito e corpo físico.

 

De: Eny Mello Feliz (Porto, Portugal)
Quinta-feira, 5 de abril de 2018 às 04:29:11
Assunto: Especial 450 - Frase atribuída a Kardec: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre...”
Foi-me informado que a frase atribuída a Kardec é de Johann Wolfgang von Goethe, poeta alemão e reencarnacionista.

Eny

 

De: Neuza Aparecida Alves Bedaque (Guaratinguetá, SP)

Sexta-feira, 6 de abril de 2018 às 20:34:47
Por favor, preciso de um esclarecimento: um espírito em processo reencarnatório, no 4º mês de gestação, pode manifestar-se em uma reunião mediúnica, pela psicografia, para dizer de sua alegria de estar voltando e dando a sua preferência pelo nome que lhe será dado? Despede-se dizendo que vai voltar para a barriga da mamãe. Eu acredito, pelo que tenho estudado, que não é possível. Por favor, esclareçam-me.

Muito obrigada e Deus os ilumine!

Neuza

 

Resposta do Editor:

A resposta à pergunta formulada pela leitora é o tema da seção O Espiritismo responde publicada nesta edição. Para acessar a matéria, clique aqui

 

De: José Pereira Viana Neto (Contagem, MG)

Sexta-feira, 6 de abril de 2018 às 14:26:02
Assunto: Espiritismo para crianças, edição 328.

Boa tarde.

Encontrei na Internet uma página fazendo menção a Meimei, intitulada “Ajuda Mútua”. Preciso fazer uma exposição sobre fazer Prece um pelos outros e gostei muito da história do Felipe e do Júlio. Este texto é de qual livro?
Obrigado!
José Pereira Viana Neto

Resposta do Editor:

A mensagem citada foi psicografada por Célia Xavier de Camargo em 5 de agosto de 2013, no Centro Espírita Maria de Nazaré, em Rolândia (PR). Não foi, portanto, retirada de livro. Trata-se de psicografia de Meimei feita especialmente para veiculação nesta revista.

 

De: Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier (São Paulo, SP)

Quinta-feira, 12 de abril de 2018 às 07:06

Assunto: Desencarnação de Guy Lyon Playfair

Desencarnou no dia 8 abril em Londres o conhecido pesquisador britânico Guy Lyon Playfair (1935-2018). Viveu um longo período no Brasil desde 1961, no Rio de Janeiro e São Paulo, onde trabalhou como repórter free-lancer, fotógrafo e tradutor para diversas revistas americanas, britânicas e brasileiras, entre as quais a The Economist, Time, Associated Press, McGraw-Hill World News e outras. Em São Paulo, interessou-se pelas pesquisas de fenômenos de poltergeist, reencarnação e mediunidade, junto ao engenheiro e pesquisador Hernani Guimarães Andrade, no Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP). Seus contatos com Arigó e Chico Xavier estão relatados no seu livro “The Flying Cow” (1975). Este foi traduzido para o português e publicado pela Editora Record com o título “A Força Desconhecida”. O nome “The Flying Cow” foi usado por Playfair para mostrar, de forma descontraída, o espírito do povo brasileiro, acostumado a encarar com naturalidade fenômenos “sobrenaturais” que, em qualquer outra parte do mundo, seriam tidos como absurdos, como uma vaca voando, por exemplo.

Em sua segunda obra, The Indefinite Boundary (1976), também registra as suas experiências com os fenômenos paranormais no Brasil. Playfair foi pesquisador da paranormalidade, como membro da Society for Psychical Research, de Londres, sendo autor de dezenas de livros e monografias.

Antonio Cesar Perri de Carvalho, levado por Elsa Rossi, visitou Guy Lyon Playfair em sua residência em Londres, em maio de 2010. Na época ele concluía seu livro sobre Chico Xavier. Trata-se de “Chico Xavier – Medium of the Century” (Chico Xavier – o Médium do Século), editado pela Roundtable Publishing, com suas apreciações sobre o espírita brasileiro. Livro lançado durante as comemorações do Centenário de Chico Xavier.

Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

 

De: Aécio Emmanuel César (Sete Lagoas, MG)

Sexta-feira, 6 de abril de 2018 às 07:49

Assunto: Filhos de Deus

Alguma vez você já parou para pensar que Deus nos criou simples e ignorantes para que tivéssemos meios de evoluir pelo próprio esforço? É tanto que Jesus teve esses meios, não se desvirtuando qual nós outros. Como disse bem Emmanuel no prefácio do livro: “No Mundo Maior”, na psicografia do médium Chico Xavier, “Somos filhos de Deus, em crescimento”. Nada existe criado por Deus feito para a inação. Tudo tem um princípio ativo que se transformará em momento oportuno.

Em mundos de provas e expiações qual a Terra, também se aprende com as dificuldades, as lutas, como também as esperanças. Somos deuses nas palavras de Jesus e, se realmente os somos, temos capacidade para sermos bem melhores do que fomos no passado. O presente nos oferece oportunidades vindas de Deus para que sejamos nesse mundo, os representantes do Criador mostrando aos leigos ainda perdidos em ilações materialistas de que a Vida Eterna pulsa do outro lado do sepulcro.

O DNA de Deus está em nosso genoma. E será através dele que iremos desenvolver as virtudes mantenedoras de equilíbrio, de bem-estar, de alegria com a vida, mesmo sendo essa vida interpretada como vilã em nosso caminho ainda bastante em sombras.

Devemos convir que a nossa trajetória terrena tem um objetivo divino, embora muitos de nós ainda não tenha conseguido contatar com as bênçãos recebidas do Criador, seja por motivos pessoais, familiares, religiosos, espirituais, não sendo motivo, para tanto, desistir no meio da jornada renovadora.

Segundo o mentor acima citado em uma outra citação: “A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. De fato, se não fizermos nada para o próprio aperfeiçoamento intelectual, moral e espiritual, de nada valerá o nosso concurso no mundo, como também não encontraremos planos espirituais onde nos inspirem paz estando-nos em viciações doentias sem nenhuma razão de ser.

A santidade do homem não estará circunscrita em palavras retiradas do Evangelho do Senhor se não for acompanhada do exemplo, que delas, poderemos tomar como meta sublime. Como também o traje a que estiver vestindo o representante desta ou daquela religião no mundo não sofrerá transformações morais, pois o que manda é o testemunho fiel a Deus que damos em meio ao caos por ora reinante.

Dessa forma, os homens ainda necessitados de conspurcar seus vícios em mundos de sofrimento, não se transformará em anjo ou santo só porque vestiu numa única existência uma batina, um terno ou uma roupa comum a predicar muito bem o Evangelho do Senhor. Aqui valerá, e muito, o merecimento de cada um no ceitil distribuído na paz de espírito em que se assente sua doutrina de amor, sem máculas, sem rótulos, sem rituais ou dogmas.

Concorda comigo, Leitor Amigo?

Aécio César

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita