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por Claudio Viana Silveira

  

Uma exibição!


“Exibindo 
[Jesus] diante do povo, Pilatos não afirma: ‘Eis o condenado, eis a vítima’. Diz, simplesmente: ‘Eis o homem!’[Ecce Homo!]” (Emmanuel)


Pilatos não condenaria Jesus, haja vista o povo Judeu, escravo de Roma, possuir uma corte que poderia fazê-lo.

Tal corte, o Sinédrio, já resolvera condená-Lo, atendendo a anseios conspiratórios do sumo e demais sacerdotes.

Pilatos não vê crime no Homem (para ele anônimo) integrante de um povo escravo: a vida (ou a morte) desse “escravo” pouco lhe dizia respeito; pouco sabia quem era!...

Dessa forma, o trata com indiferença e ato de superioridade terrestre, pois era o representante de Roma: o símbolo da opressão.

Percebe-se que, mesmo não se referindo a Jesus como condenadoou vítima, Pilatos promove um espetáculo, comum em seu império:uma exibição!

Tal exibição possuía o intuito de “divertir” e dividir as opiniões do povo Judeu sobre o sentenciado em questão.

A multidão (calcula-se 5.000), à qual Jesus saciara por ocasião do Sermão do Monte, era a mesma que agora, perante o “espetáculo”, bradava: “crucifica-o; crucifica-o!”

Se, para o Sinédrio, era uma questão de honra sacrificar aquele “Homem Impostor”, e rápido, antes das celebrações da Páscoa, para Pilatos aquilo era apenas uma questiúncula...

... E tal tarefazinha não lhe estava afeta: lava, então, as mãos, num gesto material, mas principalmente moral, desejando informar que, apesar de não ver culpa naquele homem, o entregaria à fúria dos fariseus.

E se houvesse culpa naquele Homem, também não lhe importaria!...

* * *

Verifiquemos que o povo Judeu, o “escolhido” (de uma forma simbólica, representando a humanidade toda) para receber a primeira e segunda Revelação, em geral não entendia a Reencarnação Redentora desse “Ecce Homo”. Como muitos de nós ainda hoje não desejamos entendê-la.

Subjugados há quase dois mil anos por diferentes impérios, aquele Jesus manso, paciente, pacífico e defensor do perdão não os representava, como a muitos de nós, efetivamente, ainda não representa!

Frustrava-lhes as expectativas terrenas; pois Sua proposta era de ordem Divina.

O Mestre, em seus três anos de Ministério, apresentava-lhes umaLinha Moral...

... E essa Linha Moral é o que valida a reencarnação de cada um de nós, tornando nossa Humanidade Real...

... Coisa que seus coirmãos não entenderam por ignorância e ainda hoje muitos de nós não entendemos, mesmo inteligentes e esclarecidos.


(Sintonia: Xavier, Francisco Cândido,Fonte Viva, ditado por Emmanuel, Cap. 127 Humanidade real; 1ª edição da FEB.)

 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita