Brasil
por Paulo Salerno

Ano 12 - N° 583 - 2 de Setembro de 2018

Divaldo Franco: “No mundo todos temos inimigos, mas o importante é não sermos inimigos de ninguém”


Na etapa final de sua recente visita ao Rio Grande do Sul, Divaldo Franco percorreu as cidades de Bagé, Santana do Livramento, na fronteira do Uruguai, Santa Maria e Santa Cruz do Sul, na região central, levando a mensagem esclarecedora e libertadora do Espiritismo, de 20 a 24 de agosto. Anteriormente ele congregou os espíritas e simpatizantes nas cidades de Porto Alegre, Novo Hamburgo e Pelotas.

Bagé, 20 de agosto: cidadania honorária e conferência

O Ginásio Presidente Médici - Militão, esteve tomado por mais de 4.200 pessoas que foram assistir o médium e conferencista espírita Divaldo Pereira Franco se tornar cidadão bageense em solenidade que lhe outorgou o honroso título, proposto pelo Vereador Omar Soares Abdel Ghani, inspirado pela Associação Espírita Amor e Caridade – AEAC, que completou o seu centenário em maio de 2018, a mais antiga instituição espírita de Bagé.

Ao chegar ao Militão, Divaldo Franco concedeu uma entrevista coletiva à imprensa de Bagé, respondendo diversas perguntas, bem como recebendo os cumprimentos desses profissionais.

A Câmara de Vereadores de Bagé, em sessão solene realizada nas instalações do ginásio esportivo sob a presidência do Vereador Edimar Fagundes Cardoso, Presidente do Poder Legislativo Municipal, acompanhado dos demais edis, e estando presente o Prefeito Municipal, Divaldo Vieira Lara, o Presidente da AEAC, Elandi de Freitas Ferreira e outras autoridades civis e militares do município e do movimento espírita estadual e regional, agraciou Divaldo Franco com o Título de Cidadania Bageense, materializado em uma placa alusiva, com seu respectivo Decreto Municipal.

O Vereador Omar Soares, saudando o público, o homenageado e demais autoridades presentes ou representadas, enalteceu o trabalho abnegado dos que estão integrados no AEAC, instituição espírita centenária. Destacou os predicados de Divaldo Franco, salientando a sua humildade, a produção psicográfica, alentando milhões de seres sedentos de saber e consolação. Suas atividades no Brasil e no Exterior colocam-no em patamares jamais alcançados. Asseverou que os ensinamentos contidos nas obras fundamentais da Doutrina Espírita são libertadores.

Tânia Lemos, artista plástica, presenteou Divaldo Franco com uma pintura de sua autoria, retratando a Benfeitora Joanna de Ângelis.

O Prefeito do município, Divaldo Lara, agradeceu o trabalho que Divaldo Franco realiza em prol de todos os brasileiros e que os bageenses estão com seus corações quentes e alegres pela presença do insigne médium espírita. Destacou que possui o mesmo nome do homenageado por sugestão de sua avó, uma espírita convicta.

Divaldo se pronunciando e desenvolvendo a conferência destacou que Mahatma Gandhi asseverava que “se um único homem alcançar a mais elevada qualidade de amor, isso seria suficiente para neutralizar o ódio de milhões”. Disse ter aprendido a amar Bagé desde que esteve pela primeira vez, trazendo a mensagem de Jesus. Sentindo que não havia feito nada que o tornasse merecedor da honraria, solicitou a permissão para declinar do título em favor do Espiritismo bageense, para ficar com o carinho com que é acolhido e a amorosidade dedicada a ele, pois não encontra nele, nem em suas atividades, méritos para tal honraria. Concluiu que a homenagem é um estímulo, pois que se aproxima o fim de sua jornada, e isso dá-lhe alegria e forças para seguir em sua caminhada evolutiva.

A humanidade vive um momento de transição, de preocupação e de crises, principalmente a moral, a falta de critérios éticos e a ausência de comportamentos ilibados. Assim era também no tempo do Império Romano, principalmente antes da chegada do Messias. Roma havia se apoderado de boa parte do mundo conhecido, influenciando-o. Porém, a divindade preparou a chegada do Cristo, e Roma passou a experimentar um período em que a filosofia, a arte, escritores e poetas preponderavam sobre os belicosos. Neste clima o Messias se apresentou ao mundo. Bem mais tarde o Espiritismo, como a terceira revelação, veio levantar um pouco mais o véu que cobre a verdade, ensejando ao homem um bom motivo para a autorrealização e para o autoamor. O Espiritismo alcançou uma façanha: matou a morte, pois que o nada não existe e a morte que se acreditava consumir tudo, rompeu as lápides e os ditos mortos se apresentam estuantes de vida. É a imortalidade se apresentando e confirmada cientificamente.

Divaldo destacando o amor de Jesus, narrou as Suas curas, os contatos com os apóstolos e com o povo, e porque se acreditavam curados em definitivo, se permitiam aos desequilíbrios reprocháveis, dilacerando os corpos novamente tendo em vista que o Espírito não assimilou o ensinamento do Mestre Nazareno. Buscavam a cura do perceptível e perecível, esquecendo-se por completo do ser espiritual, imortal. As criaturas humanas estão sempre desejando a cura dos seus corpos perecíveis em detrimento do Espírito imortal.

A ação do bem está presente no seio da sociedade humana, e diversas criaturas tomam a si o dever de fazer algo de bom pelos seus semelhantes, conforme destaca Divaldo Franco, lembrando as ações realizadas pelo Papa Francisco, por exemplo. As influências espirituais estão por toda a parte. Desta forma, Divaldo discorreu sobre fatos que o marcaram profundamente e que trazem consigo grandes lições da participação ativa dos seres incorpóreos.

O Espiritismo veio explicar que a vida é única, mas que as existências são múltiplas, inúmeras, em contínuo aperfeiçoamento. Assim, o Espiritismo se fundamenta nos seguintes postulados: a existência de Deus, a imortalidade da alma, a comunicabilidade com os Espíritos, a pluralidade das existências e de mundos habitados e o Evangelho de Jesus.

Vale a pena viver, vale a pena amar, asseverou o indômito orador, a consciência é Deus na intimidade do ser humano, e todo o esforço por domar as inclinações más, conforme denominava Allan Kardec, ou sombras de acordo com Carl Gustav Jung, produz resultados surpreendentes. O verdadeiro espírita é aquele que se modifica moralmente, tornando-se melhor a cada dia, e esforçando-se por inibir as más tendências.

Reconhecer a solidariedade é dádiva que engrandece o ser reconhecido. Na vida de cada um há inúmeros outros que se revelam cumpridores de seus deveres, os que auxiliam e são solidários, facilitando a vida dos beneficiários, mesmo anonimamente.

Finalizando, novamente agradeceu aos nobres edis e as diversas autoridades, bem como ao público que veio homenageá-lo e que participaram alegremente apesar do frio, enregelando a noite que se apresentava gélida. As ações benfazejas disponibilizadas pelos Espíritos do Bem se fizeram presentes alcançando as almas em dor, amenizando as angústias, deixando alegria e vontade de viver. Em gratidão ao verbo esclarecedor e ao seu portador, o público se pôs de pé e não fez economia nos aplausos que foram intensos e demorados.

Santana do Livramento, 21 de agosto: entrevista

Divaldo Franco, orador e médium espírita, natural de Feira de Santana na Bahia, foi entrevistado tão logo chegou a Santana do Livramento, na Fronteira da Paz, pela emissora uruguaia Teve Diez, de Rivera. Com assuntos diversos, Divaldo foi respondendo sobre as suas atividades na Doutrina Espírita e a sua mediunidade, o estudo que realizou sobre a filosofia espírita ao ser estimulado a estudar O Livro dos Espíritos.

Nesta grandiosa obra encontrou todas as respostas para os enigmas da vida.

Brevemente se referiu às três revelações divinas. Sobre as diversas homenagens que recebeu, destacou que são o reconhecimento ao trabalho executado em prol do próximo. O importante, frisou, é o que somos internamente e não as honrarias exteriores, reconhecendo que são estímulos às superações. O importante não é no que se crê, mas o que se faz.

Allan Kardec, através das respostas obtidas nas obras da codificação espírita, apresenta as soluções morais para a humanidade. O valor real é o serviço e não as honrarias, tendo em vista que o trabalho é realizado em nome de Jesus. Na tarefa de auxílio aos necessitados de toda ordem, os maiores empecilhos proveem das instituições governamentais, sempre muito burocratizadas, porém, entende-as como naturais. Com o trabalho justo e equilibrado e produzindo bons frutos, a Doutrina Espírita, naturalmente, vem conquistando espaço e confiança, abrindo portas pelos resultados apresentados.

O grande problema é o próprio ser humano, que distanciando-se de Deus, torna-se embrutecido, e a Doutrina Espírita ensina ao homem viver cristãmente, sendo solidário e dedicado ao bem. Sobre a crise que se faz presente no Brasil, como de resto no mundo inteiro, a surpresa maior se dá pelas ações das autoridades com poder de decisão, e que podendo trabalhar para o bem comum, alguns optam pelo autobeneficiamento, a qualquer custo.

Cada ser humano deve fazer a sua própria transformação moral para melhor, e ao moralizar-se contribui para que a humanidade, como um todo, se melhore e se moralize. Há momentos de grandes dores morais em todo o planeta, e na evolução, a humanidade passa por transição, e as mudanças, naturalmente, causam transtornos temporariamente.

Desde 1965, quando lá esteve pela primeira vez, nutre grande carinho pelo Uruguai, desenvolvendo vínculos de muita ternura. Os vícios de toda ordem, as legalizações, as práticas abortivas, procurando dar ao homem o direito de matar, vão embrutecendo e traumatizando a criatura humana, que voltando-se somente para si, desconsidera o direito de seu próximo. São mentes aturdidas e degradadas moralmente. Esse e um estado de consciência, e o sexo deve ser praticado com responsabilidade.

Respondendo sobre as atividades da Mansão do Caminho, Divaldo Franco salientou que já foram atendidos mais de quarenta mil jovens, onde a educação e a criação de bons hábitos é tarefa desenvolvida todos os dias. Para multiplicar o êxito da Mansão do Caminho é necessário servir, semear e aguardar com perseverança o resultado positivo. Não é tarefa para poucos dias. O Espiritismo é a segunda força social a serviço da sociedade brasileira. Existem cerca de mil entidades voltadas ao desenvolvimento moral, todas espíritas.

Como médium, Divaldo destacou que a atividade mediúnica é da vida, a cada momento pode-se exercer a mediunidade, pois que são forças vibracionais com vínculos pela energia, pela afinidade e simpatia. A mediunidade é uma faculdade orgânica. Quando se diz que não crê, equivale dizer que não conhece, assim, crer não é importante.

A produção psicográfica foi mais uma questão abordada, e Divaldo relatou as etapas que lhe foram assinaladas para cumprir com a tarefa, iniciando com poucas obras, aumentando-as gradativamente. Sente-se reconhecido, e qualquer carinho é um estímulo para o desenvolvimento da afetividade, asseverando que se encontra muito feliz, principalmente por estar presente na Fronteira da Paz.

Como mensagem final, salientou que cada ser humano pode fazer opções. O cristão deve optar por amar. O importante é não ser inimigo de ninguém. Se podes amar, dá ao outro o direito de ser como ele deseja.

