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por Vladimir Polízio

 

Ação e adoração


O aprendiz indagou ao Mestre:

"‒ Senhor, sofro muito... A solidão me aniquila... Que fazer de mim, se minha vida é um terrível deserto?

O Divino Instrutor, porém, respondeu:

‒ Filho, a flor aparece onde for plantada".  

Na verdade, essa é a Grande Lei que determina a nossa condição na Terra. Fugir das obrigações afetas a cada um é conflitar consigo próprio e com as forças do Alto.

Quando Jesus fez suas pregações sobre as bem-aventuranças discorreu amplamente sobre o exercício pleno do amor e sua importância perante a vida física e com resultados rigorosos no mundo dos Espíritos. O amor ‒ de acordo com Pedro ‒ cobre a multidão de erros, de pecados, de transgressões contra o próximo. Em nenhuma página do Evangelho de luz deixou o Mestre de citar a Lei maior, que é a Lei do amor.                           

Emmanuel, benfeitor da espiritualidade, acompanhou Chico Xavier por 75 anos, dando-lhe apoio, orientações das mais variadas, esclarecimentos sobre assuntos diversos e muito ânimo nos momentos em que o médium se via mergulhado em sentimentos profundos. Esta mensagem é de Emmanuel: 'Ação e adoração':      

"Cada criatura nasce na Terra no sítio em que deva produzir mais e melhor para o bem, com os recursos necessários ao aprimoramento que lhe diz respeito e sob as circunstâncias mais favoráveis à obra que lhe cabe realizar.

Não esqueças os instrumentos de progresso e perfeição que o Senhor te confiou ao caminho.

Para muitos, é o lar com os deveres que lhe enriquecem as horas, pelos quais o devotamento é o clima em que se lhe amadurecerão os frutos do resgate.

Para outros, é o campo em que as lides da terra lhe pedem devoção e suor.

Para outros, ainda, é a casa de trabalho onde as pequenas desarmonias de cada instante lhe reclamam paciência e serenidade, boa vontade e amor, na própria edificação, à frente dos companheiros difíceis.

Todos no mundo, enquanto envergamos a veste física, possuímos conosco os elementos da regeneração e da cura de que necessitamos para o triunfo na escola da vida.

Renunciar aos obstáculos que nos marcam a senda e encerrarmo-nos no altar contemplativo da falsa adoração ao Pai Celeste é fugir aos nossos compromissos, adiando indefinidamente as realizações que o passado exige de nós no presente, para que o porvir se nos descerre pleno de luz.

Certamente, o Senhor prescinde em qualquer situação do incenso bajulatório das nossas reiteradas manifestações de louvor, mas, sem dúvida, aguarda de nosso esforço o socorro a alguém que ontem relegamos ao abandono e à consagração honesta a esse ou aquele trabalho que sofreu de nossa parte, no pretérito, atitude escarnecedora, porque semelhantes edificações constituem recuperação de nós próprios, diante da Eterna Lei.

Não menoscabemos o valor da prece em tempo algum, de vez que encontramos nela a escada sublime da ascensão aos Céus.

Entretanto, não nos esqueçamos de que a obrigação corretamente cumprida, ainda que nos custe o máximo sacrifício, é a oração mais nobre que nos granjeia a dignidade entre os homens e o respeito a nós mesmos por traçar-nos seguro caminho à fiel comunhão com Deus".

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita