Questões vernáculas

por Astolfo O. de Oliveira Filho

Um erro frequente na colocação da vírgula decorre da confusão que algumas pessoas fazem, às vezes, entre o adjunto adnominal e o aposto.

Qual a diferença entre os dois termos?

Ambos integram, como já vimos, a lista dos chamados termos acessórios da oração, formada pelo adjunto adnominal, pelo adjunto adverbial e pelo aposto.

Aposto pode ser uma palavra ou uma frase que se coloca no texto, a título de explicação:

- Fernando Henrique Cardoso, o criador do real, não mais será candidato.

- Olavo Bilac, o príncipe dos poetas, foi parnasiano.

- Tiradentes, o mártir da Independência, é lembrado até  hoje pelos brasileiros.

Como vemos nos exemplos, o aposto aparece geralmente entre vírgulas.

Adjunto adnominal é o termo de valor adjetivo que especifica ou delimita o significado de um substantivo, qualquer que seja a função deste.

Aspectos que caracterizam o adjunto adnominal: vem sempre associado a um nome; liga-se a um nome, com ou sem preposição, sem ser mediado por um verbo; é um atributo que qualifica ou caracteriza o nome a que se refere.

Exemplos:

Os melhores jogadores chegaram tarde.

Adjuntos adnominais: os, melhores.

O Brasil jovem está curtindo ovestibular.

Adjuntos adnominais: O, jovem, o.

A crítica do jornalista saiu ontem.

Adjuntos adnominais: A, do, jornalista.

Veja que não há motivos para que se coloque vírgula entre o adjunto adnominal e o nome a que se refere.

Na frase abaixo, por conseguinte, não existirá vírgula nenhuma:

- O inquieto presidente Donald Trump já voltou a Washington.

Mas vírgula existiria se a frase fosse construída com aposto:

- Donald Trump, o inquieto presidente dos Estados Unidos, já voltou a Washington.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita