Internacional
por Ênio Medeiros

Ano 12 - N° 570 - 3 de Junho de 2018

Divaldo Franco: “O sentido primeiro e último da vida é amar”


O conhecido médium e orador deu início em Mannheim, na Alemanha, no dia 10 de maio, a um novo ciclo de palestras pelo continente europeu


No entardecer do dia 10 de maio de 2018, na bela cidade de Mannheim, na Alemanha, Divaldo Franco iniciou mais um roteiro de palestras pelo continente europeu. No total,  trinta dias de ininterruptas atividades, passando por oito países e onze cidades.

Ainda se recuperando de recente procedimento cirúrgico na coluna, Divaldo Franco, em sua jovialidade, afirma que Deus criou o corpo humano para movimentar-se; portanto, onde surja uma oportunidade de levar o Evangelho do Cristo, de divulgar a amada Doutrina Espírita, ali estará ele, o incansável semeador de estrelas.

Cerca de trezentas pessoas lotaram o salão Trafohaus, onde Divaldo abordou o tema Sich Von Leiden Befrein, ou seja, Libertação do Sofrimento.

Inicialmente a palavra foi passada ao amigo Dr. Juan Danilo Rodríguez, médico, terapeuta holístico, que vem, ultimamente, desempenhando mais um papel de extrema importância, o de acompanhar Divaldo Franco em suas viagens com o olhar atento de médico, prestando auxílio ao querido amigo, irmão, verdadeiro pai. Dr. Juan, dispensando-lhe todos os cuidados necessários, a atenção e o carinho, assemelha-se a um verdadeiro filho.

Saudando a todos, discorreu sobre as atividades realizadas na Mansão do Caminho, onde atualmente reside. Dr. Juan, com sua habitual ternura, adentrou-se no campo do sofrimento, da felicidade e do amor, passando de imediato a palavra ao orador da noite.

Divaldo iniciou sua fala abordando o fenomenal trabalho desenvolvido por Allan Kardec, lembrando que o Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal, e assim marcha ao lado da ciência acadêmica, aceita todas as descobertas da ciência, mas não se detém onde a ciência se detém, indo além e dos efeitos remonta às causas. 

Sidarta Gautama, o Buda, quando questionado sobre o que vem depois da morte, respondeu falando da Reencarnação, pois que a vida do ser imortal é uma só, mergulhando em um novo corpo a cada nova etapa da evolução. Sobre Paulo de Tarso, destacou ter alcançado o pensamento cósmico, afirmando: já não sou eu quem vive, mas o Cristo quem vive em mim. Este é o estado de Nirvana, ou estado de Plenitude, ou ainda, o estado numinoso, definido por Jung.

O insigne orador alertou que, em geral, temos dificuldades em entender que devemos buscar ser felizes dentro das possibilidades que temos, e não nos inquietarmos com o que não temos, nem sempre necessário. Uma das causas de nossa infelicidade é o apego. Assim, deveremos amar, sem, no entanto, querer ser proprietário. O bom da vida não é ter, mas é viver em paz.

O segredo da vitalidade, afirmou Divaldo, é o pensamento, a qualidade do pensar, a vida interior, fazendo reflexões profundas sobre si próprio, transformando o sofrimento, apenas, em uma questão de desgaste exterior. Quando o amor é externo, alimentado pela libido, ele se desgasta e, desgastando-se, gera o sofrimento.

Com sua larga vivência, Divaldo conduziu a temática do sofrimento de maneira leve e descontraída, fazendo com que a atenta plateia risse com frequência ao narrar suas experiências. A alegria de viver, o prazer de dizer quanto a vida é bela, tem feito com que Divaldo prossiga vivendo intensamente cada momento de sua vida. A vida, afirmou ele, não vale pelo número de anos vividos, mas pela intensidade de cada momento vivido. Ao encerrar, alertou para não nos atormentarmos com coisas secundárias, porque tudo passa na vida, menos o amor de Deus por nós.

Foi emocionante ouvir de alguém com uma longa caminhada, como a de Divaldo Franco, as suas vivências de amor a si mesmo, ao próximo, a busca por ser gentil, por amar incondicionalmente.

O auditório ficou embevecido com as narrativas que emocionaram a todos. Certamente foi possível retornar ao quotidiano com uma mensagem de alegria, de amor, antídotos para o sofrimento.

Amor foi o tema da palestra em Luxemburgo

No dia 11 de maio, após a conclusão das tarefas em Mannheim, na Alemanha, foi a vez de Luxemburgo receber a presença de Divaldo Franco em mais uma noite memorável. Deslocando-se de automóvel, em um percurso de cerca de três horas, Divaldo foi recebido pelos amigos do Grupo Espírita Allan Kardec de Luxemburgo, coordenado pela dedicada amiga Zelina Poinsignon. O tema encetado foi L’Amour Comme Solution, O Amor como Solução. A tradução ao idioma francês foi da querida Sophie Giusti.

Inicialmente o amigo Dr. Juan Danilo, iniciando as atividades, afirmou que o amor é a grande esperança da humanidade. Aquele que ama, fala com o coração e esquece os erros alheios, educa e, esquecendo-se de si próprio, busca auxiliar o próximo. Dirigindo-se aos corações amigos, discorreu sobre o grandioso trabalho realizado pela Mansão do Caminho, em Salvador, sensibilizando-os pelo amor que move esta grande instituição.

O seareiro do Cristo, Divaldo Franco, citando Mahatma Gandhi, destacou a seguinte assertiva do grande pacifista: Se um único homem atingir a mais elevada qualidade de amor, isto seria suficiente para anular todo o mal do mundo.  O ilustre conferencista mergulhou suas considerações na figura incomparável de Jesus, Aquele que pronunciou a palavra amor por primeira vez, ocupando-se do verbo amar.

Segundo o filósofo Ernest Renan (1823-1892), Jesus é tão extraordinário que não coube dentro da história, dividindo-a em antes e depois Dele. O amor, afirmou Divaldo, é a solução de todo e qualquer problema, a ponto de Jesus o apresentar e vivê-lo, transformando-o no mais elevado grau das virtudes morais. Na atualidade, o amor é o maior recurso terapêutico para a aquisição da saúde, afinal, quem ama não adoece.

Quem não possui amor e caridade no coração, está perdido em si mesmo, sem um sentido existencial, pois o sentido verdadeiro da vida é o amor, e a caridade é a expressão mais elevada do amor.

Apresentando experiências próprias, de forma alegre e jovial e frequentemente provocando muitos risos na atenta plateia, Divaldo Franco, tocou os corações sensíveis. Em sua longa trajetória apresentou-se, sempre, como um verdadeiro cristão, dedicando a sua vida a amar e a servir, encontrando, portanto, um sentido psicológico para a vida, conquistando a plenitude. Divaldo fala do que vive, é autêntico, quer na intimidade, quer em público, assim equipado, sensibiliza com facilidade, afinal, a sua, é uma existência de dedicação ao próximo e a Jesus.

Narrando a trajetória do americano Dr. Dean Ornish, cardiologista, com grandes conflitos com relação ao seu pai, e que após superá-los escreveu o best seller “Amor e Sobrevivência”, demonstrando que o sofrimento tem uma face positiva, sendo tanto um recurso terapêutico para a alma quanto um verdadeiro método educacional para o progresso do ser humano, que sente-se, assim, impulsionado a realizar a viagem interior para o autodescobrimento e a libertação dos grilhões que o retêm na inferioridade espiritual.

Paulo de Tarso da atualidade fez especial convite para o desenvolvimento da coragem visando reconhecer os próprios erros. É preciso muita coragem para assumir um erro ou para pedir perdão. O amor é bom para quem ama, é o halo Divino que nos sustenta. O Espiritismo é portador da ética e moral do Cristo, que nos convidou a amarmo-nos uns aos outros, como Ele nos ama. Experiente e portador dos predicados do amor, Divaldo lembra sempre dos corações que sofrem e que choram, e tomado de compaixão, não consegue ficar parado, preferindo sair pelo mundo para levar o mapa da felicidade, o Espiritismo, o caminho para ser feliz.

Ao encerrar deixou uma mensagem de otimismo e de alegria aos irmãos de Luxemburgo, afirmando que podemos mudar o mundo amando mais. O sentido primeiro e último da vida é amar. Seja você aquele que tem a honra de amar. Todos dali saímos embevecidos com a mensagem de amor contida na simplicidade do verbo daquele que saiu para semear as sementes de amor para um mundo melhor. É possível, sim, é possível construirmos um mundo melhor. Divaldo é o exemplo vivo de que todos podemos fazer a diferença no mundo, vale a pena amar.

Reunião com os espíritas de Luxemburgo

Na tarde do dia 12 de maio de 2018, em Luxemburgo, na sede do Grupo Espírita Allan Kardec, atendendo à solicitação do querido amigo Divaldo Franco foi promovida uma reunião com os espíritas de Luxemburgo e de outros países que ali se encontravam, tais como França, Espanha, Alemanha, Brasil e Portugal, entre outros, para uma atividade informal, afinal, todo o espírita deve estar sempre em ação. 

Inicialmente o Dr. Juan Danilo expôs, de forma fraternal, diversas questões do quotidiano daqueles que buscam introjetar o Espiritismo em suas vidas, com conceitos ainda muito discutidos e pouco vivenciados. Os indivíduos, ainda, com a utilização de seu livre-arbítrio, tentam modificar os outros, deixando, no entanto, para mais tarde a sua própria mudança para melhor. Juan abordou com propriedade as mudanças que ocorrem na forma de pensar e agir na vida de todo aquele que se dedica a estudar, a refletir os conceitos espíritas que se vão tornando cada vez mais presentes, e que, por vezes, levam a não somente perceber, mas, também, a questionar o que até então sequer era observado. O conhecimento profundo dos postulados espíritas convida à renovação. Enriquecendo o conhecimento, Dr. Juan narrou com muita simplicidade suas próprias experiências, como por exemplo, a forma como o Espiritismo chegou em sua vida, sensibilizando e estimulando a todos simultaneamente.

Divaldo Franco, que acompanhava as narrativas do amigo Juan, até então, tomando a palavra, prosseguiu o agradável momento de reflexões trazendo, com sua vasta experiência, o esclarecimento de que toda a crise é o preludio da mudança. Hoje aí está a crise, anunciando a era nova, um mundo novo, de regeneração, que se fará com a mudança de cada ser humano para melhor. O Espiritismo, afirmou o nobre orador, não é SOLUCIONADOR, ele é CONSOLADOR, não está estabelecido apenas para enxugar as lagrimas, mas para extirpá-las da vida de todos, porque se reporta às causas, anulando-as através da compreensão, da lógica e da razão, que conduzem às mudanças saneadoras de conduta.

Ao final do singelo encontro, buscou, o sensível trabalhador de Jesus, estimular ao bom combate, às renúncias necessárias, ao bom ânimo e à alegria de viver. Foram momentos muito significativos para todos, afinal não é todo o dia que se pode contar com a experiência de mais de setenta anos de trabalho no bem, no exercício da mediunidade e no convívio com os Espíritos.

 

Texto e fotos: Ênio Medeiros.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita