Divaldo Franco: “O sentido primeiro e
último da vida é amar”
O conhecido médium e orador deu início em Mannheim, na
Alemanha, no dia 10 de maio, a um novo ciclo de
palestras pelo continente europeu
No entardecer do dia 10 de maio de 2018, na bela cidade
de Mannheim, na Alemanha, Divaldo Franco iniciou mais um
roteiro de palestras pelo continente europeu. No total,
trinta dias de ininterruptas atividades, passando por
oito países e onze cidades.
Ainda se recuperando de recente procedimento cirúrgico
na coluna, Divaldo Franco, em sua jovialidade, afirma
que Deus criou o corpo humano para movimentar-se;
portanto, onde surja uma oportunidade de levar o
Evangelho do Cristo, de divulgar a amada Doutrina
Espírita, ali estará ele, o incansável semeador de
estrelas.
Cerca de trezentas pessoas lotaram o salão Trafohaus,
onde Divaldo abordou o tema Sich Von Leiden Befrein,
ou seja, Libertação do Sofrimento.
Inicialmente a palavra foi passada ao amigo Dr. Juan
Danilo Rodríguez, médico, terapeuta holístico, que vem,
ultimamente, desempenhando mais um papel de extrema
importância, o de acompanhar Divaldo Franco em suas
viagens com o olhar atento de médico, prestando auxílio
ao querido amigo, irmão, verdadeiro pai. Dr. Juan,
dispensando-lhe todos os cuidados necessários, a atenção
e o carinho, assemelha-se a um verdadeiro filho.
Saudando a todos, discorreu sobre as atividades
realizadas na Mansão do Caminho, onde atualmente reside.
Dr. Juan, com sua habitual ternura, adentrou-se no campo
do sofrimento, da felicidade e do amor, passando de
imediato a palavra ao orador da noite.
Divaldo iniciou sua fala abordando o fenomenal trabalho
desenvolvido por Allan Kardec, lembrando que o
Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem
e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o
mundo corporal, e assim marcha ao lado da ciência
acadêmica, aceita todas as descobertas da ciência, mas
não se detém onde a ciência se detém, indo além e dos
efeitos remonta às causas.
Sidarta Gautama, o Buda, quando questionado sobre
o que vem depois da morte, respondeu falando da
Reencarnação, pois que a vida do ser imortal é uma só,
mergulhando em um novo corpo a cada nova etapa da
evolução. Sobre Paulo de Tarso, destacou ter alcançado o
pensamento cósmico, afirmando: já não sou eu quem
vive, mas o Cristo quem vive em mim. Este é o estado
de Nirvana, ou estado de Plenitude, ou ainda, o estado
numinoso, definido por Jung.
O insigne orador alertou que, em geral, temos
dificuldades em entender que devemos buscar ser felizes
dentro das possibilidades que temos, e não nos
inquietarmos com o que não temos, nem sempre necessário.
Uma das causas de nossa infelicidade é o apego. Assim,
deveremos amar, sem, no entanto, querer ser
proprietário. O bom da vida não é ter, mas é viver em
paz.
O segredo da vitalidade, afirmou Divaldo, é o
pensamento, a qualidade do pensar, a vida interior,
fazendo reflexões profundas sobre si próprio,
transformando o sofrimento, apenas, em uma questão de
desgaste exterior. Quando o amor é externo, alimentado
pela libido, ele se desgasta e, desgastando-se, gera o
sofrimento.
Com sua larga vivência, Divaldo conduziu a temática do
sofrimento de maneira leve e descontraída, fazendo com
que a atenta plateia risse com frequência ao narrar suas
experiências. A alegria de viver, o prazer de dizer
quanto a vida é bela, tem feito com que Divaldo prossiga
vivendo intensamente cada momento de sua vida. A vida,
afirmou ele, não vale pelo número de anos vividos, mas
pela intensidade de cada momento vivido. Ao encerrar,
alertou para não nos atormentarmos com coisas
secundárias, porque tudo passa na vida, menos o amor de
Deus por nós.
Foi emocionante ouvir de alguém com uma longa caminhada,
como a de Divaldo Franco, as suas vivências de amor a si
mesmo, ao próximo, a busca por ser gentil, por amar
incondicionalmente.
O auditório ficou embevecido com as narrativas que
emocionaram a todos. Certamente foi possível retornar ao
quotidiano com uma mensagem de alegria, de amor,
antídotos para o sofrimento.
Amor foi o tema da palestra em Luxemburgo
No dia 11 de maio, após a conclusão das tarefas em
Mannheim, na Alemanha, foi a vez de Luxemburgo receber a
presença de Divaldo Franco em mais uma noite memorável.
Deslocando-se de automóvel, em um percurso de cerca de
três horas, Divaldo foi recebido pelos amigos do Grupo
Espírita Allan Kardec de Luxemburgo, coordenado pela
dedicada amiga Zelina Poinsignon. O tema encetado foi L’Amour
Comme Solution, O Amor como Solução. A tradução ao
idioma francês foi da querida Sophie Giusti.
Inicialmente o amigo Dr. Juan Danilo, iniciando as
atividades, afirmou que o amor é a grande esperança da
humanidade. Aquele que ama, fala com o coração e esquece
os erros alheios, educa e, esquecendo-se de si próprio,
busca auxiliar o próximo. Dirigindo-se aos corações
amigos, discorreu sobre o grandioso trabalho realizado
pela Mansão do Caminho, em Salvador, sensibilizando-os
pelo amor que move esta grande instituição.
O seareiro do Cristo, Divaldo Franco, citando Mahatma
Gandhi, destacou a seguinte assertiva do grande
pacifista: Se um único homem atingir a mais elevada
qualidade de amor, isto seria suficiente para anular
todo o mal do mundo. O ilustre conferencista
mergulhou suas considerações na figura incomparável de
Jesus, Aquele que pronunciou a palavra amor por primeira
vez, ocupando-se do verbo amar.
Segundo o filósofo Ernest Renan (1823-1892),
Jesus é tão extraordinário que não coube dentro da
história, dividindo-a em antes e depois Dele. O amor,
afirmou Divaldo, é a solução de todo e qualquer
problema, a ponto de Jesus o apresentar e vivê-lo,
transformando-o no mais elevado grau das virtudes
morais. Na atualidade, o amor é o maior recurso
terapêutico para a aquisição da saúde, afinal, quem ama
não adoece.
Quem não possui amor e caridade no coração, está perdido
em si mesmo, sem um sentido existencial, pois o sentido
verdadeiro da vida é o amor, e a caridade é a expressão
mais elevada do amor.
Apresentando experiências próprias, de forma alegre e
jovial e frequentemente provocando muitos risos na
atenta plateia, Divaldo Franco, tocou os corações
sensíveis. Em sua longa trajetória apresentou-se,
sempre, como um verdadeiro cristão, dedicando a sua vida
a amar e a servir, encontrando, portanto, um sentido
psicológico para a vida, conquistando a plenitude.
Divaldo fala do que vive, é autêntico, quer na
intimidade, quer em público, assim equipado, sensibiliza
com facilidade, afinal, a sua, é uma existência de
dedicação ao próximo e a Jesus.
Narrando a trajetória do americano Dr. Dean Ornish,
cardiologista, com grandes conflitos com relação ao seu
pai, e que após superá-los escreveu o best seller “Amor
e Sobrevivência”, demonstrando que o sofrimento tem uma
face positiva, sendo tanto um recurso terapêutico para a
alma quanto um verdadeiro método educacional para o
progresso do ser humano, que sente-se, assim,
impulsionado a realizar a viagem interior para o
autodescobrimento e a libertação dos grilhões que o
retêm na inferioridade espiritual.
O Paulo de Tarso da atualidade fez especial
convite para o desenvolvimento da coragem visando
reconhecer os próprios erros. É preciso muita coragem
para assumir um erro ou para pedir perdão. O amor é bom
para quem ama, é o halo Divino que nos sustenta. O
Espiritismo é portador da ética e moral do Cristo, que
nos convidou a amarmo-nos uns aos outros, como Ele nos
ama. Experiente e portador dos predicados do amor,
Divaldo lembra sempre dos corações que sofrem e que
choram, e tomado de compaixão, não consegue ficar
parado, preferindo sair pelo mundo para levar o mapa da
felicidade, o Espiritismo, o caminho para ser feliz.
Ao encerrar deixou uma mensagem de otimismo e de alegria
aos irmãos de Luxemburgo, afirmando que podemos mudar o
mundo amando mais. O sentido primeiro e último da vida é
amar. Seja você aquele que tem a honra de amar. Todos
dali saímos embevecidos com a mensagem de amor contida
na simplicidade do verbo daquele que saiu para semear as
sementes de amor para um mundo melhor. É possível, sim,
é possível construirmos um mundo melhor. Divaldo é o
exemplo vivo de que todos podemos fazer a diferença no
mundo, vale a pena amar.
Reunião com os espíritas de Luxemburgo
Na tarde do dia 12 de maio de 2018, em Luxemburgo, na
sede do Grupo Espírita Allan Kardec, atendendo à
solicitação do querido amigo Divaldo Franco foi
promovida uma reunião com os espíritas de Luxemburgo e
de outros países que ali se encontravam, tais como
França, Espanha, Alemanha, Brasil e Portugal, entre
outros, para uma atividade informal, afinal, todo o
espírita deve estar sempre em ação.
Inicialmente o Dr. Juan Danilo expôs, de forma
fraternal, diversas questões do quotidiano daqueles que
buscam introjetar o Espiritismo em suas vidas, com
conceitos ainda muito discutidos e pouco vivenciados. Os
indivíduos, ainda, com a utilização de seu
livre-arbítrio, tentam modificar os outros, deixando, no
entanto, para mais tarde a sua própria mudança para
melhor. Juan abordou com propriedade as mudanças que
ocorrem na forma de pensar e agir na vida de todo aquele
que se dedica a estudar, a refletir os conceitos
espíritas que se vão tornando cada vez mais presentes, e
que, por vezes, levam a não somente perceber, mas,
também, a questionar o que até então sequer era
observado. O conhecimento profundo dos postulados
espíritas convida à renovação. Enriquecendo o
conhecimento, Dr. Juan narrou com muita simplicidade
suas próprias experiências, como por exemplo, a forma
como o Espiritismo chegou em sua vida, sensibilizando e
estimulando a todos simultaneamente.
Divaldo Franco, que acompanhava as narrativas do amigo
Juan, até então, tomando a palavra, prosseguiu o
agradável momento de reflexões trazendo, com sua vasta
experiência, o esclarecimento de que toda a crise é o
preludio da mudança. Hoje aí está a crise, anunciando a
era nova, um mundo novo, de regeneração, que se fará com
a mudança de cada ser humano para melhor. O Espiritismo,
afirmou o nobre orador, não é SOLUCIONADOR, ele é
CONSOLADOR, não está estabelecido apenas para enxugar as
lagrimas, mas para extirpá-las da vida de todos, porque
se reporta às causas, anulando-as através da
compreensão, da lógica e da razão, que conduzem às
mudanças saneadoras de conduta.
Ao final do singelo encontro, buscou, o sensível
trabalhador de Jesus, estimular ao bom combate, às
renúncias necessárias, ao bom ânimo e à alegria de
viver. Foram momentos muito significativos para todos,
afinal não é todo o dia que se pode contar com a
experiência de mais de setenta anos de trabalho no bem,
no exercício da mediunidade e no convívio com os
Espíritos.
Texto e fotos: Ênio
Medeiros. |