Passaporte da vida
Em cada reencarnação recebemos o “passaporte” da vida
corpórea. A princípio sob o abrigo uterino e, logo
depois, no convívio direto com os demais terráqueos,
iniciamos a nossa trajetória previamente programada.
Lamentavelmente nenhum de nós percebe no começo da vida
que o tempo de permanência na Terra já começou a ser
contado. Quando comemoramos os nossos aniversários e
recebemos os parabéns por mais um ano de vida, na
verdade trata-se de menos um ano de vida no plano
físico.
Se ao longo do desenvolvimento do corpo pudéssemos
avaliar a importância do crescimento espiritual,
certamente enfrentaríamos mais encorajados e confiantes
os desafios que encontramos em nossas incontáveis
caminhadas.
A falta desse conhecimento nos leva a sérios
desconfortos por não compreendermos que essa vida no
Orbe terrestre, assim como em outras moradas, é
passageira. Após o desencarne a verdadeira essência
segue seu rumo na dimensão espiritual e sendo o Espírito
imortal, habitará várias casas do Pai agregando carimbos
no “passaporte” de nossas vidas...
As viagens terrenas são planejadas com antecedência e
sabemos data e hora da largada. Contudo, a viagem
obrigatória e sem data prevista é deixada em plano
secundário, por valorizarmos mais a vida corpórea, que é
efêmera, do que a espiritual que é eterna.
Ao se extinguir o corpo físico surgem as transformações
próprias das leis naturais, restando o Espírito que terá
muitas outras vidas nessa caminhada incessante até que
um dia possamos todos, sem exceção, desfrutar da
almejada angelitude.
Nossa permanência na Terra é tal qual um “estágio”, onde
temos oportunidade de aprimorar o nosso desenvolvimento
intelectual e moral. Em cada capítulo da nossa
existência passamos por diversas provas para depuração
das nossas imperfeições, cujo mérito será somente nosso.
Acrescemos o que reza em Mateus 16.27: “Porque o Filho
do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus anjos;
e então dará a cada um segundo suas obras”.
A presente colheita é o fruto daquilo que foi semeado, sendo
esse processo constante, até que nos despojemos por
completo dos equívocos praticados nas diversas viagens
existenciais. Nessa ótica, devemos buscar o entendimento
para tudo que se reporta ao mundo espiritual, plantando
boas sementespara que as próximas colheitassejam
promissoras. Ressaltamos o contido em Gálatas 6:8: ”Quem
semeia para a sua carne, da carne colherá destruição;
mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a
vida eterna”.
Jamais deveremos esquecer de que a verdadeira vida
reside no Espírito, sendo o desencarne o portal
das inúmeras moradas que deveremos conhecer conforme as
sábias palavras de Jesus, segundo João 14:2: ”Na casa de
meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim eu vo-lo
teria dito. Vou preparar-vos lugar”.