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por Cláudio Bueno da Silva

 

O veneno das palavras


Eu me fico a meditar sobre o efeito da palavra escrita, no mal que fazemos inadvertidamente, indo envenenar, longe de nós, inteligências permeáveis e Espíritos
timoratos. É sabida, de toda gente, a influência que exerceram, fazendo aumentar o número de suicídios na Alemanha, o Werther, de Goethe, e o pessimismo de Schopenhauer.

Essa questão, tratada no livro póstumo Contrastes (1936), do escritor Humberto de Campos, tem desdobramentos morais profundos.

As palavras têm seu caráter próprio e carregam energias que, dependendo do contexto, podem induzir ao bem ou ao mal. Depois de lidas ou ouvidas elas criam imagens formatadas pelo pensamento de quem as recolheu. Depois de escritas ou ditas, levam a carga de intenção e sentimento de quem as projetou. O tipo de influência que produzem é de total responsabilidade de quem as proferiu ou escreveu.

Os dois exemplos citados por Humberto de Campos são reais e verdadeiros. Goethe (Espírito) dá um marcante depoimento a Allan Kardec em reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 25 de março de 1856, afirmando ter-se arrependido do final que deu ao seu romance famoso, em que Werther, o personagem principal, se suicida.

Na entrevista ao codificador do Espiritismo, Goethe, vinte e quatro anos após sua morte, diz ainda sofrer as consequências da influência negativa que sua obra provocou, causando uma onda de suicídios.

A reflexão de Humberto de Campos serve a todos, mas principalmente àqueles que escrevem e falam nas suas atividades, para que não destilem veneno nas mentes frágeis, tanto com as palavras quanto com as ideias.   

 

Fonte: O menino livre de Miritiba, ideeditora.com.br (2018).  

 



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita