Transtornos
Psiquiátricos e
Obsessivos
Parte 10
Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do
livro Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos,
obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda,
psicografada por Divaldo Franco no ano de 2008.
Questões preliminares
A. É um equívoco recusar-se o médium ao atendimento dos
espíritos atormentados, dando passividade tão somente
aos chamados benfeitores?
Sim. A absorção dos fluidos de determinados irmãos
atendidos nas atividades de desobsessão, apesar da ajuda
dos mentores, gera mal-estar, indisposição física e
emocional, o que é, todavia, benéfico aos médiuns, que
se liberam, desse modo, de dívidas perturbadoras por
sofrerem praticando o bem. É por falta de esclarecimento
que alguns desses companheiros se recusam ao atendimento
dos espíritos atormentados, quando convidados a essa
atividade, crendo, erradamente, que só deveriam contatar
com os mentores. Não se dão conta que se esse fosse o
raciocínio dos guias espirituais, o que seria de todos
nós, os que nos encontramos na retaguarda? (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
B. Por que motivo as repetições do processo depurativo,
por meio da reencarnação, se fazem multiplicadas?
Como sabemos, a reencarnação é uma experiência
grandiosa, na qual se encontram os recursos para a
felicidade, dependendo, no entanto, da segura decisão de
cada qual vencer as más inclinações e as heranças do
passado, que ressurgem em forma de conflitos e
necessidades mentirosas. Não são muitos, porém, os
triunfadores imediatos, porque há os que escamoteiam a
verdade, mascarando os sentimentos e entregando-se aos
dislates sob justificativas que não são legítimas. Esse
o motivo pelo qual as repetições do processo depurativo
ocorrem em grande número, quando seria possível realizar
o passo definidor de rumos com sacrifício e entrega
total, relativamente com rapidez, como o realizam os
verdadeiros homens de bem, os heróis, os santos. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
C. Sobre a prática do bem e da caridade que conclusão
extraímos da experiência espírita?
Os relatos de vida e os exemplos que deles extraímos
mostram-nos que caridade é o caminho mais fácil para a
autoiluminação e a libertação do mal que predomina em
nosso mundo interior. O bem que se faz é lâmpada que se
acende na noite dos sentimentos atormentados. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
Texto para leitura
88. Explicou Maria Modesto que a absorção dos fluidos de
determinados irmãos, apesar da ajuda dos mentores, gera
mal-estar, indisposição física e emocional, algumas
confusões mentais, que são benéficas aos médiuns que,
desse modo, se liberam de dívidas perturbadoras ao
sofrerem quando praticando o bem. No entanto, a falta de
esclarecimento de alguns desses companheiros, diversos
dos quais recusam-se ao atendimento dos espíritos
atormentados, gostando de privar da convivência apenas
dos anjos, dá-lhes a impressão de retrocesso mediúnico,
quando convidados a essa atividade, crendo, erradamente,
que só deveriam contatar com os mentores. Não se dão
conta que se esse fosse o raciocínio dos guias
espirituais, o que seria de todos nós, os que nos
encontramos na retaguarda?! (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
89. Era muito lógica a argumentação da dedicada
servidora da mediunidade. São os enfermos, sem dúvida,
que necessitam de ajuda, de orientação, de apoio, de
médicos, porque aqueles que se encontram bem, mesmo que
relativamente, dispõem de alguns recursos para as
próprias realizações. Os médiuns têm por compromisso
primordial o atendimento à dor onde e como se apresente,
vivenciando o amor e jamais descuidando da caridade
moral e espiritual para com os infelizes, de alguma
sorte, que o somos quase todos nós. A jactância, a
presunção, a frivolidade de alguns, que se acreditam em
estágio superior de realização, levam-nos ao ridículo, à
perturbação, ao conúbio com espíritos de igual jaez que
deles se acercam e terminam por envolvê-los nas suas
teias perigosas, em que os colhem e aprisionam. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
90. Petitinga, que se mantivera em reflexão, sugeriu:
"Seria ideal que, antes de iniciarmos o compromisso,
tornando-o ação, convocássemos os futuros cooperadores
para uma reunião especial, trazendo-os em desdobramento
através do sono fisiológico, bem como alguns diretores
da clínica, a fim de que todos pudessem acompanhar uma
atividade viva, pelo menos, tendo como instrumentos as
