Artigos

por Yé Gonçalves

 

Sem que a mão esquerda perceba


Dar com a mão direita sem que a esquerda perceba, ou saiba, ou veja, é um grande desafio para todos nós, Espíritos em evolução, nesta oficina Terra que também se constitui em hospital e escola, onde buscamos a cura espiritual, o aprendizado da vida e a reforma da nossa intimidade, da nossa forma de ver, sentir e vivenciar a realidade.
O mestre Jesus não nos deixa à deriva nesse desafio evolutivo. É o ser empático por natureza e sabe das nossas necessidades. Então, Ele surge em nosso caminho e nos indica a direção:

"Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita, a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará" (Mateus, 6: 3 e 4) - Grifo nosso.

Aqui, estamos diante de dois desafios a vencer: o da mão direita e o da mão esquerda; sendo este considerado o mais difícil, por representar as emoções, o envaidecimento, a fama, os interesses etc.
Devemos ter todo o cuidado possível em dar esmola sem jamais colocar o irmão necessitado em constrangimento perante a sociedade e até de si mesmo. Ao dar algo material e/ou espiritual, temos de ter em mente a preservação, bem como o respeito, da imagem daqueles a quem devemos prestar as devidas assistências, caso contrário, estaremos entrando nas zonas das descaridades.

Embora o texto evangélico em comento retrate a questão da esmola, podemos racionalmente estender a sua interpretação às mais diversas situações do dia a dia, que exigem de cada um de nós o desafio da transformação moral e de nos esforçarmos em domar as más inclinações ou más tendências, que ainda nos restam, através das ações de dar e de doar a nossa boa vontade em favor de cada um de nós em particular e da coletividade.

Retomando a questão da mão esquerda e da mão direita, embora haja uma grande preocupação com as fragilidades emocionais e sentimentais da mão esquerda, devemos ter, também, os devidos cuidados e a devida vigilância em relação à mão direita, ainda que ela seja considerada a mão da razão, por ser a mão da consciência, a mão que planeja e que orienta, a mão que aponta caminhos e a que tem o poder de controlar as emoções.

Pensemos nisso!

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita