O leitor Lúcio Goldsmith Scher, em mensagem enviada a
esta revista, publicada na seção de Cartas desta edição,
pergunta-nos:
É verdade que bem antes da publicação das obras de André
Luiz, psicografadas por Chico Xavier, o meio espírita já
tinha conhecimento acerca das colônias e cidades
espirituais? Que livro publicado no Brasil tratou desse
tema, antes de André Luiz?
Sim, é verdade.
As notícias relativas às cidades espirituais são bem
anteriores à obra de André Luiz, como o leitor pode ver
consultando o livro A
Vida no Outro Mundo, de Cairbar Schutel, publicado
originalmente em outubro de 1932.
Nesse livro Cairbar menciona vários autores que já
haviam tratado do tema antes dele e até antes do advento
do Espiritismo, como provam as obras de autoria do
vidente sueco Emmanuel Swedenborg.
Eis algumas das informações constantes do livro escrito
por Cairbar Schutel:
Os diversos planos do Mundo Espiritual –
Há no Outro Mundo diversos planos de existência, e não
poderia ser de outro modo, porque os Espíritos,
revestidos de seu corpo espiritual, não podem viver num
meio que não esteja de acordo com sua vestimenta
espiritual, que vibra sempre ao ritmo da elevação de
cada um, em sabedoria e moralidade. Uma região isenta de
oxigênio seria hostil a Espíritos ainda necessitados de
oxigênio. Os círculos que envolvem a Terra se
diferenciam pela fluidez da matéria que os compõe. (A
Vida no Outro Mundo, pp. 82, 83, 85 e 107.)
Semelhanças entre o nosso plano e o plano espiritual –
O primeiro plano do Mundo Espiritual é bem parecido com
o plano terráqueo. Pode-se dizer que o nosso plano aqui
na Terra é uma cópia materializada desse plano, o que
explica a existência ali de habitações semelhantes às
nossas. (Obra citada, pp. 87 a 89.)
Obras e estudiosos que tratam do assunto –
Mais de um livro ou autor fala sobre a existência de
cidades, casas, hospitais, templos e palácios no Outro
Mundo. Conan Doyle menciona em seu livro “História do
Espiritismo” vários casos, a exemplo de sir Oliver
Lodge, Carl du Prel, Swedenborg, Winifred Moyes e Lilian
Walbrook. (Obra citada, pp. 54, 56, 57, 78, 92, 95, 96,
97, 102 e 103.)
Alimentação no plano espiritual–
Nas mensagens transcritas por Conan Doyle, além da
referência à existência de casas lindas e flores, um dos
comunicantes fala do alimento utilizado no plano em que
vivia, o qual não se parece com o nosso porque é muito
mais agradável e delicado. (Obra citada, pp. 95 a 97.)
O que nos veio por intermédio de Swedenborg –
Nas obras do grande vidente sueco faz-se menção a casas,
templos, salões, palácios. As crianças são bem recebidas
no Outro Mundo, sejam ou não batizadas, e ali elas
crescem cuidadas por mulheres jovens, até que lhes
apareçam suas mães verdadeiras. (Obra citada, pp. 98 a
100.)
Como é o trabalho no plano espiritual –
Extraída do livro “O Caso de Lester Coltman”, de Lilian
Walbrook, eis parte da mensagem dada por Coltman: “Meu
trabalho continua aqui como se iniciou na Terra, ou
seja, no terreno científico. Para progredir em meus
estudos, visito frequentemente um laboratório, onde
encontro facilidades tão completas como extraordinárias
para a realização de experiências. Tenho casa própria,
verdadeiramente bela, com uma grande biblioteca, na qual
existe toda a classe de livros de consulta: históricos,
científicos, de Medicina, e de todos os gêneros da
Literatura. Para nós, estes livros são tão interessantes
como para vós, os da Terra. Tenho uma sala de música com
toda a sorte de instrumentos. Tenho quadros de rara
beleza e móveis de gosto apurado.” Na sequência, Lester
Coltman refere-se a uma paisagem extraordinariamente
bela que ele podia descortinar de suas janelas e diz
haver ali magníficas escolas para instrução dos
Espíritos de crianças. (Obra citada, pp. 93 a 95.)
Esperamos que as informações acima satisfaçam às
expectativas do nosso leitor.