Continuamos o estudo da RevueSpirite correspondente
ao ano de 1863. O texto condensado do volume será aqui
apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio
Abreu Filho publicada pela EDICEL.
Questões para debate
A. A evocação é essencial para que os Espíritos se
comuniquem?
B. Que diz Kardec a respeito da proibição mosaica
concernente à evocação dos mortos?
C. A longevidade dos patriarcas é um fato ou uma figura?
Texto para leitura
132. Comentando os dois episódios, Kardec recorda que o
Sr. Sanson também se comunicara na câmara mortuária,
antes de seu sepultamento, mas que o ato de descer à
cova, no caso Costeau, não era condição indispensável ao
êxito do contato com o Espírito do falecido. (P. 302)
133. A Revue reporta-se à conclusão das
obras de um retiro instalado em Cempuis pelo Sr.
Prévost, membro da Sociedade de Paris, que dava nova
prova de seu desprendimento e de sua dedicação aos mais
carentes, concorrendo com parte de sua fortuna para o
atendimento aos irmãos necessitados. (PP. 302 a 306)
134. Dois fatos expressivos relatados pela “Patrie” de
abril de 1863 e pela “Opinion du Midi” de julho
são transcritos pela Revue: I) Um
cavalheiro passava por uma rua no momento em que uma
família sofria ação de despejo por não pagamento dos
aluguéis. Vendo o desespero do marido e o choro da
mulher e de seus dois filhos, o homem aproximou-se e,
ciente da quantia devida, deu-lhes o numerário
suficiente para quitar a dívida, desaparecendo em
seguida. II) Um violento incêndio consumiu quase
inteiramente a loja e as oficinas do Sr. Marteau,
marceneiro em Nîmes. Um doador anônimo, condoído pelo
sofrimento do marceneiro, enviou-lhe – sem se
identificar – três carretas carregadas de madeira de
várias qualidades e instrumentos de trabalho. “Fatos
como os acima relatados – assevera Kardec – provam
que a virtude não está inteiramente banida da Terra,
como julgam certos pessimistas.” (PP. 306 a 308)
135. Ao publicar uma comunicação dada espontaneamente
pelo Espírito de François Franckowski, Kardec diz ser um
erro pensar que os Espíritos só vêm se forem evocados,
pois muitos se apresentam espontaneamente. (PP. 308 a
310)
136. Alguns membros da Igreja –diz Kardec – apoiam-se
na proibição de Moisés para proscrever as comunicações
com os Espíritos. Essa proibição e seus desdobramentos
são analisados pelo Codificador, que adverte, logo de
início, que há duas partes distintas na lei mosaica: a
lei de Deus, promulgada no Monte Sinai, e a lei civil ou
disciplinar, apropriada aos costumes e ao caráter do
povo. Jesus modificou de forma profunda a lei civil
ditada por Moisés, mas em nenhuma parte do Evangelho fez
ele menção à proibição de evocar os mortos. (PP. 310 a
313)
137. Na sequência, a Revuetranscreve uma mensagem
recebida em Bordeaux pela sra. Collignon, na qual Semeão
(Espírito) explica por que Moisés proibiu as evocações e
enumera alguns exemplos de modificações introduzidas por
Jesus nas prescrições mosaicas. (PP. 313 a 315)
138. Falando sobre os falsos devotos, Delphine de
Girardin (Espírito) afirma que os falsos devotos são
para a religião o que é, para a sociedade, a mulher
falsamente honesta. (P.315)
139. A longevidade dos patriarcas – ensina Lamennais –
é uma figura moral e não uma realidade. Os querubins da
Bíblia também tinham seis asas e o Deus dos judeus
banhava-se em sangue! Isso mostra que é preciso extrair
das Escrituras o ensino puro, não tomando ao pé da letra
o que não passa de alegoria. (PP. 316 e 317)
140. Numa mensagem dada em Thionville, um Espírito
familiar diz que a lei do progresso domina tudo no
universo e que é em virtude dessa lei que o homem deve,
como tudo quanto existe em nosso globo, percorrer todas
as fases que o separam da perfeição. Assim, depende de
cada pessoa abreviar a prova que deve sofrer, havendo um
meio certo de abrandar uma punição merecida: um sincero
arrependimento aliado ao recurso à prece feita com
fervor. (PP. 318 e 319)
141. Examinando o tema panteísmo, Lázaro diz que ele
constitui o primeiro passo do paganismo para a lei do
amor, revelada e pregada por Jesus. O panteísmo tem duas
faces, sob as quais convém estudá-lo – e é isso que
Lázaro faz. (N.R.: Kardec trata do assunto em “O
Livro dos Espíritos” e diz que os Espíritos repelem essa
doutrina.) (PP. 319 e 320) (Continua
no próximo número.)
Respostas às questões
A. A evocação é essencial para que os Espíritos se
comuniquem?
Não. É um erro pensar que os Espíritos só vêm se forem
evocados, pois – diz Kardec – muitos se apresentam
espontaneamente. (Revue Spirite de 1863, pp. 308
a 310.)
B. Que diz Kardec a respeito da proibição mosaica
concernente à evocação dos mortos?
Kardec lembra, a propósito do assunto, que há duas
partes distintas na lei mosaica: a lei de Deus,
promulgada no Monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar,
apropriada aos costumes e ao caráter do povo. Jesus
modificou de forma profunda a lei civil ditada por
Moisés, mas em nenhuma parte do Evangelho fez ele menção
à proibição de evocar os mortos. (Obra citada, pág. 310
a 313.)
C. A longevidade dos patriarcas é um fato ou uma figura?
A longevidade dos patriarcas – diz Lamennais – é uma
figura moral e não uma realidade. Os querubins da Bíblia
também tinham seis asas e o Deus dos judeus banhava-se
em sangue! Isso mostra que é preciso extrair das
Escrituras o ensino puro, não tomando ao pé da letra o
que não passa de alegoria. (Obra citada, pp. 316 e 317.)