Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

  

Estava Chico Xavier parado defronte do correio, conversando com seu irmão André, quando um guarda policial passa por perto e, colocando o braço direito sobre seu ombro, lhe

diz: — Muito obrigado, Chico!

E foi andando.

O Chico ficou intrigado com aquele agradecimento. Não podia atinar com sua causa. À tarde, ao regressar do serviço, viu defronte a um bar um bloco de trabalhadores da fábrica e, no meio deles, o guarda que o abraçara pela manhã.

Passou mais por perto e observou que o guarda tentava desapartar uma briga entre dois irmãos que se malquistaram por coisas de somenos. O guarda, vendo inúteis seus esforços e porque a discussão já se generalizava envolvendo todo o bloco, tirou da cintura o revólver e ia usá-lo para impor sua autoridade.

O Chico mais que depressa chegou-lhe perto e pediu-lhe: — Calma, meu irmão.

O guarda voltou-se contrariado, mas, reconhecendo o Chico, como que envergonhado do seu ato, exclamou: — Muito obrigado, Chico!

Controlou-se, usou da palavra, aconselhou e o bloco foi desfeito com o arrefecimento dos ânimos...

À noite, indo o Chico para o Luiz Gonzaga, encontrou-se com o guarda:

— Chico, ia procurá-lo e agradecer-lhe, muito de coração, o bem que você me fez, por duas vezes.

— Por duas vezes? Como?

— Anteontem sonhei com você, que me dizia: — “Cuidado, não saia de casa carregando arma à cintura como sempre o faz. Evite isto por uns dias”. Por isto é que lhe disse, hoje, pela manhã: “Obrigado, Chico!” Referia-me ao sonho, ao seu aviso. Mas esqueci-me de atendê-lo, pois saí armado e, se não fosse o concurso de nossos amigos espirituais na hora justa, teria feito hoje uma grande asneira, poderia até ter matado alguém... Mas a lição ficou, Chico.

— Muito obrigado, Deus nos ajude sempre!...

 

Do livro Lindos Casos de Chico Xavier , de Ramiro Gama.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita