No balanço das provas
Não raro deitamos a culpa de nossos fracassos e aflições
sobre os outros, todavia acautelemo-nos contra
semelhante atitude. Fixemo-nos, ao revés disso, em
nossas infinitas possibilidades de ação e renovação.
Provavelmente, em nossas fraquezas, teremos sido alguma
vez defrontados pela tentação de acusar amigos ou
adversários, quanto aos acontecimentos desagradáveis que
nos ocorrem, no entanto basta investigar o íntimo para
reconhecermos que as nossas falhas e erros pertencem às
opiniões e decisões que formamos por nós próprios.
Todos estamos entrosados uns com os outros, através de
vastas cadeias de relações e reações, no intercâmbio
espiritual e as experiências que nos são necessárias
decorrem de nossa vinculação com o próximo.
Urge, porém, reconhecer que, seja endereçando sugestões
a alguém ou recolhendo as sugestões de alguém,
responderemos por nossas resoluções. Na oferta ou no
aceite de ideias e emoções, formulamos compromissos,
porquanto, os princípios de causa e efeito funcionam
igualmente nos domínios da palavra empenhada.
Abstenhamo-nos de atirar culpas e reprovações nos ombros
alheios, quando se faz inarredável nossa quota pessoal
de débitos na conta dos obstáculos e dificuldades que
nos povoem a vida.
Cada qual de nós se rodeia inelutavelmente pelos
resultados das próprias obras.
Verifiquemos a nossa parte de responsabilidade nas
atribulações do caminho e, abraçando com resignação e
serenidade as consequências de nossos gestos menos
felizes, refaçamos escolhas e diretrizes sem necessidade
de apontar as possíveis faltas alheias.
Pacifiquemos e aperfeiçoemos a nossa área de ação e
estejamos convencidos de que se dermos o melhor de nós,
realizando o melhor que se nos faça acessível ao esforço
individual, no campo da vida, o Senhor
complementar-nos-á o trabalho, fazendo o resto.
Do livro Mãos unidas, obra mediúnica psicografada
pelo médium
Francisco Cândido Xavier.
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