Transtornos
Psiquiátricos e
Obsessivos
Parte 6
Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do
livro Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos,
obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda,
psicografada por Divaldo Franco no ano de 2008.
Questões preliminares
A. Em suas reminiscências dr. Juliano Moreira admite que
alguns pacientes seus obtiveram cura graças à
assistência espiritual que receberam?
Sim. Diz ele que alguns pacientes, que se lhe afiguravam
irrecuperáveis, em algumas ocasiões retornavam à
lucidez, enquanto seus familiares lhe informavam estar
trabalhando em seu benefício, em terreiros especialmente
dedicados à prática do bem. “A verdade indiscutível –
admite o psiquiatra – é que sob o mesmo tratamento que
antes não lograra qualquer benefício, de súbito,
refaziam-se.” (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
B. É verdade que ele pretendia aprofundar-se nas
pesquisas de tais fenômenos, mas faleceu antes de
fazê-lo?
Sim. Ele chegou a fazer anotações especiais nos
prontuários dos pacientes assim beneficiados, para uma
análise mais cuidadosa oportunamente, o que,
infelizmente, não conseguiu realizar, pelo fato de ter
falecido ainda jovem, aos 60 anos de idade, vitimado por
tuberculose. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
C. Podemos dizer que a educação é filha dileta do amor?
Sim. Pelo menos esse é o pensamento do Dr. Inácio
Ferreira (Espírito), que assim se refere ao tema: “A
educação permanece como a mais eficiente ferramenta para
a construção da dignidade espiritual do ser.
Lamentavelmente ainda não recebeu o respeito de que se
faz credora, nem os investimentos necessários à
realização do seu ministério, o que será revertido
quando os homens e as mulheres melhor compreenderem a
sua missão libertadora. O mais importante, neste
capítulo, é formação dos educadores, imprescindível, em
qualidade, para que se atinjam os objetivos a que se
destina. Principalmente, aquela que diz respeito à
moral, não somente à que se adquire através dos livros,
conforme esclarece o emérito Codificador Allan Kardec. A
educação é filha dileta do amor elevado, que se
encarrega de inspirar as pessoas desinformadas a
respeito dos métodos pedagógicos e psicológicos mais
próprios para o desempenho de tarefas enobrecedoras que
desejem desempenhar". (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 3: Encontro com o
mentor.)
Texto para leitura
56. Estancando a narração, para melhor coordenar o
pensamento, dr. Juliano Moreira continuou: "Muitas
vezes, pessoas enfeitiçadas, conforme o jargão popular,
que se encontravam em alienação mental, assumiam
personificações vampirescas, lupinas, em processos de
zoantropia, que me deixavam aturdido. Alguns pacientes,
que se me afiguravam irrecuperáveis, em algumas raras
ocasiões retornavam à lucidez, enquanto os seus
familiares me informavam estar trabalhando em seu
benefício, em terreiros especialmente dedicados à
prática do bem. A verdade indiscutível é que sob o mesmo
tratamento que antes não lograra qualquer benefício, de
súbito, refaziam-se... Mantive memoráveis diálogos com
essas parasitoses espirituais, que me deixavam
intrigado, sem que, no entanto, me houvesse aprofundado
na investigação da sua realidade ou não. Confesso,
porém, que não era totalmente refratário à crença da
imortalidade da alma e suas manifestações, por incrível
que pareça, em face da conduta materialista, embora, vez
que outra, procurasse colher informações que me pudessem
aclarar o assunto, nem sempre, porém, com o êxito
anelado. Conhecia algumas publicações dos Drs. Afrânio
Peixoto, César Zama, Nina Rodrigues, este último,
eminente antropólogo, que se embrenharam na observação
dos fenômenos referidos, mas todos eles, como portadores
de granítico materialismo, apresentavam conclusões
pessimistas, sempre caracterizando e enquadrando toda
manifestação paranormal, como de natureza patológica,
seguindo as severas escolas europeias de negação da
imortalidade... Eu terminava por anuir à tese que era
acadêmica, satisfazendo-me quase totalmente”. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
57. Após ligeira pausa, o psiquiatra prosseguiu: “De
certo modo, ainda permanece a mesma conceituação em
torno dos fenômenos extrafísicos, na maioria nos
círculos acadêmicos, em teimosa postura de negá-los.
Como a explicação de transtorno mental ou comportamental
parece ajustar-se às ideias preconcebidas, com
facilidade alguns investigadores, mesmo constatando a
excelência dos resultados quando os pacientes recebem
tratamento espiritual, preferem recorrer à explicação
estabelecida, evitando mudança de conceituação, e, por
consequência, a revolução mental para o aprofundamento
nas questões desconhecidas e de maior alcance do ser
imortal. Vivendo, repito, numa cidade caracterizada pela
herança africanista e todo o seu culto animista, onde
era e é comum a crença na interferência de seres de
outra dimensão no comportamento humano, especialmente
quando defluentes dos denominados trabalhos de magia
negra, com todo o seu forte conteúdo de superstição e de
sugestão, influenciando os pacientes mais sensíveis a
tais ocorrências, de alguma forma, não poderia ficar à
margem do comportamento sociológico da comunidade.
Observando a possibilidade de existir em alguns
pacientes a presença de forças estranhas aos compêndios
de anatomofisiologia, que me chamavam a atenção,
facultei-me proceder a anotações especiais nos seus
prontuários, para análise mais cuidadosa oportunamente,
o que, infelizmente, não consegui realizar...” (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
58. Como se sabe, dr. Juliano foi acometido de uma
tuberculose que o arrancou do corpo ainda jovem, com
apenas 60 anos de idade. Dito isso, ele complementou:
“Havendo estudado com muito cuidado a hereditariedade
como fator endógeno da loucura e a sífilis como grande
responsável pela sua ocorrência, era inevitável que
atribuísse a grande maioria dos casos a esses fatores, à
época, ainda não muito bem explicados. Ao mesmo tempo,
percebia a influência pessoal junto à maioria dos
alienados, particularmente os portadores dessas
parasitoses, que se acalmavam com a minha presença e um
breve contato verbal, afirmando, quase todos, o
bem-estar que disso experimentavam. Noutras
circunstâncias, alguns, em crises alucinatórias
incontestáveis, referiam-se ao que diziam ser
acompanhantes que me assessoravam e com os quais
pareciam dialogar... A época era de intolerância e,
portanto, as pesquisas, nesse campo, faziam-se reduzidas
ou propositalmente objetivavam desmerecê-los, conforme
também eu me conduzia...” (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
59. O psiquiatra calou-se por algum momento e, em
seguida, concluiu suas considerações: "Defrontando a
imortalidade, de que não tinha notícias coerentes
enquanto no casulo orgânico, deslumbro-me agora com as
infinitas possibilidades de compreensão da vida e dos
fenômenos que a envolvem, tanto no que diz respeito aos
transtornos neuróticos, psicóticos, desvios de conduta,
anomalias e degenerescências de vária ordem, como no
tocante aos demais, caracterizados pelos problemas
morais, econômicos, sociais, de relacionamentos
humanos... Sem essa compreensão essencial, tudo se reduz
ao estúpido conceito do acaso, a ocorrências
inexplicáveis que devem ser aceitas simplesmente porque
assim sucedem, agredindo a lógica e a razão". (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 2: Convivência
saudável.)
60. Encontro com o mentor – No dia seguinte,
quando Manoel Philomeno e seus companheiros estavam
reunidos sob agradável pérgula, comentando as excelentes
oportunidades de autoiluminação e de trabalho espiritual
que a Divindade nos concede em todos os momentos, Dr.
Inácio Ferreira, lógico e sereno, informou: "Quando me
encontrava na Terra, além dos compromissos no sanatório,
não me pude furtar ao dever de dedicar-me ao labor de
educação das gerações novas, participando com interesse
profundo pela criação de um lar para meninas sem pais ou
órfãs sociais, em decorrência do abandono e da miséria
econômica. Logo que foram traçados os primeiros
projetos, não faltaram a cooperação e a participação de
pessoas generosas, interessadas em construir o bem, em
autorrenovar-se pela prática da caridade, terçando armas
conosco até o momento da materialização da Obra, que
permanece, embora as dificuldades da época que se vive
na Terra, perseverando nos objetivos iniciais. Por ali
passaram espíritos nobres, que se elevaram pela
dedicação, entregando-se com total abnegação ao trabalho
educacional, abrangendo as áreas morais e espirituais,
essenciais a qualquer programa iluminativo de
consciências, o que, para todos nós, constitui
verdadeira bênção”.(Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 3: Encontro com o
mentor.)
