O Espiritismo responde

por Astolfo O. de Oliveira Filho

A leitora Lia Calinsque, em mensagem publicada na seção de Cartas, enviou-nos as seguintes questões:


Estou estudando o Passe Magnético e tenho duas dúvidas: 1 – Pode-se dar o Passe Mediunizado? Sim ou não e por quê? 2 - Dar conselhos antes, durante ou depois dos Passes? Sim ou Não e por quê?


Conforme aprendemos com os autores espíritas especializados na matéria, não existem motivos para que o médium passista esteja mediunizado quando ministra o passe. Em tal momento deve ele estar lúcido e consciente da tarefa que realiza. Dar conselhos no momento do passe, seja antes, durante ou depois, também não é atitude recomendável, visto que existem outros momentos para isso; um deles, por exemplo, é o chamado atendimento fraterno.

O motivo da resposta que ora é dada baseia-se nas explicações seguintes.

Lê-se em O Livro dos Médiuns, cap. XIV, item 176:


2ª [...] o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.

"É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias."

3ª Há, entretanto, bons magnetizadores que não creem nos Espíritos?

"Pensas então que os Espíritos só atuam nos que creem neles? Os que magnetizam para o bem são auxiliados por bons Espíritos. Todo homem que nutre o desejo do bem os chama, sem dar por isso, do mesmo modo que, pelo desejo do mal e pelas más intenções, chama os maus."

4ª Agiria com maior eficácia aquele que, tendo a força magnética, acreditasse na intervenção dos Espíritos?

"Faria coisas que consideraríeis milagre."


Em outro livro – A Gênese, cap. XIV – Allan Kardec ensina que a ação magnética pode revestir três formas: 1 - inteiramente humana (magnetismo humano); 2 - inteiramente espiritual (magnetismo espiritual); 3 - humano-espiritual (magnetismo misto), em que, combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece.

Notemos que em nenhuma das obras citadas está dito que o médium necessita entrar em transe, isto é, ficar mediunizado. O auxílio magnético se faz sem necessidade da chamada incorporação mediúnica, como, aliás, é bem explicitado pelo instrutor Conrado na seguinte fala em que ele se dirige a André Luiz:


"Somos aqui, neste recinto consagrado à missão evangélica, sob a inspiração de Jesus, algo semelhante à singela tomada elétrica, dando passagem à força que não nos pertence e que servirá na produção de energia e luz." (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, p. 164, obra psicografada por Chico Xavier.)


O fenômeno foi assim descrito por André Luiz:


"Os passistas pareciam duas pilhas humanas deitando raios de espécie múltipla, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes percorrerem a cabeça, ao contato do irmão Conrado e de seus colaboradores." (Obra citada, p. 165.)


Observa-se, pois, que no processo do passe o médium passista recebe fluidos que lhe são transmitidos pelo Espírito que o auxilia e, ato contínuo, os irradia, junto com seu próprio fluido, ao paciente.

Além das referências acima, é bom lembrar as explicações que sobre o assunto o médium e orador Divaldo Franco nos oferece na questão 69 do livro Diretrizes de Segurança:


“O passe que nós aplicamos, nos Centros Espíritas, decorre da sintonia com os Espíritos Superiores, o que convém considerar sintonia mental, não uma vinculação para a incorporação.

O passe deve ser sempre dado em estado de lucidez e absoluta tranquilidade, no qual o passista se encontre com saúde e com perfeito tirocínio, a fim de que possa atuar na condição de agente, não como paciente. Então, acreditamos que os passes praticados sob a ação de uma incorporação propiciam resultados menos valiosos, porque, enquanto o médium está em transe, ele sofre um desgaste. Aplicando passe, ele sofre outro desgaste, então experimenta uma despesa dupla.

Os espíritos, para ajudarem, principalmente no socorro pelo passe, não necessitam, compulsoriamente, de retirar o fluido do médium, nele incorporando. Podem manipular, extrair energia, sem o desgastar, não sendo, pois, necessário o transe.” (Diretrizes de Segurança, questão 69.)


Quanto a falar, a dizer alguma coisa, a dar alguma orientação aos que recebem o passe, eis procedimentos que não se coadunam com a tarefa. O passe deve ser ministrado em silêncio, sem comentário de nenhuma espécie. O atendimento fraterno e as orientações prestadas aos pacientes devem ser dados em outra oportunidade e não no momento do passe.


  
 


 
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