Os significativos silêncios de Jesus
O silêncio faz
grande falta na civilização contemporânea
“E levaram Jesus
ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais
sacerdotes, e os anciãos e os escribas...” -
Marcos, 14:53.
Jesus afirmou que
ainda tinha muito a nos dizer, mas nós não suportaríamos
tais informações que ainda transcendiam superlativamente
nosso apoucado entendimento naquela recuada época. Sem
embargo, Ele deixou esparzidas as sementes que mais
tarde o “Consolador” iria fazer frutificar...
Durante o execrável
episódio de Seu julgamento venal e injusto, Ele fez
menção ao “perispírito” e ao “Espírito
Imortal”, mas nem mesmo as altas e cultas
autoridades que O julgavam puderem entender...
Ele disse: “Eu
destruirei este templo (corpo somático) construído
por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não
feito por mãos de homens” (perispírito e Espírito).
Em clara referência à
obtusidade das “digníssimas” autoridades
eclesiásticas e civis, completa o evangelista: “e
nem assim o Seu testemunho era conforme”.
Outra coisa não pôde
fazer Jesus senão calar-Se ante tanta ignorância e falta
de horizontes espirituais... Atitude idêntica precisou –
também – tomar ante a covardia e burriquice de Pilatos.
Hoje, aqueles
significativos e graves silêncios do Mestre estão sendo
quebrados pelo Espiritismo, uma vez que a humanidade –
agora – consegue (pelo menos se espera), metabolizar
alimento mais substancioso...
A Doutrina Espírita, que
outra coisa não é senão o Cristianismo Redivivo, veio
cumprir a promessa do Mestre dos mestres feita há dois
mil anos. Não obstante, conforme nos lembra a nobre
mentora Joanna de Ângelis,
o silêncio ainda é – muitas vezes – necessário. E
completa: “(...) o silêncio faz grande falta na
civilização contemporânea. Fala-se em demasia e, por
conseguinte, fala-se do que não se deve, não se sabe,
não convém, apenas pelo hábito de falar...”.
Em seguida, aconselha com
a sua indiscutível autoridade de mestra: “(...) faze
silêncio diante de observações pejorativas, de assuntos
prejudiciais, matando, ao surgir, a informação malsã.
Assim, quando te tragam opiniões infelizes, reclamações,
queixas que põem mal diante de ti o ausente, seja ele
quem for, não te deixes contaminar pelo morbo da
palavra insensata.
Há pessoas que se
autonomeiam fiscais do próximo e não se detêm a examinar
a conduta, deste modo, reprochável. Raramente, falam bem
ou referem-se ao lado bom das pessoas e dos
acontecimentos...
(...) Jesus calou-Se
muito mais do que falou. Os Seus silêncios sábios são o
atestado mais expressivo do Seu amor pela humanidade.
Assim, pensa n’Ele quando chamado a falar insensatamente,
e imita-O”.
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