Brasil
por Paulo Salerno

Ano 12 - N° 567 - 13 de Maio de 2018

Divaldo Franco: “Nunca nos sintamos pequenos quando falarmos sobre o Evangelho de Jesus e o Espiritismo”


Na noite de 4 de maio, logo após concorrida sessão de autógrafos e cumprimentos, Divaldo Franco, sempre solícito e profundamente comprometido com o próximo, e apesar de fortes dores que ainda experimenta após recente cirurgia, recebeu expressivo número de amigos da Mansão do Caminho, no Centro Espírita Caminho da Redenção.

Estando presente a Diretoria do Centro Espírita, os convidados foram recebidos com júbilo e alegria. Divaldo Franco, jubiloso, se expressou dizendo o quanto se sente feliz pelo encontro com os amigos, sendo imensamente grato pelo carinho com que todos o tratam, almas queridas da grande jornada. Presente diversas caravanas do Brasil e do Exterior, essas foram representadas por Miguel Sardano e Cristiane Beira, respectivamente.

Como tudo começou

Com uma palavra, levanta o ânimo de alguém alquebrado, ilumina uma consciência obscurecida, facilita a movimentação de outrem paralisado. (Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

Em tom coloquial, e espelhando-se nos encontros de Jesus com seus discípulos na casa de Pedro, e, também, nos encontros em que Allan Kardec participava nas residências de amigos por ocasião da codificação da Doutrina Espírita, Divaldo Franco fez uma narrativa sobre a sua primeira conferência ocorrida em Aracaju, no Estado de Sergipe, em 27 de março de 1946, que sob a orientação do Espírito Humberto de Campos, contou a Lenda da Guerra, iniciando mais uma de suas missões, a de viajar pelo mundo divulgando a Doutrina Espírita. O anfitrião, naquela ocasião, foi José Martins Peralva Sobrinho, Presidente da União Espírita Sergipana. Nesta oportunidade recebeu sua primeira lição, o da responsabilidade, isto é, preparar-se, estudando o tema, para falar em nome de Jesus e que, quando fosse falar em nome do Mestre e do Espiritismo, deveria pôr-se de pé.

Os eventos e acontecimentos que estiverem programados na vida de qualquer um, sempre acontece. Outra narrativa sobre suas atividades fora da cidade de Salvador, portanto, no âmbito das viagens doutrinárias, aconteceu em São Paulo, Capital. A anfitriã deveria recebe-lo, porém, ausentou-se de casa, deixando-o sem acomodações naquela noite. Pela sua inexperiência e ingenuidade foi pernoitar em um bordel, imaginando ser uma hospedaria, uma pensão. Sob orientação de Joanna de Ângelis passou toda a noite orando e lendo o Evangelho Segundo o Espiritismo.

Em São Paulo, desfrutou de afetuosos amigos que o ampararam e o auxiliaram em suas atividades doutrinárias, e mesmo na assistência à Mansão do Caminho. Os benfeitores espirituais, sempre atentos, o sustentaram em suas diversas conferências e outras atividades espíritas. Relembrou que, em outra oportunidade, esteve com o então Presidente do Brasil, Café Filho - João Fernandes Campos Café Filho (Natal, 3 de fevereiro de 1899 — Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 1970) -, e o Governador do Estado de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez (São Paulo, 9 de dezembro de 1913 — São Paulo, 11 de maio de 1982), quando então, falou sobre Francisco de Assis. Nos diálogos com Café Filho, Divaldo, muito jovem, falava-lhe sobre seus conflitos, suas aspirações, seus sonhos. O nobre amigo recomendava-lhe que ao falar sobre a Doutrina Espírita não deveria mentir, nem mesmo fingir, caracteres da política partidária, mas, em se tratando da política do Evangelho, a conduta e os ensinamentos deveriam estar sempre apoiados nas bases da verdade.

Divaldo, coloquialmente, ensinou que nunca nos sintamos pequenos quando falarmos sobre o Evangelho de Jesus e o Espiritismo. Destacando que a criatura humana é originária da luz, Deus, conforme ensina a Benfeitora Joanna de Ângelis, Divaldo Franco abordou as questões do Self, do Si-mesmo, para dizer que o homem é um ser luminoso. Após discorrer sobre a formação do Planeta Terra e seus primeiros habitantes, os unicelulares, fascículos de luz, ou chuva de luzes microscópicas que caíram sobre a massa ígnea, a vida foi se desenvolvendo, tomando formas pluricelulares há pouco mais de dois bilhões de anos.

Como seres lucigênitos, o homem deve deixar a luz divina penetrar em sua treva de ignorância, que, em busca da sublimação, deve deixar a condição de ESTAR para alcançar a de SOU, isto é, viver em plenitude, íntegro. A melhor maneira de entender Deus é atingir a condição de SER. Encontrar o Deus interno é tornar-se feliz. Lapidando o Espírito, o homem, o ser mais importante na obra divina, torna-se, portanto, autoiluminado. O Espiritismo é o Cristo voltando, é a luz do mundo.

O Embaixador da Paz no Mundo, Divaldo Franco, na véspera de completar 91 anos de idade, destacou que a conversa que estava entabulando se destinou ao estímulo de viver como Jesus viveu, seja para reencontrá-Lo, ou para encontrá-Lo. O importante não é o lugar em que a criatura esteja, é ela que torna importante o lugar. Agradeceu, sensibilizado, a visita que estava recebendo, a atenção, o carinho, o amor que o brindavam, destacando que cada um deve deixar que o Espiritismo o penetre. Concluído o colóquio, Divaldo convidou para um pequeno lanche preparado com esmero, bom gosto, na singeleza e na simplicidade de uma genuína casa de Jesus.

Comemoração de aniversário de Divaldo Franco

Quem desejar conquistar o mundo deve primeiro conquistar-se a si mesmo. (Divaldo Franco)

Imortalizando as mãos de Divaldo Franco, foi inaugurada no Centro Espírita Caminho da Redenção a modelagem de suas mãos intitulada Mãos de Amor. Elas representam as mãos de acolhimento, de oração, de psicografia e de passe. Essas são as atividades desenvolvidas pelo Embaixador da Paz no Mundo e que vem, ao longo dos últimos 71 anos, amparando os seus irmãos de caminhada, secando-lhes as lágrimas, estimulando-os ao amor, tornando-se exemplo de abnegação, desprendimento, esparzindo luzes por onde anda, preparando os dias vindouros.

Após um belo show musical apresentado por diversos artistas e pelos jovens do Centro de Artes Ana Franco e pelas crianças da Escola Alvorada Nova, ambos da Mansão do Caminho, Divaldo recebeu um belo buquê composto por formosas flores, uma demonstração de carinho e gratidão dos jovens e das crianças.

Divaldo, o homenageado do dia, dirigindo-se aos presentes e aos que o assistiam pelos diversos canais virtuais, disse que as emoções não podem ser definidas, elas sãos expressas pelo silêncio, ou por uma lágrima vertida. Assim se sentindo, o Arauto do Evangelho e da Paz dividiu as homenagens com todos os demais aniversariantes do mês de maio que desempenham suas atividades na Mansão do Caminho.

Para demonstrar seu sentimento de gratidão, Divaldo Franco apresentou uma rica e comovente história de abnegação, de dedicação e de sentimento de utilidade ao próximo, traduzindo com essa história o seu júbilo por poder ter servido. Eram dois amigos, artistas pintores; desejando tornar-se célebres, viajaram para a capital do maior império do mundo, naquela época, o austríaco. Com recursos muito parcos, resolveram que um deles trabalharia por seis meses enquanto o outro estudaria, fazendo o rodízio; assim poderiam pagar os estudos na Academia. Aquele que era o mais talentoso assumiu a tarefa de trabalhar, pagando o estudo do amigo. O trabalho era rude, duro e exigia muito esforço. Na tasca, um de bar de baixa reputação, o local de trabalho, lavava pratos e limpava o chão. “Quem desejar conquistar o mundo deve primeiro conquistar-se a si mesmo”, aditou o nobre orador.

Passados seis meses, e vencido o rigoroso inverno, conforme o combinado, o estudante foi para o lugar de seu amigo a fim de que esse pudesse estudar. Como o trabalho era rude, as mãos do trabalhador estavam trêmulas, endurecidas, calosas e pouco sensíveis. Ele tentou o desenho, não logrando êxito ante as dificuldades de traçar linhas e sombras suaves. Desistiu, então, para que seu amigo voltasse aos bancos acadêmicos e pudesse laurear-se. Sentir-se-ia feliz por ver o amigo tornar-se um grande artista.

Assim, decorridos três anos, o amigo tinha concluído seus estudos. O artista recém-formado reuniu o resultado auferido com os seus primeiros trabalhos para resgatar o amigo que lhe havia dado o suporte financeiro. Foi ter com ele e quando adentrou o cômodo viu seu amigo em oração, com as mãos postas. O triunfador, agora profissional da arte, de imediato retratou aquela cena, imortalizando-a em uma pintura que se tornou célebre: As mãos de um apóstolo que ora. É a imortalização de um amigo que se esqueceu de si para que o outro pudesse brilhar. Essa história somente foi possível pelo amor.

Fato semelhante aconteceu entre Nilson de Souza Pereira, o Tio Nilson, e Divaldo Franco. Nilson anonimamente esculpiu em madeira um par de mãos em atitude de prece. Essa obra está na fachada do Cenáculo, prédio dedicado às atividades espíritas. Tio Nilson recolheu-se à retaguarda, trabalhando incessantemente, para que Divaldo dispusesse de tempo e tranquilidade para a divulgação do Espiritismo, seja pela psicografia, pela mediunidade, seja pelas incontáveis conferências e seminários ou entrevistas de cunho espírita.

O público, tomado de júbilo e êxtase, em silêncio vibrava em sustentação ao ambiente espiritual que alcançava a cada um e a todos a um só tempo. Divaldo Franco, em sua habitual delicadeza e sensibilizado, diz reconhecer as homenagens de todo o seu coração, e que agradece a deferência, porque no crepúsculo qualquer raio de sol é importante e belo. Agradeceu a Deus por ter atingido os 91 anos de idade e aflige-se por não poder fazer mais do que habitualmente vem realizando.

Declarou que toda a alegria traz saudade. É mais nostalgia do que júbilo, talvez porque seja muito tarde para refazer o caminho em condições diferentes. Discorrendo sobre suas reminiscências, desde os seus quatro anos de idade, e porque desejava receber um presente, era o dia de seu aniversário, - 5 de maio de 1931 -, quando então percebeu luzes se derramando sobre uma árvore e o aparecimento de uma “fada” que com sua varinha “mágica” tocou a sua cabeça, lhe informando que era o presente enviado pelo menino Jesus no aniversário do menino Divaldo. No dia imediato, a cena voltou a se repetir, porém, agora era a presença de uma entidade sacerdotal que o ameaçou, infundindo-lhe medo. Divaldo foi perguntar para sua mãe o significado de tais visões, e ela, em sua sabedoria, disse que a primeira era a mensageira do bem e o segundo fato o mensageiro do mal. Sua mãe, Ana Franco, ensinou-lhe, naquele momento, a orar e pedir que não lhe faltasse a paz.

Caracterizando que o trabalho com o Cristo é de abnegação, de renúncias e de decisões, Divaldo Franco narrou as inúmeras dificuldades que o Apóstolo da Mediunidade, Chico Xavier, experimentou em seu ministério. Apesar desses desprendimentos e sacrifícios, que podem parecer sofrimento, o labor na seara do bem é sempre de alegria, de solidariedade e de paz. Não há quem não seja assistido pelas entidades benevolentes quando em atividade de amor.

O aniversariante nonagenário destacou que seus amigos, seus auxiliares e todos os que formam com ele uma grande família, seja no plano físico ou espiritual, se constituem em estrelas que derramam suas claridades argênteas através das orações que lhe chegam ao coração pelas mãos da caridade.

Frisando a benevolência, Divaldo narrou a história de um poeta que desejava ser reconhecido. Tratava-se de Franz Kappus (1883-1966) solicitando conselhos a Rainer Maria Rilke (1875-1926), famoso escritor.  O livro, que se imortalizou, chama-se: Cartas a um jovem poeta. O livro contém as inúmeras correspondências trocadas nas quais Rilke responde aos questionamentos do rapaz, expondo suas opiniões sobre o que considerava os aspectos verdadeiros da vida. A criação artística, a necessidade de escrever, Deus, o sexo e o relacionamento entre os homens, o valor nulo da crítica e a solidão inelutável do ser humano são algumas das questões abordadas pelo maior poeta de língua alemã do século XX. Nasce-se poeta, ninguém se torna poeta.

As mãos de Divaldo escreveram cartas que foram ditadas pelos Espíritos amorosos, verdadeiros poemas da vida, é o aspecto, por assim dizer, glamoroso, porém a construção das edificações e instalações da Mansão do Caminho foi efetuada com suor e dor, proporcionando, uma e outra, os motivos de alegria e de felicidade por ver atendidas as necessidades dos caídos no caminho. Divaldo Franco, alma sensível e cordata, dedicou as homenagens que estava recebendo às mãos de psicografia e de caridade, de prece e de acolhimento de Chico Xavier, ficando, de alguma sorte, com a alegria imensa de servir de motivo inspirador.

Finalizando o enriquecedor encontro iluminativo, Divaldo Franco declarou que ora pedindo bênçãos para as “estrelas” encarnadas, e que ali estavam, e que o amparam e o sustentam nas lutas diárias, pedindo perdão por qualquer ocorrência que possa ter causado constrangimento. Disse que, na ordem natural, irá retornar ao mundo espiritual antes de todos os presentes, com uma ou outra ressalva, e que irá recepcionar, preparando o acolhimento, ao tempo em que deseja, também, que quem retornar antes possa preparar-lhe o acolhimento, pois que a vida é bela, aqui e lá. Os aplausos intensos e, estando os convidados em pé, foram dados os parabéns ao aniversariante. Em clima sempre festivo foi servido saboroso bolo acompanhado de refrigerantes. Parabéns querido irmão! Viajas nas asas das luzes angelicais trazendo a nós a doce esperança. Nosso desejo é, um dia, te retribuir com o emprego do esforço no trabalho de construção do bem e da paz, seguindo-te os passos.

Workshop Luz nas Trevas

Ilumina-te e, onde quer que estejas, não olvides de deixar sinais luminosos da tua passagem.(Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)

Com a presença do Presidente da Federação Espírita Brasileira, Jorge Godinho Barreto Nery, e sua esposa, bem como do Presidente da Federação Espírita do Estado da Bahia, André Luís Peixinho, e sua esposa, extraordinária programação se sucedeu na manhã do dia 6 de maio de 2018. Neste ato foi lançada a Web TV Redenção, a TV do Centro Espírita Caminho da Redenção, levando mensagens e conectando os telespectadores ao bem.

Após a abertura musical protagonizada por artistas musicais de escol, Divaldo teceu seus agradecimentos aos mais de mil e trezentos presentes no Ginásio de Esportes da Mansão do Caminho, obra social do Centro Espírita Caminho da Redenção. No público, além dos residentes em Salvador, se viam caravanas de diversos Estados do Brasil e do exterior, acrescidos de um incontável contingente de assistentes virtuais.

Apoiando-se no mito de Zeus e Hera, o esplendoroso conferencista Divaldo Franco, na exuberância de seus 91 anos de idade, conduziu os assistentes em uma grande aula em busca da felicidade, da plenitude, sinalizando o caminho para sair das trevas, viajando para a luz. É a humanidade iniciando a sua caminhada, adquirindo conhecimento, emergindo para a sabedoria. Divaldo, um maestro de almas, regeu espetacular sinfonia de conhecimento apresentando a evolução antropossociocultural do ser humano, desvendando as diversas fases evolutivas, as comunicações primitivas através das expressões rupestres, as primeiras silabações, caracterizando o período primordial da criatura humana, o pensamento pré-mitológico. É o período bárbaro, onde o homem apenas se alimentava, matava e vivia, a fase infantil da humanidade.

A história antropológica do ser humano, desde os primórdios, está inscrita no cérebro reptiliano, passando pelo mamífero e alcançando o neocórtex, possuidor de possibilidades ainda não identificadas completamente. Evoluindo, o homem sai da barbárie e entra na fase mitológica, a fase mágica, onde a imaginação é povoada de fantasias. Amadurecendo sempre, o homem passa a compreender que a função sexual possui caráter procriativo, e que o prazer é da alçada do pensamento, novamente o mito Zeus/Hera. Para que se possa bem compreender a evolução do homem em sua própria história, Divaldo Franco toma a criança como exemplo, desde o seu nascimento, passando pela fase da adolescência e atingindo, finalmente, a fase adulta, onde age, ou deveria agir, sob o império da razão, da ética e da moral.

O bem é tudo aquilo que é conforme as Leis de Deus, é a ética do bem-viver. É a ciência do conhecer, do pensar, é a filosofia, é a linha moral de bem-proceder, eximindo-se, assim, de sofrer as consequências do mal-proceder. Avançando em sua escala ascensional, o homem, desenvolvendo e vivendo em um caldo de cultura, passou a nutrir o pensamento racional, utilizando-se de um sentido ético e muito lógico, deixando para trás a fase do ser mitológico. Nessa fase surgem as primeiras construções habitacionais rudimentares, o aparecimento do comércio, o pensamento lógico.

As fases experimentadas pelo homem, desde a infantil, a adolescência e a da razão ensejam o desenvolvimento da arte de pensar, que tanto pode ser ética ou não. As crenças, o politeísmo, os sacrifícios aos deuses diversos e selvagens, vão ficando para trás e o homem começa a construir o seu momento ético com o surgimento da estética, conquistando aos poucos a luz. Após passar pelas diversas idades em que está catalogada a história do homem, a da pedra lascada, da pedra polida, do bronze etc., surge, então, a ciência empírica.

Os séculos XVI e XVII são os dos descobrimentos, o pensamento torna-se perscrutador e alcança a fase da tecnologia. O século XVIII é o da era industrial, desponta a estética, a arte, a beleza que vai mudando na medida em que o homem vai aperfeiçoando-se. A humanidade está saindo das trevas para a luz, a luz do saber, embora ainda não tenha atingindo o ideal. Os valores humanos vão se desenvolvendo e postos a serviço da humanidade. A fatalidade do ser humano é a luz. A missão do homem na Terra é a de viajar da sombra à luz, trazendo esse benefício, inclusive, para o Planeta. Assim é o homem, construindo-se incessantemente, sua primeira grande invenção, ou a arte de dominar, foi o fogo, e a segunda foi a roda. Nisso, tudo mudou.

A Terra passou a ser muito mais clara pelo uso da luz, da energia elétrica. Evoluindo, a propensão é avançar cada vez mais para a luz, refletindo esta conquista primeiramente nas habitações. Satélites ao redor do Planeta poderão captar a luz solar e distribuí-la para a Terra e, assim, as noites desaparecerão, por que nesse período, a luz captada seria disponibilizada para o lado escuro, o lado sombra. A conquista da cibernética eliminou as distancias, colocando o homem em contato virtual permanentemente. Assim, embora conectado e desfrutando de proximidade virtual, o homem está se distanciando emocionalmente uns dos outros. É um momento em que a solidão se faz companheira assídua, embora esteja em presença física ou virtual com muitos.

Porém, mais significativa, e que requer reflexão acurada e trabalho infatigável, é a busca da iluminação interior do ser espiritual que se encontra na experiência corpórea. Sendo as somas de suas experiências, o homem é o construtor de seu futuro, ao passo em que recolhe a semeadura realizada no passado. Todo o esforço deve ser dirigido para a autoiluminação, para a conquista da liberdade. Ao eliminar a ignorância, o indivíduo constrói as condições de uma vida digna, ética e feliz.

O homem deve refletir sobre as suas experiências, sobre a história de suas vidas. Será que há em nossa intimidade muitas trevas? Quais são elas? Para alcançar respostas, ou raciocinar sobre como construí-las, Divaldo Franco narrou enriquecedoras histórias, facilitando a análise individual em graus comparativos.

Apresentando a saga de Eunice Weaver (1902-1969) para bem atender os leprosos brasileiros e suas proles, principalmente, e seus ingentes esforços para quebrar barreiras de preconceitos e descasos com os hansenianos, o declamador do Evangelho de Jesus, Divaldo Franco, apresentou a melodia do amor libertador. Ficou claro, na narrativa, a ação dos Espíritos desencarnados, que se dedicando ao bem e unindo-se aos seres corpóreos benevolentes, legaram páginas de caridade legítima, de abnegação, de humildade e de persistência em alcançar os objetivos colimados. Não poucas vezes os olhos dos assistentes se encheram de lágrimas emotivas, aliviando a comporta da alma sobrecarregada. Outros personagens, fortalezas de caridade no trato com os leprosos, desfilaram na narrativa vigorosa do Arauto do Evangelho, grandes modelos de dedicação, solidariedade e acolhimento.

Destacou o nobre orador que o objetivo era promover uma reflexão sobre a luz penetrando em o indivíduo. Para tal indagou se haveria em nós muitas trevas a vencer em nossa intimidade. E a nossa treva, como vai a nossa sombra, o nosso ego, o nosso orgulho, a nossa presunção, esses estigmas que resultam do nosso processo evolutivo? Advertindo-nos, asseverou que a luz exterior está chegando. Porém, a luz imarcescível provém de Jesus, somente ela possui o poder diluidor das trevas íntimas, facultando a iluminação interior.

Finalizando o alentado trabalho de semear conceitos, exemplos, e derramar fascículos de luz sobre os presentes, Divaldo Franco encerrou o workshop sob vigorosos e demorados aplausos. O público, atendido em seus anseios, e recebendo as bênçãos que se derramavam do alto, ainda permaneceu no ambiente, permutando vibrações, conversando sobre sentimentos.

Devemos buscar a alegria nas coisas simples da vida, no cotidiano, amando sempre e em qualquer circunstância, nunca valorizando o mal, procurando, paulatinamente, vencer as nossas más inclinações, até que alcancemos a plenitude. (Divaldo Franco)



Nota do Autor
:

As fotos que ilustram esta reportagem são de Jorge Moehlecke.


 

     
     

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