61. Ao aludir ao tema educação, o ilustre psiquiatra
asseverou: “A educação permanece como a mais eficiente
ferramenta para a construção da dignidade espiritual do
ser. Lamentavelmente ainda não recebeu o respeito de que
se faz credora, nem os investimentos necessários à
realização do seu ministério, o que será revertido
quando os homens e as mulheres melhor compreenderem a
sua missão libertadora. O mais importante, neste
capítulo, é formação dos educadores, imprescindível, em
qualidade, para que se atinjam os objetivos a que se
destina. Principalmente, aquela que diz respeito à
moral, não somente à que se adquire através dos livros,
conforme esclarece o emérito Codificador Allan Kardec. A
educação é filha dileta do amor elevado, que se
encarrega de inspirar as pessoas desinformadas a
respeito dos métodos pedagógicos e psicológicos mais
próprios para o desempenho de tarefas enobrecedoras que
desejem desempenhar. Vemos pais, simples e modestos, no
entanto, ricos de afetividade bem direcionada, operarem
intuitivamente com nobreza a metodologia educacional,
logrando o êxito que outros, mais afortunados e menos
afetuosos, não conseguem. Logo se depreende que se trata
de espíritos lúcidos e dignos em reencarnações humildes,
sem que hajam perdido o patrimônio superior de que se
encontram investidos. A educação, portanto, é tarefa
pertinente a seres enobrecidos pelo amor e interessados
na edificação dos sentimentos das demais criaturas
humanas. Nesse sentido, convém recordar-nos que o
Espiritismo é essencialmente uma doutrina educativa, e
não foi por outra razão que a Divindade encaminhou o
Espírito Denizard Rivail à convivência com o missionário
Henrique Pestalozzi, o emérito educador, a fim de
tornar-se também mestre, seguindo a trilha sublime do
Excelso Pedagogo, que é Jesus...”(Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 3: Encontro com o
mentor.)
62. Dr. Inácio fez uma ligeira pausa e logo prosseguiu:
“"Em se considerando a situação na qual se encontra o
nosso amado planeta, na sua condição de mundo de provas
e de expiações, os lares coletivos para a educação
infantil, especialmente para crianças socialmente órfãs
ou realmente sem pais físicos que a morte arrebatou,
constituem uma necessidade. No entanto, no futuro,
quando se viva o período de regeneração, essas
instituições estarão totalmente superadas, porque o amor
não permitirá que haja abandono de qualquer espécie, e
todos aqueles que experimentarem as vicissitudes da
orfandade de uma ou de outra natureza, serão recebidos
por famílias afetuosas, que lhes minimizarão os
sofrimentos, educando-os com bondade e dedicação. Em
face dessa necessidade, que permanece, nem sempre os
resultados têm sido positivos, principalmente por falta
de educadores preparados e amorosos, que se dediquem ao
ministério por vocação e não somente pela remuneração de
que, compreensivelmente, necessitam. Infelizmente,
muitos desses lares transformam-se em depósitos de vidas
na infância, fanadas, desde muito cedo, em
promiscuidade, descuidadas, padecendo reações de pessoas
atormentadas e perversas, que não as amam, e ali se
encontram apenas por necessidade. Há numerosas exceções
que, no entanto, são insuficientes para o atendimento
correto ao número colossal de candidatos em penúria e
padecimento. Argumentam algumas pessoas indiferentes ao
amor, que transitam na seara espírita, que o sofrimento
dessas crianças decorre da conduta que tiveram noutras
existências, aqui se encontrando para a indispensável
recuperação... Não padecem dúvidas quanto ao conceito
emitido. Mas não se justifica que sejam tratadas com
indiferença, com perversidade, com abandono... A
Divindade cumpre eleger os meios melhores para a
dignificação dos espíritos, e não a nós, permitindo-nos
justificações inválidas para nos tornarmos os braços da
Lei em cobrança do que desconhecemos”. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 3: Encontro com o
mentor.) (Continua
no próximo número.)