Existe o
acaso no campo
científico?
Os nossos hábitos e
modos de vida -
especialmente os não
saudáveis - têm gerado
sérios problemas
ambientais tais como a
crescente poluição do
ar, envenenamento de
rios e oceanos,
desmatamento,
desertificação e assim
por diante. Todavia, há
um, em especial, que tem
sido extremamente danoso
para muitas espécies de
animais, ou seja, o
plástico. Para ilustrar
o raciocínio, cabe
destacar que cientistas
ingleses descobriram a
existência de uma
quantidade considerável
de poliestireno em áreas
remotas congeladas no
meio do Oceano Ártico.
Ainda mais preocupante é
o fato de que eles
localizaram esse
material a apenas 1000
milhas do polo Norte,
isto é, uma área
anteriormente
inacessível devido ao
oceano de gelo. Tal
descoberta significa o
mais setentrional
avistamento já feito
desse tipo de detrito
nos oceanos, que estão,
a propósito, cada vez
mais poluídos por
plásticos. Os cientistas
entrevistados pelo
jornal inglês The
Guardian temem que o
lixo plástico esteja
fluindo para o Ártico
por causa da dramática
mudança climática do
planeta e do consequente
derretimento das
geleiras.
Em decorrência dessa
anomalia constata-se que
o descongelamento tem
liberado plástico que
estava outrora preso no
gelo. Um dos cientistas
desta expedição afirmou
que os blocos de
poliestireno estavam
localizados no topo do
gelo. Desse modo, eles
preveem enorme perigo
para a vida animal do
Ártico.
Na verdade, o perigo
atrelado ao uso dessa
matéria prima é
significativo, já que se
estima a existência de 5
trilhões de pedaços de
plásticos flutuando nas
águas oceânicas. Essa
absurda quantidade de
material pode, por sua
vez, ser reduzida a
“microplásticos” –
pequenas partículas que
são consumidas por
animais dotados de
sistemas de filtros e
com trágicas
consequências para a
cadeia alimentar de
outras espécies. Enfim,
todo o ecossistema do
Ártico está ameaçado.
Em contrapartida, há
hoje no Reino Unido uma
ampla campanha visando
ao banimento de produtos
descartáveis
manufaturados à base
dessa matéria prima.
Pretende-se com isso
mudar hábitos e
despertar a consciência
das pessoas para esse
grave problema. Outra
notícia auspiciosa diz
respeito ao
“descobrimento
acidental” por
cientistas japoneses de
uma enzima que tem a
propriedade de “quebrar”
as garrafas PET
(compostas de
polietileno tereftalato)
que levam até 400 anos
para se dissolverem.
Tal descoberta, além de
profundamente animadora,
pode – assim deduzem os
cientistas – levar a uma
solução para essa crise
oriunda da poluição
global causada pelo
plástico, através da
obtenção da completa
reciclagem das garrafas.
Em poucas palavras, a
enzima mutante leva
apenas poucos dias para
iniciar o processo
deixando os
pesquisadores muito
otimistas quanto à
possível aceleração do
processo e tornando-o
viável em larga escala.
As potenciais aplicações
derivadas dessa
descoberta feita,
diga-se, “ao acaso” (em
inglês a palavra é serendipity),
ainda estão sendo
analisadas, mas já se
cogita que
proporcionarão avanços
revolucionários.
Note que mesmo no sisudo
ambiente científico, o
fator “acaso”
proporciona soluções
extraordinárias para os
problemas do planeta.
Com efeito, muitas vezes
os achados surgem das
fontes mais inesperadas.
Em outras palavras, o
pesquisador está
debruçado sobre
determinado problema e
acaba identificando algo
novo no meio do caminho
que nem sempre tem
exatamente a ver com o
objetivo inicial do
trabalho. Desse modo,
portanto, calcula-se que
entre 30% a 50% das
descobertas científicas
aconteçam meio
acidentalmente, por
assim dizer.
Recomenda-se, é claro,
que o pesquisador tenha
grande sagacidade e
curiosidade, mas o
elemento sorte está
sempre presente em tais
situações. Nesse
processo geralmente
acaba-se vislumbrando
novos usos ou aplicações
não divisados
anteriormente. Por
exemplo, produtos como
penicilina, teflon,
nylon, muitos açúcares
artificiais, forno
micro-ondas, e um número
infindável de
descobertas tiveram, de
algum modo, a marca da
sorte. Não se deve
descartar, porém, a
capacidade de
persistência e a
determinação dos
pesquisadores nestes
casos.
Mas existe algo mais que
não pode ser
menosprezado, ou seja, a
inspiração do mais alto.
A despeito do denodo e
esforços contínuos dos
cientistas, há e sempre
haverá a participação
divina a inspirar tais
devotamentos,
especialmente quando
eles são dirigidos a
minorar o sofrimento
humano e promover o
progresso. Como bem
observa o Espírito
Joanna de Ângelis, na
obra Dias Gloriosos (psicografia
de Divaldo P. Franco),
“Afinal, a ciência não
tem sido propriamente
criadora de nada,
porquanto tudo aquilo
que apresenta de alguma
forma é cópia imperfeita
do que observam os
cientistas nos painéis
grandiosos da Criação”.
Dito de outra forma, o
pesquisador haure o
conhecimento, a
inspiração, o pensamento
inquisidor, o
“empurrãozinho” em
fontes transcendentes.
Se o seu foco é a
realização de algo
benéfico, então, não lhe
faltará ajuda e
assistência. Como
esclarece o Espírito
Emmanuel, no livro Fonte
Viva (psicografia de
Francisco Cândido
Xavier), “Em todos os
lugares do vale humano,
há recursos de ação e
aprimoramento para quem
deseja seguir adiante.
Sirvamos, em qualquer
parte, de boa vontade,
como sendo ao Senhor e
não às criaturas, e o
Senhor nos conduzirá
para os cimos da vida”.
Abençoados, portanto, os
que trabalham para a
realização da felicidade
humana sob a inspiração
da espiritualidade. |