Divaldo Franco na Suíça: “A felicidade é uma ave ligeira
que sempre voa de um lado para o outro”
Na manhã de 19 de maio de 2018, em Winterthur, na Suíça,
Divaldo Franco iniciou o seminário anual de Pentecostes.
Neste ano o tema foi “Seja Feliz Hoje”. Inicialmente foi
projetado um vídeo sobre a vida e a obra de Divaldo
Franco, em seguida a plateia foi agraciada com a bela
voz de Mauricio Virgens, interpretando Ave-Maria,
antecedendo a fala do querido orador.
Divaldo Franco, o Trator de Deus, segundo Chico
Xavier, iniciou afirmando que a felicidade é uma ave
ligeira que sempre voa de um lado para o outro, e quando
pensamos possuí-la, ela escapa de nossas mãos e vai
pousar mais adiante. Após esta introdução, o querido
amigo Dr. Juan Danilo saudou os presentes e os
internautas em nome da Mansão do Caminho, discorrendo
sobre a doação e o amor que é dispensado a todos que
buscam aquela veneranda instituição educacional,
afirmando que amar e servir é, sem dúvida, o caminho
para ser feliz.
Reassumindo a exposição, Divaldo optou por trazer
narrativas de experiências próprias, apresentando a
belíssima história do menino indiano Tamil, e de
seu encontro com Sathya Sai Baba (1926-2010),
guru indiano e um dos mais famosos e influentes líderes
religiosos de seu país, evidenciando o amor em ação, e
de como sementes do bem geram frutos de felicidade,
tocando profundamente a todos. Realmente, e sem a menor
dúvida, cada indivíduo pode plantar estas sementes de
amor, porque é capaz, se assim o desejar.
A felicidade não são as breves alegrias, mas é a
sementeira para toda a vida, por isto Jesus afirmou não
ser a felicidade deste mundo, mas ela começa neste mundo
através da semeadura. O homem moderno está rico de
teoria e vazio de realidade. Desenvolveu, aprendeu e
sabe trabalhar os instrumentos delicados da tecnologia,
mas não consegue equacionar as suas próprias emoções.
Aprofundando o tema, o nobre conferencista, citando o
médico psiquiatra e professor Emilio Mira y Lopez (1896-1964),
adentrou-se pelo campo dos quatro gigantes da alma, a
Rotina, a Ansiedade, o Medo e a Solidão. Trabalhou cada
um destes gigantes, evidenciando-os na vida de qualquer
ser humano, apresentando exemplos ricos, permitindo que
cada um se colocasse nas situações expostas, de forma
cristalina, contribuindo para que todos saíssem
enriquecidos com grandes aprendizados para a vida.
Tudo o que for plantado hoje, amanhã estará florindo,
espinhos ou flores. Ao plantar rosas, mesmo que os
espinhos firam as mãos, o perfume sempre compensará. A
felicidade é um estado natural de Deus com cada
criatura. Pode-se ser feliz hoje, afirmou Divaldo.
Trata-se de uma questão mental, é um estado de alma,
cada ser humano pode reverter estados negativos através
do pensamento e criar este estado de plenitude, de
felicidade.
Finalizando o primeiro dia do seminário, bem-disposto e
humorado, mesmo após ter falado por seis horas com
pequenos intervalos, Divaldo incentivou a todos,
relatando alguns diálogos seus com a benfeitora Joanna
de Ângelis sobre as relações da criatura humana e o
sofrimento. Esses diálogos sempre o motivam a amar e,
por extensão, motivou os presentes, asseverando que
ninguém se arrependerá por perdoar e amar.
É incrível e quase inexplicável, mas o Trator de Deus,
no auge de sua “adolescência”, ainda convidou aos que o
escutavam para uma atividade de perguntas e respostas a
ser efetivada após duas horas e meia de intervalo, na
sede do GEAK, em Winterthur. Quem é que aguenta
acompanhar este ritmo?
Encontro com trabalhadores –
Na noite de sábado, 19 de maio de 2018, Divaldo Franco,
atendendo ao convite dos amigos do Centro de Estudos
Espíritas Allan Kardec – CEEAK, de Winterthur, na
Suíça, participou de um encontro informal com os
trabalhadores espíritas, uma oportunidade de
elucidativas reflexões.
A exposição do tema ficou sob a responsabilidade do
querido amigo Juan Danilo que discorreu sobre o
inesquecível diálogo de Pedro com Jesus, questionando
sobre o número de vezes que deveria perdoar as ofensas,
adentrando-se na tão debatida questão do perdão, ainda
pouco vivenciada. A proposta psicológica do perdão,
afirmou Juan Danilo, é a mesma da reencarnação.
Facilmente o indivíduo fica sem a relativa paz adquirida
em razão da sua fragilidade moral, pelo passado de
equívocos que carrega.
Descobrindo mais e melhor a sua realidade espiritual, a
criatura humana deixa de reagir tanto e começa a agir um
pouco mais pela compreensão alcançada, por mínima que
seja. A reforma íntima, afirmou, requer um olhar
aprofundado nas ferramentas que a codificação da
Doutrina Espírita oferece. A fé raciocinada, a oração e
o autoconhecimento são ferramentas oferecidas pelo
Espiritismo.
Encerrando sua exposição, Juan Danilo afirmou que errar
faz parte da vida dos indivíduos, porém, jamais deve
desistir, afinal está caminhando, evoluindo, e todo
aquele que caminha está sujeito a tropeços, buscando
sempre se educar. Muito aplaudido pelos presentes que o
receberam com alegria efusiva, o expositor os cativou
através de sua abordagem simples e profunda.
Na sequência, Divaldo Franco passou a responder as
questões formuladas sobre assuntos diversos. Suas
respostas, enriquecidas com relatos riquíssimos,
sensibilizaram pela beleza dos detalhes. A experiência
de Divaldo é impressionante. Construída através de uma
vida dedicada à divulgação e à vivência do Evangelho de
Jesus, Divaldo Franco é um manancial caudaloso de
conhecimento enriquecido por uma longa jornada que lhe
permite falar ao coração. Assim foi encerrada a noite,
após um longo dia de atividades. E o semeador? Saiu a
semear...
Conclusão do seminário –
Na manhã do dia 20 de maio de 2018, domingo, dando
prosseguimento com o seminário de Pentecostes, em Winterthur,
na Suíça, Divaldo Franco iniciou discorrendo sobre a
vida e a obra de Sócrates, o pai da filosofia, que
também lecionava o autoconhecimento. Allan Kardec,
afirmou Divaldo, utilizando-se da base dos conhecimentos
Socráticos, e perguntando aos Espíritos sobre a forma
mais eficaz para a evolução do ser humano, obteve
semelhante resposta, indicando as diretrizes apontadas
por Sócrates: o conhece-te a ti mesmo.
Mergulhando nos ensinamentos contidos nas obras básicas
do Espiritismo, o Arauto do Evangelho trouxe inúmeras
reflexões, através da filosofia, proporcionando uma
ampla compreensão nestes intrincados caminhos da
evolução. Hoje, com o avanço da ciência, a humanidade já
dispõe do Holograma, e o homem, embora desejando uma
filosofia do toque, da matéria, os Espíritos oferecem
uma filosofia de ideias.
O que vemos não é como vemos, diz a física moderna,
somos enganados por nossas sensações. Através destas
sensações chega-se às emoções, que por sua vez,
conduzirá a criatura humana a alcançar a intuição, eis
aí a evolução do pensamento. Avançamos para a
autoterapia, os médicos do porvir somente nos auxiliarão
a bem direcionar o pensamento.
A filosofia da felicidade está centrada no amor, afirmou
Divaldo. Viva, portanto, intensamente cada momento de
sua vida, de forma que, ao encerrar esta etapa, possas
repetir Confúcio: Quando chegaste, todos sorriram e
tu choravas. Vive de tal forma, que ao retornares,
quando todos chorarem tua partida, tu possas sorrir,
pela paz de consciência conquistada por uma existência
reta.
Citando o grande psiquiatra austríaco Viktor Frankl (1905-1997),
criador da logoterapia, e que se tornou um
símbolo da solidariedade, sobrevivendo aos campos de
concentração nazistas, reforçava a necessidade de se ter
um sentido psicológico, uma meta transpessoal na vida,
evitando o vazio existencial. Divaldo ainda narrou a
bela história do colar de diamantes, evidenciando que,
em muitas oportunidades e ocasiões, o homem somente
atribui real valor para o que possui quando perde.
Observação: Para os detalhes desta bela história,
consulte a obra O Colar de Diamantes, de Divaldo Franco,
compilada por Délcio Carvalho.
O incansável trabalhador de Jesus, com bom ânimo, ainda
respondeu diversas perguntas formuladas pelos presentes,
dividindo sua enorme experiência de vida, afirmando que
todos podem ser felizes desde a hora que desejar. Ao
encerrar o seminário, era visível a emoção que envolveu
a todos, tocados no íntimo pelas narrativas, pelo
carinho deste peregrino do Cristo. Os efusivos aplausos
que recebeu foram de gratidão, reconhecimento e de
estímulos para prosseguir, intimorato, neste roteiro de
luz pelo continente europeu.
Conferência derradeira –
Na manhã de segunda-feira, 21 de maio de 2018,
encerrando as atividades doutrinárias na Suíça, Divaldo
Franco realizou uma conferência, lotando o auditório,
após o encerramento do seminário de Pentecostes. O
dedicado trabalhador, apresentando as conclusões de
Jung, fez judiciosas referências às sombras, às
tendências negativas, à predominância do ego e, fazendo
um exame das imperfeições humanas, asseverou ser
necessário estabelecer a ligação entre o EGO e o SELF.
Esse eixo, EGO-SELF, por onde os indivíduos transitam,
somente será alcançado quando for atingido o estado
numinoso de consciência, a plenitude.
Divaldo traçou um paralelo entre as bem-aventuranças e o
episódio de Massada, um imponente planalto escarpado,
situado no litoral sudoeste do Mar Morto. O local é uma
fortaleza natural, com penhascos íngremes e terreno
acidentado e que passou a história por não se render aos
romanos, matando-se uns aos outros, todos as novecentas
pessoas que ali se encontravam. Sempre teremos a imensa
paisagem da humanidade formada pelo bom, pelo bem, pelas
bem-aventuranças e, pelo outro lado, há a presença do
mal, da morte, da ignorância, de Massada.
Discorreu, ampla e profundamente, sobre a figura
incomparável do Mestre de Nazaré, apresentando-O de
forma simples, para que todos pudessem compreender e
trazer definitivamente Jesus para perto de si, como a um
amigo com o qual se pode sempre contar. Referindo-se e
analisando o paradoxo das religiões, que pelo fanatismo
religioso provocou o maior número de guerras na
humanidade, em contraste com os fatores econômicos e
sociais, sempre em menor incidência, inclusive nos dias
da atualidade, por absoluta falta do exercício do amor
apregoado pelo Cristo. Auxiliando na compreensão dos
ensinamentos de Jesus, e à luz da Doutrina Espírita,
interpretou diversas vivências do Mestre Galileu sob a
óptica da psicologia profunda.
Ao final do encontro, o querido orador, Divaldo Franco,
apresentou palavras de conforto para aqueles que estão
longe da sua Pátria, sofrendo saudades, confortando-os
moralmente, incentivando a vitória sobre si mesmo,
apresentando Jesus muito próximo, possível de ser
alcançado, pois que é o amigo dos que sofrem.
Aplaudido intensamente, e de pé, o trabalhador do Cristo
encerrou a jornada pela Suíça, despedindo-se de todos,
porque a labuta prossegue e Viena, na Áustria, já o
aguarda. Segue, assim, o “jovem” agricultor de Jesus,
porque a semeadura no solo ainda árido dos corações não
pode parar, e ele sabe bem disto, divulgando a mensagem
do consolador de forma sistemática, com alegria e
destemor.
Texto e fotos: Ênio
Medeiros. |