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por Waldenir A. Cuin

 

Os inimigos a vencer estão em nós mesmos


“Entre os vícios, qual o que podemos considerar radical? – Já o dissemos muitas vezes: o egoísmo. Dele deriva todo o mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe o egoísmo.” (Questão 913 d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.)


O egoísmo, essa verdadeira chaga da humanidade, é incompatível com a justiça, o amor e a caridade, neutralizando todas as possíveis qualidades que a criatura se esforça por cultivar.

O egoísta é aquele que acredita que tudo que o cerca deva ser dele, que o mundo deve curvar aos seus pés e que todas as pessoas têm a obrigação de servi-lo. Fechado em si mesmo, em verdade é um grande sofredor, apresentando torturantes desequilíbrios que o fazem o indivíduo mais infeliz do mundo.

Causa enormes danos físicos e morais a si mesmo, além de se caracterizar como peça desajustada dentro do contexto comunitário, onde, com frequência, é pivô de incontáveis prejuízos sociais.

Erradicar esse terrível mal deve ser a meta prioritária de todos nós, se realmente pretendemos avançar na escalada evolutiva, plantando as bases de uma sociedade condizente com os padrões e ensinamentos de Jesus Cristo, onde a fraternidade, o desprendimento e a solidariedade estejam a nortear os passos da humanidade.

É egoísta aquele que não consegue vislumbrar o sofrimento dos irmãos que caminham ao seu lado, que nada faz para minorar, mesmo que seja um pouco, as agruras que atormentam os corações que o seguem.

É egoísta aquele que retém grandes conhecimentos, represando-os somente para si, não conseguindo dividir o que sabe com aqueles que ainda seguem na ignorância.

É egoísta aquele que trabalha pensando somente em juntar para o seu conforto ou para o conforto de sua família, enquanto uma multidão de carentes faz o cortejo daqueles que necessitam de socorro.

É egoísta aquele que dedica todas as suas horas livres em busca de realizações que proporcionem somente o seu bem-estar, não observando que, paralelamente ao seu caminho, tantas criaturas seriam aliviadas de seus padecimentos se recebessem pequenos gestos de fraternidade.

É egoísta aquele que acredita serem os seus problemas os maiores e mais dolorosos do mundo, enquanto ao seu redor inúmeras criaturas carregam dores mais intensas e profundas, cujas mãos estendidas imploram por um olhar de piedade e socorro.

É egoísta aquele que se considera mais importante, melhor e maior que os outros, onde uma certa miopia o impede de perceber que estamos sempre numa posição intermediária, em condições melhores que muitos, mas em situações inferiores a tantos, dentro do contexto social e moral em que vivemos.

Em realidade, de egoísmo todos nós temos bastante, carecendo de um grande esforço pessoal para o ferrenho combate a esse mal, que é a base para outros tantos males que vêm causando imensos transtornos no seio das famílias, no meio social, no âmbito mundial.

Quebrar a dura e resistente casca do ego que nos envolve para permitir a expansibilidade dos nossos sentimentos, na direção do nosso irmão do caminho, essa é a solução imediata para o nosso progresso íntimo, pois que os inimigos que nos perseguem e atormentam estão em nós mesmos; orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ódio, mágoas, ressentimento..., filhos diretos do egoísmo.

Temos urgente necessidade de identificar a intensidade dessa chaga, em nossa intimidade, para a elaboração de extensa programação de ações seguras e eficazes, com capacidade de extirpá-la, se realmente pretendemos usufruir de uma vida de paz, alegria e serenidade.

Ninguém, em lugar algum, conseguirá ser feliz sozinho, cultivando o egoísmo.

Reflitamos.


 

                 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita