Divaldo Franco: “No mundo todos temos inimigos, mas o
importante é não sermos inimigos de ninguém”
Na etapa final de sua recente visita ao Rio Grande do
Sul, Divaldo Franco percorreu as cidades de Bagé,
Santana do Livramento, na fronteira do Uruguai, Santa
Maria e Santa Cruz do Sul, na região central, levando a
mensagem esclarecedora e libertadora do Espiritismo, de
20 a 24 de agosto. Anteriormente ele congregou os
espíritas e simpatizantes nas cidades de Porto Alegre,
Novo Hamburgo e Pelotas.
Bagé, 20 de agosto: cidadania honorária e conferência
O Ginásio Presidente Médici - Militão, esteve tomado por
mais de 4.200 pessoas que foram assistir o médium e
conferencista espírita Divaldo Pereira Franco se tornar
cidadão bageense em solenidade que lhe outorgou o
honroso título, proposto pelo Vereador Omar Soares Abdel
Ghani, inspirado pela Associação Espírita Amor e
Caridade – AEAC, que completou o seu centenário em maio
de 2018, a mais antiga instituição espírita de Bagé.
Ao chegar ao Militão, Divaldo Franco concedeu uma
entrevista coletiva à imprensa de Bagé, respondendo
diversas perguntas, bem como recebendo os cumprimentos
desses profissionais.
A Câmara de Vereadores de Bagé, em sessão solene
realizada nas instalações do ginásio esportivo sob a
presidência do Vereador Edimar Fagundes Cardoso,
Presidente do Poder Legislativo Municipal, acompanhado
dos demais edis, e estando presente o Prefeito
Municipal, Divaldo Vieira Lara, o Presidente da AEAC,
Elandi de Freitas Ferreira e outras autoridades civis e
militares do município e do movimento espírita estadual
e regional, agraciou Divaldo Franco com o Título de
Cidadania Bageense, materializado em uma placa alusiva,
com seu respectivo Decreto Municipal.
O Vereador Omar Soares, saudando o público, o
homenageado e demais autoridades presentes ou
representadas, enalteceu o trabalho abnegado dos que
estão integrados no AEAC, instituição espírita
centenária. Destacou os predicados de Divaldo Franco,
salientando a sua humildade, a produção psicográfica,
alentando milhões de seres sedentos de saber e
consolação. Suas atividades no Brasil e no Exterior
colocam-no em patamares jamais alcançados. Asseverou que
os ensinamentos contidos nas obras fundamentais da
Doutrina Espírita são libertadores.
Tânia Lemos, artista plástica, presenteou Divaldo Franco
com uma pintura de sua autoria, retratando a Benfeitora
Joanna de Ângelis.
O Prefeito do município, Divaldo Lara, agradeceu o
trabalho que Divaldo Franco realiza em prol de todos os
brasileiros e que os bageenses estão com seus corações
quentes e alegres pela presença do insigne médium
espírita. Destacou que possui o mesmo nome do
homenageado por sugestão de sua avó, uma espírita
convicta.
Divaldo se pronunciando e desenvolvendo a conferência
destacou que Mahatma Gandhi asseverava que “se um único
homem alcançar a mais elevada qualidade de amor, isso
seria suficiente para neutralizar o ódio de milhões”.
Disse ter aprendido a amar Bagé desde que esteve pela
primeira vez, trazendo a mensagem de Jesus. Sentindo que
não havia feito nada que o tornasse merecedor da
honraria, solicitou a permissão para declinar do título
em favor do Espiritismo bageense, para ficar com o
carinho com que é acolhido e a amorosidade dedicada a
ele, pois não encontra nele, nem em suas atividades,
méritos para tal honraria. Concluiu que a homenagem é um
estímulo, pois que se aproxima o fim de sua jornada, e
isso dá-lhe alegria e forças para seguir em sua
caminhada evolutiva.
A humanidade vive um momento de transição, de
preocupação e de crises, principalmente a moral, a falta
de critérios éticos e a ausência de comportamentos
ilibados. Assim era também no tempo do Império Romano,
principalmente antes da chegada do Messias. Roma havia
se apoderado de boa parte do mundo conhecido,
influenciando-o. Porém, a divindade preparou a chegada
do Cristo, e Roma passou a experimentar um período em
que a filosofia, a arte, escritores e poetas
preponderavam sobre os belicosos. Neste clima o Messias
se apresentou ao mundo. Bem mais tarde o Espiritismo,
como a terceira revelação, veio levantar um pouco mais o
véu que cobre a verdade, ensejando ao homem um bom
motivo para a autorrealização e para o autoamor. O
Espiritismo alcançou uma façanha: matou a morte, pois
que o nada não existe e a morte que se acreditava
consumir tudo, rompeu as lápides e os ditos mortos se
apresentam estuantes de vida. É a imortalidade se
apresentando e confirmada cientificamente.
Divaldo destacando o amor de Jesus, narrou as Suas
curas, os contatos com os apóstolos e com o povo, e
porque se acreditavam curados em definitivo, se
permitiam aos desequilíbrios reprocháveis, dilacerando
os corpos novamente tendo em vista que o Espírito não
assimilou o ensinamento do Mestre Nazareno. Buscavam a
cura do perceptível e perecível, esquecendo-se por
completo do ser espiritual, imortal. As criaturas
humanas estão sempre desejando a cura dos seus corpos
perecíveis em detrimento do Espírito imortal.
A ação do bem está presente no seio da sociedade humana,
e diversas criaturas tomam a si o dever de fazer algo de
bom pelos seus semelhantes, conforme destaca Divaldo
Franco, lembrando as ações realizadas pelo Papa
Francisco, por exemplo. As influências espirituais estão
por toda a parte. Desta forma, Divaldo discorreu sobre
fatos que o marcaram profundamente e que trazem consigo
grandes lições da participação ativa dos seres
incorpóreos.
O Espiritismo veio explicar que a vida é única, mas que
as existências são múltiplas, inúmeras, em contínuo
aperfeiçoamento. Assim, o Espiritismo se fundamenta nos
seguintes postulados: a existência de Deus, a
imortalidade da alma, a comunicabilidade com os
Espíritos, a pluralidade das existências e de mundos
habitados e o Evangelho de Jesus.
Vale a pena viver, vale a pena amar, asseverou o
indômito orador, a consciência é Deus na intimidade do
ser humano, e todo o esforço por domar as inclinações
más, conforme denominava Allan Kardec, ou sombras de
acordo com Carl Gustav Jung, produz resultados
surpreendentes. O verdadeiro espírita é aquele que se
modifica moralmente, tornando-se melhor a cada dia, e
esforçando-se por inibir as más tendências.
Reconhecer a solidariedade é dádiva que engrandece o ser
reconhecido. Na vida de cada um há inúmeros outros que
se revelam cumpridores de seus deveres, os que auxiliam
e são solidários, facilitando a vida dos beneficiários,
mesmo anonimamente.
Finalizando, novamente agradeceu aos nobres edis e as
diversas autoridades, bem como ao público que veio
homenageá-lo e que participaram alegremente apesar do
frio, enregelando a noite que se apresentava gélida. As
ações benfazejas disponibilizadas pelos Espíritos do Bem
se fizeram presentes alcançando as almas em dor,
amenizando as angústias, deixando alegria e vontade de
viver. Em gratidão ao verbo esclarecedor e ao seu
portador, o público se pôs de pé e não fez economia nos
aplausos que foram intensos e demorados.
Santana do Livramento, 21 de agosto: entrevista
Divaldo Franco, orador e médium espírita, natural de
Feira de Santana na Bahia, foi entrevistado tão logo
chegou a Santana do Livramento, na Fronteira da Paz,
pela emissora uruguaia Teve Diez, de Rivera. Com
assuntos diversos, Divaldo foi respondendo sobre as suas
atividades na Doutrina Espírita e a sua mediunidade, o
estudo que realizou sobre a filosofia espírita ao ser
estimulado a estudar O Livro dos Espíritos.
Nesta
grandiosa obra encontrou todas as respostas para os
enigmas da vida.
Brevemente se referiu às três revelações divinas. Sobre
as diversas homenagens que recebeu, destacou que são o
reconhecimento ao trabalho executado em prol do próximo.
O importante, frisou, é o que somos internamente e não
as honrarias exteriores, reconhecendo que são estímulos
às superações. O importante não é no que se crê, mas o
que se faz.
Allan Kardec, através das respostas obtidas nas obras da
codificação espírita, apresenta as soluções morais para
a humanidade. O valor real é o serviço e não as
honrarias, tendo em vista que o trabalho é realizado em
nome de Jesus. Na tarefa de auxílio aos necessitados de
toda ordem, os maiores empecilhos proveem das
instituições governamentais, sempre muito
burocratizadas, porém, entende-as como naturais. Com o
trabalho justo e equilibrado e produzindo bons frutos, a
Doutrina Espírita, naturalmente, vem conquistando espaço
e confiança, abrindo portas pelos resultados
apresentados.
O grande problema é o próprio ser humano, que
distanciando-se de Deus, torna-se embrutecido, e a
Doutrina Espírita ensina ao homem viver cristãmente,
sendo solidário e dedicado ao bem. Sobre a crise que se
faz presente no Brasil, como de resto no mundo inteiro,
a surpresa maior se dá pelas ações das autoridades com
poder de decisão, e que podendo trabalhar para o bem
comum, alguns optam pelo autobeneficiamento, a qualquer
custo.
Cada ser humano deve fazer a sua própria transformação
moral para melhor, e ao moralizar-se contribui para que
a humanidade, como um todo, se melhore e se moralize. Há
momentos de grandes dores morais em todo o planeta, e na
evolução, a humanidade passa por transição, e as
mudanças, naturalmente, causam transtornos
temporariamente.
Desde 1965, quando lá esteve pela primeira vez, nutre
grande carinho pelo Uruguai, desenvolvendo vínculos de
muita ternura. Os vícios de toda ordem, as legalizações,
as práticas abortivas, procurando dar ao homem o direito
de matar, vão embrutecendo e traumatizando a criatura
humana, que voltando-se somente para si, desconsidera o
direito de seu próximo. São mentes aturdidas e
degradadas moralmente. Esse e um estado de consciência,
e o sexo deve ser praticado com responsabilidade.
Respondendo sobre as atividades da Mansão do Caminho,
Divaldo Franco salientou que já foram atendidos mais de
quarenta mil jovens, onde a educação e a criação de bons
hábitos é tarefa desenvolvida todos os dias. Para
multiplicar o êxito da Mansão do Caminho é necessário
servir, semear e aguardar com perseverança o resultado
positivo. Não é tarefa para poucos dias. O Espiritismo é
a segunda força social a serviço da sociedade
brasileira. Existem cerca de mil entidades voltadas ao
desenvolvimento moral, todas espíritas.
Como médium, Divaldo destacou que a atividade mediúnica
é da vida, a cada momento pode-se exercer a mediunidade,
pois que são forças vibracionais com vínculos pela
energia, pela afinidade e simpatia. A mediunidade é uma
faculdade orgânica. Quando se diz que não crê, equivale
dizer que não conhece, assim, crer não é importante.
A produção psicográfica foi mais uma questão abordada, e
Divaldo relatou as etapas que lhe foram assinaladas para
cumprir com a tarefa, iniciando com poucas obras,
aumentando-as gradativamente. Sente-se reconhecido, e
qualquer carinho é um estímulo para o desenvolvimento da
afetividade, asseverando que se encontra muito feliz,
principalmente por estar presente na Fronteira da Paz.
Como mensagem final, salientou que cada ser humano pode
fazer opções. O cristão deve optar por amar. O
importante é não ser inimigo de ninguém. Se podes amar,
dá ao outro o direito de ser como ele deseja.
Juan Danilo Rodríguez, médico de família e psicólogo
equatoriano da Capital Quito, e atualmente residindo na
Mansão do Caminho, e que está acompanhando Divaldo
Franco no Rio Grande do Sul, entrevistado pela Teve
Diez, discorreu sobre as diversas atividades que são
exercidas na Mansão do Caminho, os atendimentos aos
jovens e crianças, aos adultos em vulnerabilidade
social, bem como as suas atividades desenvolvidas em
Quito, e os companheiros que lá ficaram estão
desempenhando a contento as suas responsabilidades.
Com a sua transferência para Salvador, assumiu novas
tarefas e funções, estabelecendo rotinas novas,
adaptando-se, tudo facilitado pela presença e o auxílio
dos amigos de ideal espírita.
Fazer bem ao próximo, trabalhando a própria evolução,
melhorando-se todos os dias com ética, com base na
família, em um trabalho de autoconhecimento, em conjunto
com a proposta da imortalidade e da transcendência,
contribuem para que os indivíduos alcancem a felicidade,
e porque aprendeu tudo isso com Divaldo Franco, um
excelente professor, o reverencia.
Santana do Livramento: conferência no Ginásio Irajá
Em memorável atividade doutrinária na fronteira gaúcha,
Divaldo Franco, recebido pelas lideranças espíritas
locais, regionais e estadual, contou com a participação
de líderes e espíritas uruguaios, bem como
representantes do poder público do executivo municipal.
Após agradável momento artístico, Juan Danilo Rodríguez
se dirigiu ao público presente, cerca de dois mil, que
apesar do intenso frio, lotou o Ginásio Irajá. Destacou
a alegria de estar presente nesse encontro que propugna
pela união e aclara os conceitos que libertam os
indivíduos dos equívocos, construindo uma nova era, onde
os corações e as mentes abertas promoverão os dias de
felicidade, destacando a coerência de Divaldo Franco.
Divaldo Franco, enfatizando que a vida é composta de um
suceder de fatos, alguns destes são inesperados,
provocando mudanças de um momento para outro, e porque
repentinas, parecem conspirar contra a felicidade.
Desejando a felicidade, o indivíduo, sem saber que a
vida humana é dependente de muitos fatores e que escapam
ao controle, pode ser levado ao fracasso repentino.
Salientando esses fatos inusitados e que mudam a vida
dos envolvidos, Divaldo Franco narrou a história do
Bispo Anglicano James Pike, de São Francisco,
Califórnia, nos Estados Unidos da América e seu filho
Jim, desencarnado, vítima do uso de tóxicos, bem como os
fatos mediúnicos que envolveram os personagens. A
história real, retirada da autobiografia do Bispo e que
se intitula The Other Side (O Outro Lado), é
impactante, demonstrando a ação inesperada. Esta
comovente história, narrada por Divaldo, se encontra
publicada em minúcias na obra Um Encontro com Jesus,
capítulo 26, uma compilação de Delcio Carvalho. Vale a
pena ler!
Com base na narrativa dos fatos que envolveram o Bispo
Pike, Divaldo discorreu sobre a majestade do pensamento
Espírita, o Consolador prometido por Jesus. O verbo
iluminado do preclaro orador destacou a importância do
Espiritismo, uma base sólida em que foi edificado, cujos
pilares que o sustentam são: 1. Existência de Deus; 2.
Imortalidade da alma; 3. Comunicabilidade dos Espíritos;
4. Reencarnação; 5. Pluralidade dos Mundos Habitados; e
6. O Evangelho de Jesus: notável em seus princípios
éticos e que a Humanidade jamais teve a glória de
conceber. Allan Kardec, através da questão 625 de O
Livro dos Espíritos, desejou saber qual o ser mais
perfeito que Deus ofereceu aos homens, para lhe servir
de modelo e guia, recebendo a seguinte resposta: Jesus.
Divaldo apresentou a interpretação da Doutrina Espírita
sobre a felicidade ao ensinar que o ser humano deve
aprender a ser feliz de acordo com as circunstâncias,
incorporando e vivendo a certeza da transitoriedade do
seu corpo físico e da sua imortalidade. Essa filosofia
está apregoada pelo pensamento de Allan Kardec: “A
felicidade depende das qualidades próprias do indivíduo
e não da situação material em que ele vive”.
Profundamente amoroso, o destacado orador enalteceu e
incentivou o hábito da oração. Os Espíritos familiares
não abandonam os seus. Os Espíritos benfazejos dirigem
os homens com diligência e amorosidade. A Doutrina
Espírita é Jesus de volta. Ele prometeu que não deixaria
o homem órfão, e, assim, cumpriu o prometido ao enviar
um outro consolador, para que ficasse com o homem de
forma permanente, lembrando ensinamentos e apresentando
novos. Destacando as Obras Fundamentais do Espiritismo,
o Semeador de Estrelas asseverou que a Doutrina Espírita
não possui salvadores, cada uma é responsável por si
mesmo. As Obras Fundamentais se constituem em
verdadeiros mananciais de sabedoria, de luzes.
