Jesus e dificuldade
“Não se vos turbe o coração.” - Jesus. (João, 14:27.)
Jesus nunca prometeu aos discípulos qualquer isenção de
dificuldades, mas com frequência reclamava-lhes o
coração para a confiança.
No cenáculo, descerrando, afetuoso, o coração para os
aprendizes, dentre muitas palavras de esperança e de
amor, asseverou com firmeza:
- “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
Pacificava o ânimo dos companheiros timoratos, entre
quatro paredes, sabendo que, em derredor, se agigantava
a trama das sombras.
Lá fora, Judas era atraído aos conchavos da deserção;
sacerdotes confabulavam com escribas e fariseus sobre o
melhor processo de enganarem o povo, para que o povo
pedisse a morte d’Ele; agentes do Sinédrio penetravam
pequenos agrupamentos de rua açulando contra Ele as
forças da opinião; perseguidores desencarnados excitavam
o cérebro dos guardas que o deteriam no cárcere, e
quantos Lhe seguiam a atividade, regurgitando ódio
gratuito, prelibavam-Lhe o suplício...
Jesus, percuciente, não desconhecia a conspiração das
trevas... Entretanto, lúcido e calmo, findo o
entendimento com os irmãos de apostolado, dirige-se à
oração no jardim, para, além da oração, confiar-se aos
testemunhos supremos...
Não procures, assim, fugir à luta que te afere o valor.
Aceita os desafios da senda, como quem se reconhece
chamado a batalhar pela vitória do bem, com a obrigação
permanente de extinguir o mal em nós mesmos. E não
apeles para o Senhor como advogado da fuga calculada ao
dever.
Lembra-te de que o Mestre a ninguém prometeu avenidas de
sonho e horizontes azuis na Terra, mas, sim, convicto de
que a tempestade das contradições humanas não poupariam
a Ele próprio, advertiu-nos, sensatamente:
- “Não se vos turbe o coração”.
Do livro Palavras de Vida Eterna,
obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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