nossas respeitáveis irmãs Modesto e Matilde. Não
desconhecemos as sutilezas de um serviço de tal monta, a
dificuldade de lidar com alienados desencarnados, os
cuidados que devem ser mantidos, a seriedade de que deve
revestir-se o labor, as precauções espirituais, os
sentimentos pessoais em relação aos mais desesperados e
agressivos, perversos e aparentemente insensíveis... Com
o resultado do tentame, poderemos melhor definir os
rumos a serem tomados, selecionando, de alguma forma,
aqueles que se encontram mais bem identificados com o
ideal de servir, deixando vagas lembranças nos diretores
encarnados, a fim de que não se transformem em
instrumento de dificuldade para o feliz desiderato,
porquanto, também eles, poderão ser usados para criar
embaraços à instalação e ao prosseguimento dos
serviços”. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
91. Petitinga fez uma pausa muito rápida e acrescentou:
"Quando os irmãos infelizes perceberem a nova terapia
que se estabelecerá onde se homiziam ao lado das suas
vítimas atuais, produzirão um pandemônio generalizado,
com o objetivo de demonstrar que a situação mais se
agravou ao invés de melhorar, exigindo interrupção da
tarefa. Como não ignoramos, muitas terapias, quando
aplicadas ao paciente, fazem o seu organismo reagir,
aparentemente piorando, para depois apresentar os
resultados benéficos delas resultantes”. Todos
concordaram prazerosamente com as ponderações do querido
amigo. Outros comentários foram feitos e assinalou-se
que a experiência inicial teria lugar à noite, quando
todos já se encontrariam na clínica. Toda a equipe
seguiu em júbilo e expectativa de trabalho dignificante,
mantendo o pensamento no dever e os sentimentos no amor.(Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
92. Ao chegarem ao belo complexo de edifícios,
observaram que a movimentação era muito grande em ambos
os lados da vida. O casal Antonelli foi saudado com
grande contentamento por inúmeros espíritos que ali
mourejavam. Após os abraços pela alegria dos
reencontros, fomos todos apresentados a alguns deles,
especialmente ao Dr. Hermógenes, que administrava as
atividades psiquiátricas na condição de especialista,
comandando uma equipe de trabalhadores espirituais como
ele, dedicados à manutenção dos serviços de socorro e de
inspiração aos médicos e auxiliares, enfermeiros e
funcionários. Conduzidos a uma sala especial, o irmão
Bruno explicou ao administrador desencarnado o programa
que se iria implantar, naturalmente após ouvi-lo.
Espírito nobre e sensível, depois das explicações do
fundador da clínica, demonstrou grande contentamento
pela futura experiência, colocando-se com toda a sua
equipe às ordens dos recém-chegados para qualquer
necessidade. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
93. A equipe foi convidada, em seguida, a conhecer as
diversas dependências da instituição, onde mourejavam
alienados de variada etiologia e portadores de
transtornos emocionais e vícios sociais em recuperação.
Enquanto caminhava por um dos corredores, saíram de uma
sala diversos espíritos carinhosamente comandados por um
jovial trabalhador, que lhe foi apresentado com
cortesia. Desejando identificar-se, ele explicou que ali
estivera internado, lutando contra a dependência de
drogas a que se adaptara para fugir dos conflitos
íntimos que o maceravam, quando no corpo. Esclareceu
haver sido espiritista militante, escritor e trabalhador
da Causa, porém, vitimado pelas lembranças do passado,
relativamente próximo, que lhe assinalavam com
distúrbios de conduta, por invigilância e fraqueza moral
tombou na ilusão das drogas aditivas... Em gratidão a
tudo quanto recebera, após a desencarnação e o despertar
no além-túmulo, resolveu aplicar-se, uma vez por semana,
ao atendimento de outros dependentes já liberados do
corpo, mas vinculados aos pacientes que exploravam com
vigor em face das necessidades que diziam experimentar.
Profundamente cristão, tomava Jesus como modelo nas suas
dissertações e terminava por sensibilizar significativo
número de enfermos espirituais que assumiam o
compromisso de melhorar-se, liberando aqueles aos quais
atenazavam. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
94. Impressionado com o relato do novo amigo, Manoel
Philomeno ficou a imaginar quanto ele houvera sofrido,
considerando-se a sua vinculação à Doutrina libertadora
e o conflito interior que o propelia à fuga
alucinatória, para não tombar em compromisso mais
infeliz. Havia elegido o que considerava o mal menor,
evitando-se a queda fragorosa em danos morais graves.
Realmente, a reencarnação é uma experiência grandiosa,
na qual se encontram os recursos para a felicidade,
dependendo, no entanto, da segura decisão de cada qual
para vencer as más inclinações, as heranças do passado,
que ressurgem em forma de conflitos e necessidades
mentirosas. Não são muitos os triunfadores imediatos,
porque sempre escamoteiam a verdade, mascarando os
sentimentos e entregando-se aos dislates sob
justificativas que não são legítimas. Por esse motivo,
as repetições do processo depurativo fazem-se
multiplicadas, quando seria possível realizar o passo
definidor de rumos com sacrifício e entrega total,
relativamente com rapidez, como o realizam os
verdadeiros homens de bem, os heróis, os santos. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
95. Depois de narrar o seu drama e o recurso de que se
utilizava a fim de expressar gratidão ao ninho que o
acolheu na hora do vendaval, o jovem acrescentou:
“Embora a minha seja a área da literatura e da história,
do romance e do jornalismo, aprendi com venerando amigo,
cuja amizade foi um farol apontando-me o rumo ditoso,
que a caridade é o caminho mais fácil para a
autoiluminação e a libertação do mal que predomina em
nosso mundo interior. Mesmo, na Terra, tentei
exercitar-me na magna virtude, somente agora, porém,
conseguindo senti-la em totalidade, porque o bem que se
faz é lâmpada que se acende na noite dos sentimentos
atormentados"... (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
96. Na visita às dependências da clínica, chamou a
atenção de todos o número de espíritos lúcidos e bons
que ali se movimentavam. Muitas pessoas acreditam,
erradamente, que nesses lugares onde se encontram
alienados, ou nos cárceres, somente permanecem espíritos
perversos e obsessores, considerando-se os compromissos
dolorosos a que estão vinculados os seus residentes.
Apesar da presença destes, mães dedicadas, parceiros
amorosos, pais gentis, filhos e amigos queridos já
desencarnados, igualmente trabalham em favor daqueles
aos quais amam, a fim de atenuar-lhes os sofrimentos, de
ajudá-los no refazimento, de inspirá-los no rumo da
saúde. E não poderia ser diferente, tendo-se em vista
que se encontram em processo de reparação, portanto,
resgatando os débitos com os divinos códigos. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
97. É comum ouvirem-se médiuns, que se dizem muito
sensíveis, declarar que evitam visitar enfermos,
hospitais, presídios, porque logo se impregnam das
energias deletérias que aí se encontram, passando a
afligi-los. Trata-se de um conceito falso e comodista.
Ao invés de deixar-se impregnar por esses fluidos
pestilentos, seria ideal que se equipassem de amor aos
infelizes e se preparassem para os socorrer, porquanto o
amor em ação oferece recursos hábeis para a superação de
quaisquer contágios dessa natureza, já que o sentimento
solidário sempre robustece aquele que o desenvolve,
imunizando-o contra contaminações de tal natureza. O
planeta terrestre ainda não é um paraíso, mas sim uma
escola de aprendizagem moral, nada obstante a beleza
natural que apresenta, ora infelizmente agredida pela
insensatez humana... (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
98. Finalizando a visita, a equipe foi conduzida à sala
de estudos e de fluidoterapia, onde eram realizadas as
atividades espirituais e que, a partir de então,
sediaria os labores desobsessivos. O recinto era
agradável e se encontrava saturado de vibrações de
harmonia, que se estendiam pelas diversas alas do
edifício. Após alguns minutos, Dr. Inácio Ferreira
elucidou que o ambiente era favorável ao cometimento
programado, necessitando, naturalmente, de algumas
providências para que pudesse abranger também essa
terapia especializada. Depois de dialogar com Jacques,
solicitou-lhe a ajuda de alguns cooperadores, a fim de
serem tomadas providências para a instalação de
aparelhos complexos, que seriam utilizados durante os
socorros aos espíritos mais renitentes no mal.
Prontamente atendido, solicitou permissão para equipar o
local com os instrumentos que considerava de real
importância, liberando os companheiros da equipe,
enquanto ficaria administrando o labor. Jacques, por
solicitação de dona Matilde, conduziu a equipe ao local
onde seria instalada durante o período em que durasse a
atividade, dentro do prazo adrede estabelecido, quando
da visita ao nobre diretor espiritual. (Transtornos
Psiquiátricos e Obsessivos. Capítulo 4: Programação de
atividades.)
Nota da Redação:
A partir da próxima edição, este estudo e
outros semelhantes que vêm sendo publicados na revista
serão deslocados das edições semanais para o setor
próprio d´O Consolador – ESTUDOS ESPÍRITAS - que
o leitor pode acessar clicando
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