Juan Danilo Rodríguez, médico de família e psicólogo equatoriano da Capital Quito, e atualmente residindo na Mansão do Caminho, e que está acompanhando Divaldo Franco no Rio Grande do Sul, entrevistado pela Teve Diez, discorreu sobre as diversas atividades que são exercidas na Mansão do Caminho, os atendimentos aos jovens e crianças, aos adultos em vulnerabilidade social, bem como as suas atividades desenvolvidas em Quito, e os companheiros que lá ficaram estão desempenhando a contento as suas responsabilidades.

Com a sua transferência para Salvador, assumiu novas tarefas e funções, estabelecendo rotinas novas, adaptando-se, tudo facilitado pela presença e o auxílio dos amigos de ideal espírita.

Fazer bem ao próximo, trabalhando a própria evolução, melhorando-se todos os dias com ética, com base na família, em um trabalho de autoconhecimento, em conjunto com a proposta da imortalidade e da transcendência, contribuem para que os indivíduos alcancem a felicidade, e porque aprendeu tudo isso com Divaldo Franco, um excelente professor, o reverencia.

Santana do Livramento: conferência no Ginásio Irajá

Em memorável atividade doutrinária na fronteira gaúcha, Divaldo Franco, recebido pelas lideranças espíritas locais, regionais e estadual, contou com a participação de líderes e espíritas uruguaios, bem como representantes do poder público do executivo municipal. Após agradável momento artístico, Juan Danilo Rodríguez se dirigiu ao público presente, cerca de dois mil, que apesar do intenso frio, lotou o Ginásio Irajá. Destacou a alegria de estar presente nesse encontro que propugna pela união e aclara os conceitos que libertam os indivíduos dos equívocos, construindo uma nova era, onde os corações e as mentes abertas promoverão os dias de felicidade, destacando a coerência de Divaldo Franco.

Divaldo Franco, enfatizando que a vida é composta de um suceder de fatos, alguns destes são inesperados, provocando mudanças de um momento para outro, e porque repentinas, parecem conspirar contra a felicidade. Desejando a felicidade, o indivíduo, sem saber que a vida humana é dependente de muitos fatores e que escapam ao controle, pode ser levado ao fracasso repentino.

Salientando esses fatos inusitados e que mudam a vida dos envolvidos, Divaldo Franco narrou a história do Bispo Anglicano James Pike, de São Francisco, Califórnia, nos Estados Unidos da América e seu filho Jim, desencarnado, vítima do uso de tóxicos, bem como os fatos mediúnicos que envolveram os personagens. A história real, retirada da autobiografia do Bispo e que se intitula The Other Side (O Outro Lado), é impactante, demonstrando a ação inesperada. Esta comovente história, narrada por Divaldo, se encontra publicada em minúcias na obra Um Encontro com Jesus, capítulo 26, uma compilação de Delcio Carvalho. Vale a pena ler!

Com base na narrativa dos fatos que envolveram o Bispo Pike, Divaldo discorreu sobre a majestade do pensamento Espírita, o Consolador prometido por Jesus. O verbo iluminado do preclaro orador destacou a importância do Espiritismo, uma base sólida em que foi edificado, cujos pilares que o sustentam são: 1. Existência de Deus; 2. Imortalidade da alma; 3. Comunicabilidade dos Espíritos; 4. Reencarnação; 5. Pluralidade dos Mundos Habitados; e 6. O Evangelho de Jesus: notável em seus princípios éticos e que a Humanidade jamais teve a glória de conceber. Allan Kardec, através da questão 625 de O Livro dos Espíritos, desejou saber qual o ser mais perfeito que Deus ofereceu aos homens, para lhe servir de modelo e guia, recebendo a seguinte resposta: Jesus.

Divaldo apresentou a interpretação da Doutrina Espírita sobre a felicidade ao ensinar que o ser humano deve aprender a ser feliz de acordo com as circunstâncias, incorporando e vivendo a certeza da transitoriedade do seu corpo físico e da sua imortalidade. Essa filosofia está apregoada pelo pensamento de Allan Kardec: “A felicidade depende das qualidades próprias do indivíduo e não da situação material em que ele vive”.

Profundamente amoroso, o destacado orador enalteceu e incentivou o hábito da oração. Os Espíritos familiares não abandonam os seus. Os Espíritos benfazejos dirigem os homens com diligência e amorosidade. A Doutrina Espírita é Jesus de volta. Ele prometeu que não deixaria o homem órfão, e, assim, cumpriu o prometido ao enviar um outro consolador, para que ficasse com o homem de forma permanente, lembrando ensinamentos e apresentando novos. Destacando as Obras Fundamentais do Espiritismo, o Semeador de Estrelas asseverou que a Doutrina Espírita não possui salvadores, cada uma é responsável por si mesmo. As Obras Fundamentais se constituem em verdadeiros mananciais de sabedoria, de luzes.

Assim, deseje ao próximo o que desejaria para si mesmo, é uma orientação segura e clara com respeito à caridade, desenvolvendo a coragem de ser honesto, vivendo com a consciência em paz, frisando que a vida muda de um momento para outro e agradeça a Deus por todas as ocorrências, boas ou más.

Finalizando com o Poema de Amélia Rodrigues, Meu Deus e Meu Senhor, Divaldo Franco foi longamente aplaudido de pé, recebendo a gratidão do público envolvido em bênçãos. Divaldo é a luz que chega aos corações desejosos de bênçãos.

A Prefeitura Municipal de Santana do Livramento decretou que Divaldo Franco é hóspede oficial do município, uma singela homenagem ao ilustre conferencista. O Secretário Municipal de Desenvolvimento, representando o Executivo Municipal entregou o Decreto ao homenageado.

A União Municipal Espírita de Santana do Livramento presenteou-o com uma escultura, cópia do obelisco que assinala o marco da Fronteira da Paz, unindo as duas cidades, Santana do Livramento, no Brasil e Rivera, no Uruguai.

Santa Maria, 22 de agosto: conferência Pública

O Ginásio de Esportes do Regimento Mallet ficou lotado por um público ávido para escutar as reflexões que seriam apresentadas por Divaldo Pereira Franco. A maior autoridade militar presente foi o General de Brigada Giovany Carrião de Freitas. Lideranças espíritas da Federação Espírita do Rio Grande do Sul e dos órgãos unificadores regionais e locais participaram ativamente do evento.

Juan Danilo Rodríguez, médium espírita, médico de família, psicólogo, natural do Equador, residindo atualmente na Mansão do Caminho onde planeja e executa novas atividades para atender os portadores de autismo, - essa é uma das especialidades do Dr. Juan -, convidado a falar, se expressou a respeito da vida e da imortalidade, a conquista da vida futura, recepcionando o público em nome da Mansão do Caminho.

Divaldo Franco, acolhido por vigorosa salva de palmas foi homenageado pelos sessenta anos de atividades em Santa Maria, visitando-a desde 1.958, divulgando os conceitos espíritas, esparzindo luzes, amparando os corações aflitos. Marcando essa importante trajetória, foi-lhe ofertado um álbum de fotografias registrando esses momentos ímpares ao longo dessas seis décadas.

Marcando artisticamente esse fato, foi composta uma música especial e inédita, destacando essa trajetória de bênçãos.

Compreendendo que tem sido agraciado pelo carinho dos Santa-marienses, Divaldo externou sua gratidão, abraçando os corações afetuosos. Iniciando a sua conferência, o orador por excelência, citou Marco Túlio Cícero que afirmava ser a história a pedra de toque que desgasta o erro e faz brilhar a verdade. A História tem deixado pegadas luminosas, apresentando a verdade.

Discorrendo sobre os fatos paranormais que se apresentaram ao longo da história da Humanidade, Divaldo demonstrou que os fenômenos mediúnicos são de todos os tempos e sociedades A mediunidade esteve presente nas civilizações ancestrais. Assim, as afirmativas sobre a imortalidade da alma, a comunicabilidade dos Espíritos e a reencarnação eram seus princípios constitutivos. 

Narrando fatos sobre a vida do rei Creso, da Lídia, do escritor italiano Dante Alighieri, do Papa Pio V, de Emanuel Swedenborg, polímata sueco, de Virgílio, e de outros, é por demais evidente a interferência de seres espirituais na vida física, reafirmando cientificamente a imortalidade, a sobrevivência do ser humano. São os seres que se acreditava mortos, mas que se manifestam categoricamente, reafirmando a vida.

Inúmeras pesquisas realizadas por renomados cientistas afirmam a continuidade da vida, confirmando a imortalidade. Os fatos não são possíveis, são reais, essa foi a sentença emitida por William Crookes, respondendo indagações da Sociedade de Dialética de Londres. Muitos outros fatos foram inteiramente comprovados por pesquisadores profundamente comprometido com a verdade.

Em 18 de abril de 1857, Allan Kardec apresentou à humanidade O Livro dos Espíritos, um compêndio filosófico, destacando, entre importantes pontos, que a imortalidade e a comunicabilidade são fatos sobejamente investigados e amplamente provados. O ínclito codificador do Espiritismo fez ressaltar que essa é uma doutrina que prova a imortalidade e a continuidade da vida. Sobre a filosofia marxista, Divaldo destacou que ela visa a destruição da família e por conseguinte a desorganização da sociedade humana, estabelecendo o caos social, desvirtuando o sexo e a sexualidade, introduzindo falsos conceitos para poder dominar as massas.

Rollo May, psicólogo e teólogo americano, estabeleceu que a sociedade humana elegeu como meio de alcançar a felicidade o individualismo, o sexismo e o consumismo. A busca destes conceitos, pelo contrário, tem levado inúmeras criaturas à infelicidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, há no planeta 340.000.000 de pessoas depressivas diagnosticadas. A depressão é o maior indutor de suicídios em todas as faixas etárias.

Andrew Solomon, escritor nascido em Nova Iorque, escreveu sobre a depressão. Seu livro mais recente se intitula: O Demônio do meio-dia: um atlas da depressão. O psiquiatra austríaco Viktor Frankl demonstrou a necessidade de o ser humano encontrar um sentindo psicológico profundo para a vida, sendo que a meta essencial é amar e servir ao próximo. Recordando ser o Espiritismo o Consolador prometido por Jesus, a restaurar-lhe a mensagem do amor, do perdão e da paz, Allan Kardec colheu informações para poder afirmar que a meta é Jesus e a ética do amor é a caridade, que por sua vez é a expressão mais sublime do amor. Amar a Deus, ao próximo e a si mesmo é a maior lição de libertação do ser humano, e Jesus foi e é o maior exemplo que a humanidade já encontrou. O amor, na atualidade e na realidade de algumas clínicas de tratamento psiquiátrico e psicológico, tornou-se terapêutico, sendo recomendada a leitura das Bem-aventuranças.

Aplicando a terapia do sorriso, o inigualável orador conduziu o imenso público ao riso, estimulando a produção de hormônios curadores e salutares. O Espiritismo dá sentido à vida, e a imortalidade triunfa inexoravelmente sobre a morte. A vida continua, e porque tenha um sentido, exorta ao amor, a que as criaturas sejam portadoras de honra, e com isso, serem honradas. O importante não é ter uma religião, mas possuir caráter ético, agindo melhor a cada dia em todos os sentidos. O Espiritismo propicia a alegria de viver, traz a boa nova da imortalidade, da comunicabilidade.

Cristo está de volta nas páginas da Doutrina Espírita e nos convida a reflexões, ensinando a desenvolver a atenção para com os invisíveis da sociedade humana, aqueles que chamamos genericamente de marginais, moradores de rua, servidores humildes e anônimos, etc. A grandeza de o Evangelho de Jesus é estimular a criatura humana a sair do pessimismo, melhorando-se e se tornando, pela transformação moral, em um ser que contribui para a formação de um mundo melhor, mais feliz, mais honrado, mais ético e mais moralizado.

Com o Poema da Gratidão, Divaldo Franco encerrou essa memorável conferência, promovendo a criatura humana, dando-lhe condições de empregar os esforços necessários para a sua transformação moral. Mais tarde, em um jantar íntimo, o Abrigo Espírita Oscar José Pithan, uma Entidade Assistencial sem fins lucrativos e uma Sociedade Espírita, fundada em 28 de agosto de 1949, ofereceu ao nobre conferencista e médium espírita uma placa comemorativa às inúmeras participações na atividade denominada mês espírita, já em sua 29ª edição.

Santa Cruz do Sul, 23 de agosto: minisseminário Tesouros Libertadores

No início da tarde, Divaldo Franco e Juan Danilo Rodríguez e todos aqueles que o acompanham neste périplo doutrinário no Rio Grande do Sul estiveram visitando o Educandário Thales Theisen, obra assistencial da Associação Espírita Francisco de Assis, recebendo o carinho das crianças que se apresentaram, demonstrando o grau de conhecimento já adquirido. Por onde passa, Divaldo Franco arrebata as criaturas.

Não foi diferente com as crianças do Educandário, aglutinou-as em torno de si.

Ao entardecer, o Teatro do Colégio Mauá ficou lotado de criaturas expectantes para reencontrar Divaldo Franco, escutar-lhe as reflexões sempre muito judiciosas, e compartilhar momentos de alegria e bem-estar. A Camerata Filarmônica de Santa Cruz do Sul com sua excelente apresentação enriqueceu sobremaneira o ambiente, preparando-o para as luzes que se derramariam na sequência.

O nobre orador e médium baiano, apresentando o misseminário Tesouros Libertadores, asseverou que a jornada terrestre tem por finalidade a conquista de um tesouro. O notável antropólogo Teilhard de Chardin, teólogo e filósofo francês, analisando o comportamento humano, afirmava que os homens e as mulheres aprenderam a nadar com os peixes, a voar com as aves, mas na hora em que aprendesse a amar teria redescoberto o fogo e a felicidade seria possível no seio da sociedade humana.

Para buscar um parâmetro para a felicidade, Divaldo destacou que os meios de a conquistá-la sempre foram objeto de análise dos filósofos, pensadores e cientistas. Desde a Antiguidade Clássica que os pensadores analisam a questão e propõem teorias sobre o assunto.

Assim, sob o olhar da filosofia grega, o Semeador de Estrelas apresentou o pensamento e definições das diversas escolas filosóficas sobre a felicidade.

1. Epicuro de Samos afirmava que a felicidade seria alcançada com o TER (possuir coisas e prazeres indutores da felicidade). É o pensamento Epicurista ou hedonista. Essa hipótese seria desmentida pelos tormentos que carregam muitos daqueles que têm posses e também os consumistas. Há um tormento, aquele que tem, teme perder, e, naturalmente, se aflige.

2. Mais tarde surgiu Diógenes de Sinope com o pensamento cínico. Ele dizia que as pessoas tinham medo de perder as suas posses, o que lhes causava angústia e outros transtornos, de maneira que a felicidade consistiria em não ter nada. Há que considerar, no entanto, que muitos são verdadeiramente escravos até daquilo que não tem, criando ambições e expectativas que lhes obstaculizam o fruir da felicidade. Essa teoria, então, não poderia subsistir. Afirmava que a felicidade é NADA TER. Diógenes desconsiderou, em Corinto, o convite que lhe fora feito por Alexandre Magno, desprezando a honra de governar o mundo ao seu lado e admoestando-o por lhe tomar o que chamava "o meu sol"

3. Surge, então, Zenon de Cicio apregoando o pensamento estoico, que ensinava ser a felicidade a necessidade de se banir da vida a afetividade e a emotividade causadoras do apego e produtoras de infelicidade. Além do mais o homem deveria enfrentar as vicissitudes e os sofrimentos com serenidade, libertando-o da infelicidade. A felicidade estoica seria a possibilidade de alcançar a resignação. Propunha que a felicidade estaria na coragem de enfrentar a dor moral e física sem queixas, sem esmorecimento, sem sofrer, abandonado ao destino, passivamente. Essa teoria também não poderia corresponder à vivência da real felicidade, uma vez que os seres humanos ainda apresentam diversos conflitos, passando por desafios. A dor ainda faz parte das experiências evolutivas. O estoicismo ainda vige na sociedade humana atual.

4. Divaldo, então, analisou a proposta do filósofo grego, Sócrates, que afirmava que a felicidade consiste em "ser". Ele era um sofista, interrogava para obrigar a pessoa a pensar, a fim de que pudesse encontrar dentro de si a sua própria resposta. Sócrates, perfeitamente consciente de que o ser humano é um Espírito imortal, que está na Terra temporariamente, utilizando-se de um corpo físico para realizar o seu processo evolutivo, ensinava que os indivíduos deveriam buscar conhecerem-se a si mesmos, a sua realidade espiritual, a fim de encontrarem a real felicidade. Sócrates combatia os males que os homens produzem para gozarem de benefícios imediatos, objetivando, com essa atitude de reta conduta, o bem geral, a felicidade comunitária. Felicidade seria o bem da alma, através da conduta justa e virtuosa. Sócrates foi um sábio que sabia que nada sabia. Quando tomou conhecimento de uma sentença insculpida no Santuário de Delfos: Conhece-te a ti mesmo, adotou-a para a sua vida, divulgando-a, por saber que somente aquele que verdadeiramente se conhece pode afirmar que é feliz.

A Doutrina Espírita aborda com justa propriedade que a felicidade é aprender a ser feliz de acordo com as circunstâncias, incorporando e vivendo a certeza da transitoriedade do corpo físico e da sua eternidade espiritual. Allan Kardec destacou que a felicidade depende das qualidades próprias do indivíduo e não da situação material em que ele vive.

Allan Kardec, na obra O Livro dos Espíritos, na questão 919, apresentou a orientação segura dos Espíritos nobres para que os seres humanos buscassem o autoconhecimento e a autoiluminação, a fim de que pudessem trabalhar as imperfeições morais e, assim, fruir de harmonia, paz e, portanto, de felicidade. O homem deve aprender que o mais significativo para alcançar a felicidade é identificar perfeitamente o que é fundamental, isto é, nada que seja transitório, como as coisas materiais.

Jesus é tão importante que todos não resistem a sua força. Jesus é um ser filosófico, mesmo sem se atrelar a uma religião. Sua filosofia é o amor. Jesus pregou e exemplificou o amor pleno. A vida somente terá sentido se a criatura humana amar. As Bem-Aventuranças são uma ode a felicidade. É necessário que todo aquele que busca a felicidade faça um esforço hercúleo, sobre-humano para descobrir o tesouro libertador. A felicidade plena seria alcançar a plenitude, isto é, viver com dignidade e honradez.

Citando vários exemplos de criaturas dignas e honradas, o orador por excelência destacou que é possível ser feliz, não uma felicidade absoluta, mas relativa. Jesus, o Rei Solar, foi ímpar na sociedade humana da Terra. Segundo estudos de Ernest Renan, Ele foi tão grande que não coube na História, mas, antes, dividiu-a em antes e após Ele.

É necessário que o indivíduo estabeleça um sentido psicológico profundo para sua existência: o amor. Fazendo uma ponte entre a Ciência e o Espiritismo, ressaltou que a proposta espírita está toda embasada nos ensinamentos ético-morais do Evangelho de Jesus, cujos ensinamentos estão centrados na lei de Amor.

No mundo, todos temos inimigos, o importante é não sermos inimigos de ninguém. O experiente orador advertiu para que todos tivessem cuidado com as primeiras impressões. A beleza interior se descobre através da convivência. O homem, na sua ganância e no afã de adquirir felicidade, lançou-se contra seu próprio irmão, dizimando-o, escravizando, sufocando-o. A História da Humanidade está contemplada com esses terríveis relatos, apresentando o perfil belicoso do homem ávido de poder.

O Papa Francisco realiza esforços para restabelecer a verdade, libertando os seus fiéis. A promiscuidade e a falta de senso de responsabilidade tem levado o homem às zonas de sofrimento, e desditosos e infelicitados buscam as saídas enganadoras da vida, seja através das drogas, do suicídio ou das doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo. Uma vida casta não é a ausência de vida sexual, mas uma vida de honradez. A felicidade é a ação do bem que se pode fazer a outrem. A prática da caridade é o exercício do amor em seus diversos matizes, é o tesouro libertador.

Apresentando a história de Eunice Weaver, a estoica heroína que não mediu esforços para dignificar a vida dos hansenianos, mas principalmente de seus filhos sadios, construindo “Preventórios” no Brasil e no Exterior, Divaldo conduziu os assistentes ao um estado emocional de tal ordem que foi possível sentir a felicidade. Para bem desempenhar a sua missão e encontrar a felicidade, Eunice se capacitou, inclusive fora do Brasil, realizando grandes feitos. Determinada, não se detinha frente as autoridades, exigindo dessas o cumprimento de suas responsabilidades. Os preventórios instituídos por essa dama salvaram milhares de vidas.

Assim como Eunice, há outros heróis e heroínas que se doam por completo aos seus irmãos em necessidade. Deixam para trás as rotinas e o conforto e se plenificam no serviço ao próximo. É o amor que se apresenta em forma de caridade. Divaldo, comprometido com Jesus, ao ser estimulado a visitar os leprosários por Jésus Gonçalves, um hanseniano na última reencarnação, não mediu esforços para confortar aqueles mortos-vivos que deambulavam nas zonas segregadas, os leprosários.

A gratidão disse Divaldo, é um tesouro mal aplicado. Quando Eunice Weaver desencarnou, deixando um legado de luzes, seu funeral não contou com mais de duzentos presentes, nenhum leproso. Os comentários na imprensa foram pífios. A notícia era Brigitte Bardot. No mundo transcendente, Eunice Weaver foi considerada a benfeitora dos hansenianos.

É muito bom ser bom, isto é felicidade. O grande tesouro, o mais valioso da vida é o tesouro da paz interna, conquistada através da viagem para dentro de si mesmo, O minisseminário foi encerrado com uma vibrante exaltação à vida, ao Amor, à gratidão e à felicidade. O público, profundamente tocado e sensibilizado pôs-se de pé e aplaudiu demoradamente o notável orador.

Santa Cruz do Sul, 24 de agosto: seminário Autismo, o amor em silêncio

Na manhã do dia 24 de agosto, Juan Danilo Rodríguez Mantilla, médium e conferencista espírita, médico e psicólogo, autor dos livros Terapia Holística Alliyana e Notas do Coração, apresentou na Associação Espírita Francisco de Assis o seminário intitulado Autismo, o amor em silêncio. Presente ao enriquecedor momento estavam muitas profissionais das áreas que trabalham com o espectro autista, como professores, psicólogos, psiquiatras, pais e outros.

Preparando o ambiente, foi realizada uma bela apresentação musical elevando o padrão vibratório e estimulando a vitória sobre as ocorrências da vida, rumo à evolução.

