Não se assuste, mãe!
Ao longo de nossa existência ouvimos e vemos muita coisa
referente à vida ou às pessoas, mas nossos sensores
auditivos e óticos apenas e tão somente captam esses
sons e imagens que nos chegam, sem, contudo, dar-lhes
algum valor ou mesmo a importância que hoje merecem.
Isso é natural, pelo menos com a grande maioria, pelo
fato de ainda não estarmos devidamente preparados para
certos assuntos.
Na medida em que os conhecimentos vão se somando à
mente, com o passar do tempo e, sendo do interesse, os
esclarecimentos ocorrem nos momentos oportunos.
Este é um desses assuntos que, em meio a tantas outras
notícias envolvendo crianças (nem todas, é verdade) que
por desinteresse nos escapam, podem ser citados como
exemplo.
O que a maioria das mães considera, por total
desconhecimento de causa, é o fato de que alguns desses
pequenos, justamente pela infantilidade e inocência que
trazem consigo, apresentam comportamentos próprios dessa
fase.
‒ São bobinhos, mas criativos ‒ dizem as mães ‒, alegam
possuir amiguinhos, dão-lhes nomes, conversam e até
brincam com eles. O pior de tudo é que são invisíveis!
Coitadinhos! isso já é demais!
Chegam a contar casos de crianças que, quando são
chamadas para tomar a sua refeição, pedem para ficar
mais um pouco com "Fulano", que acabou de chegar ou que
está indo embora, isso quando não dizem que "Beltrano" e
"Sicrano" vão participar do lanche etc.... São casos e
mais casos que ocorrem diariamente sem que se perceba,
embutido no assunto, algo de extrema importância real na
existência inicial dos que chegam à Terra, pelo
nascimento. Essa é uma das provas da presença de
Espíritos junto aos encarnados.
Sem explicações para alguns, especialmente os
incrédulos, esse fenômeno é um fato reconhecidamente
verdadeiro, cercado não de mistérios como muitos querem,
mas de um processo natural de apoio ao Espírito
reencarnante, uma ajuda àquele que está ingressando no
cipoal da existência física; na verdade, um suporte
necessário e importante, uma vez que os que dela saem,
pela morte, também são auxiliados pelos Espíritos quando
do reingresso na esfera espiritual. O processo é igual.
Ninguém, que por aqui chegue ou parta, estará sozinho,
sem o amparo dos Espíritos que se encarregam desses dois
fenômenos naturais da vida que conhecemos. Além dos
responsáveis, também outros se fazem presentes em nome
da solidariedade, cujos laços de simpatia, respeito e
amor se acham ligados ao Espírito que chega ou ao que
parte do nosso meio. Enfim, mesmo invisíveis aos nossos
olhos, esses irmãos solidários são constantes na vida de
cada ser que se acha a caminho, creia ou não, este é um
dos mecanismos da vida. O apoio existe sempre, porém nem
sempre a visão se torna possível.
Isso não significa que a criança tenha, necessariamente,
mediunidade, pois esse processo permanece desde o
nascimento até a idade de 7 anos, pouco mais ou pouco
menos, quando estará plenamente consolidado o
procedimento da reencarnação. A partir de então, a visão
infantil se enfraquecerá e o seu protetor continuará em
sua assistência, mas a distância. Há os casos
excepcionais em que a criança prossegue nessa condição
de vidente, tornando-se médium, qual seja, intermediando
os dois planos da vida.
Este soneto homenageia a visão infantil dos
recém-chegados à Terra:
Eu sempre vejo!
‒ Eu sempre vejo! ‒ diz a criança inocente
Numa felicidade incontida!
‒ Loucura! ‒ reage a mãe espavorida,
Antevendo a filha demente!
‒ Como poderei compreender
Que meu anjinho adorado
Possa estar equivocado,
Enxergando o que não posso ver?
‒ Acalme-se, mãezinha zelosa!
Clama uma voz silenciosa,
Com o nome de intuição!
‒ Toda Alma que chega à Terra
Só depois de certo tempo que encerra
O processo da reencarnação!... |