Transtornos Psiquiátricos
e Obsessivos
Parte 4
Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do
livro Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos,
obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda,
psicografada por Divaldo Franco no ano de 2008.
Questões preliminares
A. A programação do trabalho a realizar é algo que os
espíritos responsáveis prezam?
Sim. Programação e não improviso, eis o que Manoel
Philomeno enfatiza. Segundo ele, o improviso é sempre
gerador de muitos insucessos. Os espíritos responsáveis
são muito cautelosos e, conhecedores das leis que regem
a vida, sempre têm o cuidado de agir com equilíbrio e
reflexão, considerando os impositivos estabelecidos pela
ordem que vige em toda parte.(Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
B. Quem foi a senhora Antonelli e que tipo de
mediunidade caracterizou sua atuação na última
existência?
A senhora Antonelli foi médium em uma importante cidade
do interior do estado de São Paulo. Portadora da
faculdade de efeitos físicos – ou ectoplasmia -,
tornara-se dócil instrumento dos nobres mensageiros
espirituais, cujas comunicações pelo processo da
tiptologia constituíram alento e força, para que fosse
conseguida a meta ambicionada pelos espíritas da cidade:
a construção de um hospital psiquiátrico. Afável e
meiga, fora ela mãe devotada e esposa carinhosa, amiga
gentil e extremamente caridosa, consciente das suas
responsabilidades na condição de médium dos espíritos.
Todo o tempo de que dispunha, sabia aplicá-lo a serviço
do bem, tornando-se verdadeiro exemplo de medianeira
espírita, humilde e responsável, cativando a simpatia e
o afeto de todos quantos dela se acercavam.(Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
C. A respeito dos cristãos de sua época, que frase é
atribuída a Santo Eusébio de Cesareia?
Grande admirador de Constantino, quando viu o
Cristianismo popularizar-se e começar a perder a
grandeza moral derivada do sacrifício dos seus mártires,
Eusébio teria dito: - “Enquanto experimentávamos as
perseguições mais cruentas, éramos muito mais fiéis a
Jesus...” Essa frase foi lembrada por Manoel Philomeno
numa referência aos médiuns imaturos que, ao contrário
do exemplo dado por aqueles que se sacrificaram pelo
Espiritismo e se mantiveram dignos no desempenho do
mandato mediúnico, utilizam suas faculdades medianímicas
para fins personalistas, para o comércio das vaidades,
levianamente indiferentes à gravidade de que a
mediunidade deve revestir-se. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
Texto para leitura
42. Convivência saudável – Após a palestra,
Manoel Philomeno foi apresentado a um casal portador deaura
cativante e enternecedora,
que havia vivido em próspera cidade do interior do
estado de São Paulo, onde ambos se dedicaram à
assistência psiquiátrica e desobsessiva aos irmãos
atormentados, mental e espiritualmente, aos quais muito
amavam. Graças a um grupo de abnegados servidores de
Jesus, ergueram, com o esforço de denotado trabalhador
da Doutrina Espírita, que também se encontrava presente,
o irmão Jacques Verner, um hospital psiquiátrico,
atualmente com a designação de clínica psiquiátrica, de
acordo com os novos padrões propostos para a saúde
mental. Naquela oportunidade, o casal Antonelli, em face
de novas programações que estavam em delineamento na
clínica atual, necessitava de apoio seguro de amigos
devotados na espiritualidade, a fim de ampliar o
atendimento desobsessivo aos enfermos, especialmente às
vítimas do alcoolismo e da drogadição, que enxameavam em
estarrecedora estatística, especialmente por causa das
recidivas. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
43. Convidado, nominalmente, para participar da
organização do novo desafio, após alguma reflexão, dr.
Inácio Ferreira anuiu, informando que dispunha de alguns
dias que poderiam ser aplicados nessa programação. A
propósito de programação e sua importância, Manoel
Philomeno diz que o improviso é sempre gerador de muitos
insucessos. Os espíritos responsáveis são muito
cautelosos e, conhecedores das leis que regem a vida,
sempre têm o cuidado de agir com equilíbrio e reflexão,
considerando os impositivos estabelecidos pela ordem que
vige em toda parte. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
44. Antes de começar o novo trabalho, Philomeno
acercou-se de Jacques Verner, a fim de ouvir-lhe o
relato das dificuldades iniciais enfrentadas, quando
programara a construção do hospital psiquiátrico, nos
recuados anos cinquenta, no século 20. Com entusiasmo
incomum, o novo companheiro narrou-lhe as experiências
adquiridas como resultado dos esforços para serem
conseguidos os recursos próprios para a concretização
daquele projeto, muito audacioso para os padrões da
época. Os benfeitores espirituais, porém, os
incentivaram a continuar e para isso foi fundamental a
participação da senhora Antonelli, portadora da
faculdade de efeitos físicos – ou ectoplasmia -, que se
tornara dócil instrumento dos nobres mensageiros
espirituais, cujas comunicações pelo processo da
tiptologia constituíram alento e força, para que fosse
conseguida a meta ambicionada. Afável e meiga, fora ela
mãe devotada e esposa carinhosa, amiga gentil e
extremamente caridosa, consciente das suas
responsabilidades na condição de médium dos espíritos.
Todo o tempo de que dispunha, sabia aplicá-lo a serviço
do bem, tornando-se verdadeiro exemplo de medianeira
espírita, humilde e responsável, cativando a simpatia e
o afeto de todos quantos dela se acercavam.(Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
45. A senhora Antonelli, próxima dali, conversava
animadamente com dona Maria Modesto sobre os escolhos à
prática da mediunidade e, recordando-se daqueles dias
heroicos, agradeciam a Deus a bênção de que haviam sido
objeto, especialmente por se haverem desincumbido a
contento em relação ao ministério que lhes fora
confiado. Sem nenhuma censura de sua parte, Manoel
Philomeno comparou-as com a precipitação de alguns
médiuns inexperientes da atualidade, que se encontram à
cata de louvaminhas e de glórias enganosas mediante o
exercício da faculdade de que se fazem instrumento,
realizando verdadeiro campeonato de exibicionismo,
distantes da seriedade e da responsabilidade que
deveriam ter primazia na sua conduta. A reflexão fê-lo
recordar uma frase atribuída a Santo Eusébio de
Cesareia, aliás grande admirador de Constantino, que
vendo o Cristianismo popularizar-se e começar a perder a
grandeza moral derivada do sacrifício dos seus mártires,
exclamou: - Enquanto experimentávamos as perseguições
mais cruentas, éramos muito mais fiéis a Jesus... De
certo modo, com as honoráveis exceções, à medida que a
mediunidade passou a desfrutar de respeitabilidade, em
face daqueles que por ela se sacrificaram, mantendo-se
dignos em relação ao mandato, começaram a surgir pessoas
imaturas que, não encontrando ressonância no mundo dos
prazeres para o exibicionismo que as caracteriza, e
sendo portadoras de faculdades medianímicas,
utilizam-nas, descuidadas, para fins personalistas, para
o comércio das vaidades, levianamente indiferentes à
gravidade de que a mediunidade se deve revestir, o que é
muito lamentável. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
46. José Petitinga, que fora contemporâneo do Dr.
Juliano Moreira, mas não o conhecera pessoalmente na
Terra, não ocultava a satisfação de tê-lo presente, como
parte do grupo de atividades. Como seria inevitável,
reconhecendo o valor extraordinário desse revolucionário
psiquiatra brasileiro, no atendimento aos alienados
mentais, cuja existência terrena fora assinalada por
grandes conquistas, em face do brilhantismo da sua
inteligência, demonstrou interesse em conhecer-lhe a
visão em torno das problemáticas mentais na atualidade.
Percebendo o desejo saudável do amigo, Dr. Juliano
referiu-se ao conceito vigente sobre as doenças mentais,
no fim do século XIX e começo do XX. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
47. Salientando, com muita naturalidade, os
enfrentamentos a que foi submetido, ele esclareceu:
“Deus concedeu-me a honra de ser afrodescendente, num
período em que a discriminação racial era conduta comum
entre os cidadãos. Nada obstante, eu sentia, nos
refolhos d’alma, que me encontrava na Terra para algo de
especial, em razão do discernimento com que encarava os
acontecimentos à minha volta. Muito cedo, adentrei-me na
Faculdade de Medicina da Bahia, em Salvador, com menos
de 15 anos de idade, conforme era possível na época,
doutorando-me aos 22 janeiros. De imediato compreendi a
aflição que dominava os enfermos, especialmente os
portadores de alienação mental, e, em particular, os
pobres, os negros, os mulatos, os mestiços, que eram
considerados como rebotalhos humanos, e aos quais
nenhuma ou quase nenhuma assistência especializada era
concedida. Percebi, com facilidade, que entre os fatores
endógenos e exógenos da loucura, predominavam a
hereditariedade, as enfermidades infectocontagiosas,
especialmente a sífilis, que me mereceu acurados
estudos, permitindo-me publicar alguns trabalhos a esse
respeito. Era, no entanto, o abandono a que se
encontravam relegados os doentes, nos manicômios,
especialmente naquele em que eu trabalhava, na cidade do
Salvador, denominado Hospício São João de Deus, o que
mais me comovia, exigindo maior atenção, a fim de
minorar, pelo menos, a calamitosa situação”. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
48. Dr. Juliano Moreira relatou, então, que – tocado
profundamente pelo problema, que parecia insolúvel –
travou verdadeira batalha com os responsáveis, clamando
por algum tipo de respeito e de consideração pelos
internados. Sua voz, contudo, não encontrou ressonância,
mas ele não desanimou. Naquele período, em razão do
preconceito racial, eminente estudioso defendeu a tese
de que a raça negra era inferior, ensejando-lhe uma
batalha cultural muito desgastante com o objetivo de
eliminar essa terrível infâmia, demonstrando que a
inferioridade existe, sim, como defluência da falta de
recursos sociais, econômicos, educacionais, reservados
aos negros e aos seus descendentes miscigenados, que
habitavam em verdadeiros guetos de miséria, vivendo em
promiscuidade e abandono, distantes de qualquer apoio
das autoridades administrativas e dos seus compatriotas.
Com essa atitude, foi-lhe possível despertar a atenção
de algumas pessoas sensatas e, trabalhando afanosamente,
conseguiu sensibilizar alguns governantes e grande parte
do povo, para um exame de caráter mais humano em relação
ao problema da loucura e das absurdas terapias então
aplicadas. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.) (Continua
no próximo número.)