O autismo começou a ser estudado logo após o término da II Guerra Mundial. De lá para cá os conceitos estão sendo aperfeiçoados, na medida em que os estudos se aprofundam. O Transtorno de Espectro Autista – TEA -, e assim concebido, ficou definido que o autismo não é mais uma doença psiquiatra, mas uma condição que a criatura humana apresenta. É um desafio, ainda, para a sociedade e a comunidade científica.

Há muitos espectros no campo autista e que se exteriorizam. São peculiaridades, tornam-se diferentes, assim, qualquer diferença que apresente na interação com a sociedade é autismo. O autista quase não apresenta uma fisionomia, porém, o comportamento é diferente. A reciprocidade sociocomportamental é difícil. Alguns irão falar tardiamente, outros jamais falarão. Os gestos, a falta de expressão facial, os relacionamentos e a dificuldade de associar comportamentos, são outros tantos diferenciais.

Informou Juan Danilo que é necessário alongar o olhar sobre o TEA, perscrutando o sistema límbico. A motivação do autista é manter o seu autoequilíbrio. Quando no trabalho com autistas se retira os estereótipos, eles ficarão em desequilíbrio. A insônia é uma particularidade do autista. Ele possui uma linguagem simbólica, necessitando, portanto, de uma compreensão dessa linguagem dentro do universo do autista.

Como possui dificuldade de imaginação, o autista apresenta reações de defesa. Ele sente dores emocionais, porque a sua linguagem é simbólica, por exemplo, se disser a um autista que está chovendo gatos (chuva torrencial) ele acreditará que gatos estão caindo.

O autista possui uma mente especializada. Será, então, necessário que se identifique qual ou quais as suas especialidades. Apresentando vários casos, Juan Danilo, através de pesquisas, disse ser possível avançar nas relações com os autistas. O autista tem dificuldade de se adaptar ao meio em que vive. Ao autista deve-se falar claramente, sem simbolismos, mas com muitos detalhes, passando instruções exatas, criando rotinas bem direcionadas.

Ao se aproximar de um autista, deve ser pelo lado, nunca de frente, pois ele entenderá como uma ameaça. O autista possui algo de angelical, apresenta características muito especiais, como a evolução da própria linguagem, as mímicas. Na evolução do gênero humano, o autista é alguém diferente. O autismo é o amor em silêncio.

Assim, concluído o esclarecedor seminário, Juan Danilo foi longamente aplaudido de pé. Muitos o procuraram para autógrafos, ou foram em busca de alguma resposta ou orientação de como proceder ante as relações com os autistas.

Santa Cruz do Sul, 24 de agosto: minisseminário Pelos Caminhos de Jesus

Através de um belo momento artístico, executado pela Família Ritzel e pela Camerata Filarmônica de Santa Cruz do Sul, a atividade teve início no final da tarde de 24 de agosto de 2018.

O minisseminário Pelos Caminhos de Jesus foi apresentado por Juan Danilo Rodríguez e por Divaldo Franco no amplo auditório da Associação Espírita Francisco de Assis. Juan Danilo discorreu sobre os caminhos traçados por Jesus visando atender o homem, que desde os tempos mais recuados tem lançado seus olhos para os céus em busca de respostas para suas inquietações, incertezas, mas também, cheio de esperança.

Jesus é a Estrela de primeira grandeza na Terra, lançando suas luzes nos corações e nas mentes aturdidas do homem ainda fragilizado emocionalmente.

Jesus é uma figura incomparável, é o modelo e guia para a humanidade. Sistematizando os ensinamentos de Jesus, Juan Danilo se utilizou do simbolismo da estrada para elucidar a caminhada do cristão rumo à plenitude. A primeira estrada é representada pelo jejum moral. Começa, então, para o homem, uma etapa nova, desenvolvendo uma visão sobre Jesus onde as imperfeições e conflitos passam a ser analisados não mais sob o ângulo do erro, do pecado, mas da responsabilidade em a criatura humana se transformar para melhor a cada novo dia, sob a vigência do amor. Allan Kardec, compreendendo Jesus, descreveu a verdadeira essência do amor.

Jesus, após a meditação no deserto foi ter com os pescadores e os convocou para se unirem a Ele, quando, então, Jesus ofereceu a eles o pão da vida, o que necessitavam. Era o pão que possuía a capacidade de saciar a fome por todos os tempos. Pedro e André, pescadores, foram conquistados por Jesus. E porque tinham a necessidade de saber, aqueles olhos perscrutadores do Mestre Nazareno identificaram nos pescadores o amor.

A segunda estrada oferecida pelo Mestre Galileu foi a da compreensão sobre os sofrimentos, a origem do homem, seu destino, e sua atual condição. Para trilhar esse caminho, Jesus apresentou as Bem-aventuranças, e a dor passou a ser compreendida como a pedagogia do amor. Para se deslocar nesta estrada será necessário admitir e responsabilizar-se pelos próprios equívocos cometidos, ganhando coragem para admitir que é falho. As Bem-aventuranças são as companhias ideais para se empreender a viagem. O espírita deve ter a obrigação moral de estudar a Doutrina Espírita para tornar-se apto a pacificar-se e pacificar.

A terceira estrada que Jesus nos leva a percorrer é a da sinceridade, e as coisas mais simples são as facilitadoras para que os indivíduos se alegrem com a vida, resistindo ao mal, tendo em vista que a vida é em comunidade, assim, é necessário que o homem aprenda a conviver. É necessário que o homem lúcido faça o bem e jamais enfrente o mal, o que significa oferecer a outra face – o Bem e o Mal. Nessa estrada deve ser aprendida a lição de respeitar o outro, até mesmo, quando o outro está em delito ante a Justiça Divina. Isso levará o homem a desenvolver o senso de fraternidade, fazendo o bem aos que aborrecem.

A quarta estrada é a da bondade e da humildade. O espírita precisa e deve refletir sobre os seus atos, lembrando que há formas de caridade que humilham o favorecido. Nesse contexto será identificada a importância da prece, a inspiração, a mediunidade como meio de se fazer caridade. A primeira caridade é para consigo mesmo, e todo espírita que labora nas reuniões mediúnicas necessita estudar O Livro dos Médiuns. Os Espíritos dotados de lucidez convidam para praticar a caridade. O Espiritismo é, em primeiro lugar, a educação moral. O espírita sincero deve inspirar-se para fazer o bem, sem críticas a quem quer que seja, renovando-se, portanto.

A lealdade é a quinta estrada. Não é possível servir a dois senhores ao mesmo tempo, o espírita deve ter discernimento para fazer a sua opção. O Espiritismo religa o homem a Deus, renovando suas esperanças, é o consolador das almas. Nessa estrada o homem aprende a não ser hipócrita, a não temer a morte, a somente servir a Deus.

Fora da caridade não há salvação. Nesta sexta estrada o homem descobre que não pode julgar, se não quer ser julgado. A bondade é desenvolvida nesta estrada e que se expressa pela caridade, reconhecendo que o outro não é perfeito. Jesus é o sol reluzente que aclara e ilumina as consciências. Deus existe, e se faz presente quando se faz o bem. Concluindo o seu belo trabalho, Juan Danilo advertiu para que os centros espíritas cumpram com a sua missão de acolher e consolar as criaturas em viagem pelas estradas de Jesus. Pondo-se de pé, o público o aplaudiu intensamente, em gesto de carinho e gratidão.

Divaldo Franco, após um breve intervalo, assumiu a tribuna para apresentar, ligeiramente, o pensamento do Ernest Renan.

Sua irmã Henriette estimulou-o a pesquisar sobre Jesus nos originais. Ficou fascinado por esse Homem extraordinário. Ernest Renan decidiu, então, escrever sobre a vida de Jesus, em três tomos. Mais tarde escreveu sobre os Atos dos Apóstolos, o quarto tomo. Em uma aula inaugural no Collège de France, em 22 Fev 1862, Ernest Renan afirmou que Jesus é um Homem incomparável, e que dividiu a História em antes e depois Dele. O filósofo, escritor e historiador francês do século XIX, Ernest Renan, que, não obstante ser ateísta, teve oportunidade de afirmar que Jesus foi um homem incomparável, um vulto tão grande que não coube na História da Humanidade, dividindo-a, sendo o personagem histórico mais biografado de todos os tempos. A intolerância, no passado, como hoje, fez com que Ernest Renan fosse expulso do Collège de France por ter dito a verdade.

Allan Kardec teve grande responsabilidade quando instigou os seus circunstantes a compreender Jesus como humano, como filho de Deus. Ele é o caminho para se alcançar Deus. Por herança do ocidente, Jesus é confundido como sendo, também, deus. Ao interpretar superficialmente a sentença: Eu e o Pai somos UNO, os estudiosos, no afã de deificar Jesus, optaram por adotar a expressão UNO com o significado de numeral, - UM -, quando, na realidade, o termo UNO empregado na sentença, se refere à união. Então, a expressão UNO significa unido, ao Pai, portanto.

Divaldo Franco fez uma análise dos quatro evangelistas, descrevendo-os em suas particularidades e no distanciamento dos fatos, explicando que, naquela época, as doutrinas eram memorizadas, e por conseguinte, pode-se ter certeza sobre a justiça dos textos evangélicos escritos entre os anos de 57 e 90 da era cristã, assim, a conotação sobre a história de Jesus era a da memorização. Incontestavelmente, Jesus mudou a História da Humanidade.

Jesus foi a primeira personalidade a se levantar para dar apoio à mulher. Jesus é todo amor. Jesus se adentra na noite escura das almas humanas levando as luzes do amor e o óleo da caridade, e os flagelos se diluem, dando aos indivíduos em equívoco a condição de se responsabilizar consigo mesmo. Ninguém vive sem o amor. Portador de beleza lírica, Jesus é o arquiteto das almas. Suas histórias estão recheadas de conhecimento. O pudor está no erotismo, a beleza na estética.

Aplicando a técnica da risoterapia, Divaldo Franco conduziu os presentes para belos momentos onde o riso tornou-se terapêutico. Jesus é o libertador, Ele nos dá a felicidade de dizer eu te amo. O fenômeno que a Doutrina Espírita apresenta é o de transformar o homem para melhor.

O Templo Espírita é o educandário de almas. Enquanto este, ou aquele está recebendo auxílio, através de diversas ações, esse santuário de almas deve primar por conversações edificantes, negando quaisquer futilidades. São as bênçãos dos reinos do céu colocadas à disposição dos que buscam a verdade. Agradecendo a acolhida que obteve no Rio Grande do Sul, Divaldo Franco rogou aos benfeitores as bênçãos aos gaúchos ao se despedir, finalizando mais um roteiro doutrinário onde as luzes do saber e o calor do amor estiveram presentes por onde passou, tornando aqueles dias gélidos no sul do País em agradáveis encontros fraternos e amorosos, pois que o amor, aquecendo o imo de cada um, amenizou sobremaneira a temperatura que a Natureza oferecia. Reconhecendo o profundo trabalho apresentado, o público, colocando-se de pé, agradeceu através de efusivas salvas de palmas.

Divaldo Franco e Juan Danilo são dois servidores que, convidados pelo Cristo, tomaram a charrua em suas mãos e não mais olharam para trás, e abnegadamente tomaram para a si a missão de enxugar lágrimas e reerguer os caídos apresentando os óleos do amor e do conhecimento libertador.

 

Nota do Autor:

As fotos que ilustram esta reportagem são de Jorge Moehlecke.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita