Hora da luz
“Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens
preferiram as trevas à luz, porque as suas obras eram
más. Pois quem faz o mal odeia a luz e não vem para a
luz, para que suas obras não sejam demonstradas como
culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz,
para que se manifeste que suas obras são feitas em
Deus.” – Jesus (João, 3:19-21)
Espíritos milenares, uma longa caminhada através das
reencarnações nos guiou da obscuridade à luz, da
ignorância para o conhecimento, do mal para o bem, do
ódio para o amor. Um aprendizado constante, através dos
milênios. A culpabilidade do Espírito se encontra na
consciência que tem do mal que pratica e este pode, sim,
na medida em que desperta, aceitar o amor e o bem, como
sendo as luzes que hão de guiá-lo rumo à ascensão.
A ignorância cede lugar ao conhecimento e a claridade
banha a humanidade, cansada de conflitos, desejosa de
amor e paz. Temos tido o conhecimento de que muitas
lideranças das regiões inferiores das sombras estão
sendo convidadas ao amor, em centros espíritas do Brasil
e do mundo todo. Pequenas fileiras abençoadas do Cristo
na Terra, servindo ao propósito do amor e do bem. Os
grandes líderes das trevas chegam às reuniões, e isso
não é novidade, dadas as comunicações que vêm sendo
feitas em toda a parte, num socorro divino, enfurecidos,
dizendo que Jesus sempre lhes respeitou os domínios e
que agora está invadindo tudo, libertando seus escravos
e acabando com seus exércitos. Estão cansados do próprio
mal. A evolução, imperiosa, vem bater às suas portas.
Mas o medo é seu domínio, e devido ao medo que sujeitam
aos seus e a todos, vendo-se culpáveis, estão com pavor
do processo de reencarnação, em que haverão, dizem eles,
de renascer em corpos disformes, com retardo mental
grave, eles que usaram a inteligência para o mal. Estão
presos na lei de Talião e não no amor libertador.
Com referência a isso, lembramos o livro Boa Nova,
de Humberto de Campos, da psicografia de Chico Xavier.
Nos escritos sobre o encontro com Nicodemos, quando
Tiago responde a Jesus que o processo de redenção é
baseado no olho por olho, dente por dente, Jesus o
esclarece, como aqui reproduzimos:
“Também tu, Tiago, estás procedendo como Nicodemos. Como
todos os homens, aliás, tens raciocinado, mas não tens
sentido. Ainda não ponderaste, talvez, que o primeiro
mandamento da lei é uma determinação de amor. Acima do
‘não adulterarás’, do ‘não cobiçarás’, está o ‘amar a
Deus sobre todas as coisas, de todo o coração e de todo
o entendimento’. Como poderá alguém amar o Pai,
aborrecendo-lhe a obra? Contudo, não estranho a
exiguidade de visão espiritual com que examinaste o
texto dos profetas. Todas as criaturas hão feito o
mesmo. Investigando as revelações do céu com o egoísmo
que lhes é próprio, organizaram a justiça como o
edifício mais alto do idealismo humano. E, entretanto,
coloco o amor acima da justiça do mundo e tenho ensinado
que só ele cobre a multidão dos pecados. Se nos
prendemos à Lei de Talião, somos obrigados a reconhecer
que onde existe um assassino haverá, mais tarde, um
homem que necessita ser assassinado; com a lei do amor,
porém, compreendemos que o verdugo e a vítima são dois
irmãos, filhos de um mesmo Pai. Basta que ambos sintam
isso para que a fraternidade divina afaste os fantasmas
do escândalo e do sofrimento”.
Belíssimas e esclarecedoras as palavras de Jesus a
Tiago. Verdadeiramente, o amor cobre uma multidão de
pecados.
Os irmãozinhos que lideram as trevas e estão apavorados
nas reuniões mediúnicas necessitam ser esclarecidos de
que Deus é todo amor, toda a bondade e que sua justiça
pode ser feita escolhendo o amor. A dor vem caso haja a
permanência no mal, por rebeldia. Espíritos calcetas e
rebeldes necessitam da dor como remédio. Tudo, no
entanto, pode ser minimizado com o amor como solução.
Ainda temos muito o que aprender. E eles também. Muitos
estão desesperados porque reencarnarão em corpos
disformes, pelo que já fizeram. Não é bem assim. O amor,
sendo escolha, as dores serão diminuídas.
Dias atrás, numa reunião mediúnica que frequentamos, um
Espírito que se disse estar comandando as hostes do mal
há mais de mil anos manifestou-se assim, com esse temor.
Disse ao doutrinador que somente uma pessoa, ele, pela
vivência cristã que lhe observou, seria capaz de
demovê-lo da ideia do poder e do mal e levá-lo para
Jesus. Mas estava apavorado. Disse ser de uma
inteligência superior, morrendo de medo de reencarnar
como um retardado mental, num corpo que lhe não daria
possibilidade alguma, somente sofrimento e dor. Foi
preciso que o doutrinador lhe acenasse com a esperança,
dizendo-lhe que Jesus o chamava de volta para o aprisco
e que o amor falaria muito mais alto. Que ele aprendesse
a amar, a fazer o bem e não necessitaria de encarnação
tão dolorosa, se ele a temia tanto, mas se ele a
aceitasse, dada a sua inteligência. Foi convencendo o
Espírito que, ao se entregar, disse: “Sinto muito sono.
Finalmente conseguirei dormir, o que não consigo há mil
anos! Perdão pelo que fiz a você e à sua família! Se
pudesse ver o que eu fiz aos seus, nesses anos todos!
Perdão! Finalmente, vou dormir um pouco!”.
Precisamos aprender muito, para não nos colocarmos na
posição de Tiago, na conversa com Jesus. Iluminemos os
nossos mais profundos sentimentos. A hora das trevas
está findando e o amor será a luz que iluminará toda a
Terra!
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