Assim, deseje ao próximo o que desejaria para si mesmo,
é uma orientação segura e clara com respeito à caridade,
desenvolvendo a coragem de ser honesto, vivendo com a
consciência em paz, frisando que a vida muda de um
momento para outro e agradeça a Deus por todas as
ocorrências, boas ou más.
Finalizando com o Poema de Amélia Rodrigues, Meu Deus e
Meu Senhor, Divaldo Franco foi longamente aplaudido de
pé, recebendo a gratidão do público envolvido em
bênçãos. Divaldo é a luz que chega aos corações
desejosos de bênçãos.
A Prefeitura Municipal de Santana do Livramento decretou
que Divaldo Franco é hóspede oficial do município, uma
singela homenagem ao ilustre conferencista. O Secretário
Municipal de Desenvolvimento, representando o Executivo
Municipal entregou o Decreto ao homenageado.
A União Municipal Espírita de Santana do Livramento
presenteou-o com uma escultura, cópia do obelisco que
assinala o marco da Fronteira da Paz, unindo as duas
cidades, Santana do Livramento, no Brasil e Rivera, no
Uruguai.
Santa Maria, 22 de agosto: conferência Pública
O Ginásio de Esportes do Regimento Mallet ficou lotado
por um público ávido para escutar as reflexões que
seriam apresentadas por Divaldo Pereira Franco. A maior
autoridade militar presente foi o General de Brigada
Giovany Carrião de Freitas. Lideranças espíritas da
Federação Espírita do Rio Grande do Sul e dos órgãos
unificadores regionais e locais participaram ativamente
do evento.
Juan Danilo Rodríguez, médium espírita, médico de
família, psicólogo, natural do Equador, residindo
atualmente na Mansão do Caminho onde planeja e executa
novas atividades para atender os portadores de autismo,
- essa é uma das especialidades do Dr. Juan -, convidado
a falar, se expressou a respeito da vida e da
imortalidade, a conquista da vida futura, recepcionando
o público em nome da Mansão do Caminho.
Divaldo Franco, acolhido por vigorosa salva de palmas
foi homenageado pelos sessenta anos de atividades em
Santa Maria, visitando-a desde 1.958, divulgando os
conceitos espíritas, esparzindo luzes, amparando os
corações aflitos. Marcando essa importante trajetória,
foi-lhe ofertado um álbum de fotografias registrando
esses momentos ímpares ao longo dessas seis décadas.
Marcando artisticamente esse fato, foi composta uma
música especial e inédita, destacando essa trajetória de
bênçãos.
Compreendendo que tem sido agraciado pelo carinho dos
Santa-marienses, Divaldo externou sua gratidão,
abraçando os corações afetuosos. Iniciando a sua
conferência, o orador por excelência, citou Marco Túlio
Cícero que afirmava ser a história a pedra de toque que
desgasta o erro e faz brilhar a verdade. A História tem
deixado pegadas luminosas, apresentando a verdade.
Discorrendo sobre os fatos paranormais que se
apresentaram ao longo da história da Humanidade, Divaldo
demonstrou que os fenômenos mediúnicos são de todos os
tempos e sociedades A mediunidade esteve presente nas
civilizações ancestrais. Assim, as afirmativas sobre a
imortalidade da alma, a comunicabilidade dos Espíritos e
a reencarnação eram seus princípios constitutivos.
Narrando fatos sobre a vida do rei Creso, da Lídia, do
escritor italiano Dante Alighieri, do Papa Pio V, de
Emanuel Swedenborg, polímata sueco, de Virgílio, e de
outros, é por demais evidente a interferência de seres
espirituais na vida física, reafirmando cientificamente
a imortalidade, a sobrevivência do ser humano. São os
seres que se acreditava mortos, mas que se manifestam
categoricamente, reafirmando a vida.
Inúmeras pesquisas realizadas por renomados cientistas
afirmam a continuidade da vida, confirmando a
imortalidade. Os fatos não são possíveis, são reais,
essa foi a sentença emitida por William Crookes,
respondendo indagações da Sociedade de Dialética de
Londres. Muitos outros fatos foram inteiramente
comprovados por pesquisadores profundamente comprometido
com a verdade.
Em 18 de abril de 1857, Allan Kardec apresentou à
humanidade O Livro dos Espíritos, um compêndio
filosófico, destacando, entre importantes pontos, que a
imortalidade e a comunicabilidade são fatos sobejamente
investigados e amplamente provados. O ínclito
codificador do Espiritismo fez ressaltar que essa é uma
doutrina que prova a imortalidade e a continuidade da
vida. Sobre a filosofia marxista, Divaldo destacou que
ela visa a destruição da família e por conseguinte a
desorganização da sociedade humana, estabelecendo o caos
social, desvirtuando o sexo e a sexualidade,
introduzindo falsos conceitos para poder dominar as
massas.
Rollo May, psicólogo e teólogo americano, estabeleceu
que a sociedade humana elegeu como meio de alcançar a
felicidade o individualismo, o sexismo e o consumismo. A
busca destes conceitos, pelo contrário, tem levado
inúmeras criaturas à infelicidade. Segundo a Organização
Mundial de Saúde, há no planeta 340.000.000 de pessoas
depressivas diagnosticadas. A depressão é o maior
indutor de suicídios em todas as faixas etárias.
Andrew Solomon, escritor nascido em Nova Iorque,
escreveu sobre a depressão. Seu livro mais recente se
intitula: O Demônio do meio-dia: um atlas da
depressão. O psiquiatra austríaco Viktor Frankl
demonstrou a necessidade de o ser humano encontrar um
sentindo psicológico profundo para a vida, sendo que a
meta essencial é amar e servir ao próximo. Recordando
ser o Espiritismo o Consolador prometido por Jesus, a
restaurar-lhe a mensagem do amor, do perdão e da paz,
Allan Kardec colheu informações para poder afirmar que a
meta é Jesus e a ética do amor é a caridade, que por sua
vez é a expressão mais sublime do amor. Amar a Deus, ao
próximo e a si mesmo é a maior lição de libertação do
ser humano, e Jesus foi e é o maior exemplo que a
humanidade já encontrou. O amor, na atualidade e na
realidade de algumas clínicas de tratamento psiquiátrico
e psicológico, tornou-se terapêutico, sendo recomendada
a leitura das Bem-aventuranças.
Aplicando a terapia do sorriso, o inigualável orador
conduziu o imenso público ao riso, estimulando a
produção de hormônios curadores e salutares. O
Espiritismo dá sentido à vida, e a imortalidade triunfa
inexoravelmente sobre a morte. A vida continua, e porque
tenha um sentido, exorta ao amor, a que as criaturas
sejam portadoras de honra, e com isso, serem honradas. O
importante não é ter uma religião, mas possuir caráter
ético, agindo melhor a cada dia em todos os sentidos. O
Espiritismo propicia a alegria de viver, traz a boa nova
da imortalidade, da comunicabilidade.
Cristo está de volta nas páginas da Doutrina Espírita e
nos convida a reflexões, ensinando a desenvolver a
atenção para com os invisíveis da sociedade humana,
aqueles que chamamos genericamente de marginais,
moradores de rua, servidores humildes e anônimos, etc. A
grandeza de o Evangelho de Jesus é estimular a criatura
humana a sair do pessimismo, melhorando-se e se
tornando, pela transformação moral, em um ser que
contribui para a formação de um mundo melhor, mais
feliz, mais honrado, mais ético e mais moralizado.
Com o Poema da Gratidão, Divaldo Franco encerrou essa
memorável conferência, promovendo a criatura humana,
dando-lhe condições de empregar os esforços necessários
para a sua transformação moral. Mais tarde, em um jantar
íntimo, o Abrigo Espírita Oscar José Pithan, uma
Entidade Assistencial sem fins lucrativos e uma
Sociedade Espírita, fundada em 28 de agosto de 1949,
ofereceu ao nobre conferencista e médium espírita uma
placa comemorativa às inúmeras participações na
atividade denominada mês espírita, já em sua 29ª edição.
Santa Cruz do Sul, 23 de
agosto: minisseminário Tesouros
Libertadores
No início da tarde, Divaldo Franco e Juan Danilo
Rodríguez e todos aqueles que o acompanham neste périplo
doutrinário no Rio Grande do Sul estiveram visitando o
Educandário Thales Theisen, obra assistencial da
Associação Espírita Francisco de Assis, recebendo o
carinho das crianças que se apresentaram, demonstrando o
grau de conhecimento já adquirido. Por onde passa,
Divaldo Franco arrebata as criaturas.
Não foi diferente
com as crianças do Educandário, aglutinou-as em torno de
si.
Ao entardecer, o Teatro do Colégio Mauá ficou lotado de
criaturas expectantes para reencontrar Divaldo Franco,
escutar-lhe as reflexões sempre muito judiciosas, e
compartilhar momentos de alegria e bem-estar. A Camerata
Filarmônica de Santa Cruz do Sul com sua excelente
apresentação enriqueceu sobremaneira o ambiente,
preparando-o para as luzes que se derramariam na
sequência.
O nobre orador e médium baiano, apresentando o
misseminário Tesouros Libertadores, asseverou que a
jornada terrestre tem por finalidade a conquista de um
tesouro. O notável antropólogo Teilhard de Chardin,
teólogo e filósofo francês, analisando o comportamento
humano, afirmava que os homens e as mulheres aprenderam
a nadar com os peixes, a voar com as aves, mas na hora
em que aprendesse a amar teria redescoberto o fogo e a
felicidade seria possível no seio da sociedade humana.
Para buscar um parâmetro para a felicidade, Divaldo
destacou que os meios de a conquistá-la sempre foram
objeto de análise dos filósofos, pensadores e
cientistas. Desde a Antiguidade Clássica que os
pensadores analisam a questão e propõem teorias sobre o
assunto.
Assim, sob o olhar da filosofia grega, o Semeador de
Estrelas apresentou o pensamento e definições das
diversas escolas filosóficas sobre a felicidade.
1. Epicuro de Samos afirmava que a felicidade seria
alcançada com o TER (possuir coisas e prazeres indutores
da felicidade). É o pensamento Epicurista ou hedonista.
Essa hipótese seria desmentida pelos tormentos que
carregam muitos daqueles que têm posses e também os
consumistas. Há um tormento, aquele que tem, teme
perder, e, naturalmente, se aflige.
2. Mais tarde surgiu Diógenes de Sinope com o pensamento
cínico. Ele dizia que as pessoas tinham medo de perder
as suas posses, o que lhes causava angústia e outros
transtornos, de maneira que a felicidade consistiria em
não ter nada. Há que considerar, no entanto, que muitos
são verdadeiramente escravos até daquilo que não tem,
criando ambições e expectativas que lhes obstaculizam o
fruir da felicidade. Essa teoria, então, não poderia
subsistir. Afirmava que a felicidade é NADA TER.
Diógenes desconsiderou, em Corinto, o convite que lhe
fora feito por Alexandre Magno, desprezando a honra de
governar o mundo ao seu lado e admoestando-o por lhe
tomar o que chamava "o meu sol"
3. Surge, então, Zenon de Cicio apregoando o pensamento
estoico, que ensinava ser a felicidade a necessidade de
se banir da vida a afetividade e a emotividade
causadoras do apego e produtoras de infelicidade. Além
do mais o homem deveria enfrentar as vicissitudes e os
sofrimentos com serenidade, libertando-o da
infelicidade. A felicidade estoica seria a possibilidade
de alcançar a resignação. Propunha que a felicidade
estaria na coragem de enfrentar a dor moral e física sem
queixas, sem esmorecimento, sem sofrer, abandonado ao
destino, passivamente. Essa teoria também não poderia
corresponder à vivência da real felicidade, uma vez que
os seres humanos ainda apresentam diversos conflitos,
passando por desafios. A dor ainda faz parte das
experiências evolutivas. O estoicismo ainda vige na
sociedade humana atual.
4. Divaldo, então, analisou a proposta do filósofo
grego, Sócrates, que afirmava que a felicidade consiste
em "ser". Ele era um sofista, interrogava para obrigar a
pessoa a pensar, a fim de que pudesse encontrar dentro
de si a sua própria resposta. Sócrates, perfeitamente
consciente de que o ser humano é um Espírito imortal,
que está na Terra temporariamente, utilizando-se de um
corpo físico para realizar o seu processo evolutivo,
ensinava que os indivíduos deveriam buscar conhecerem-se
a si mesmos, a sua realidade espiritual, a fim de
encontrarem a real felicidade. Sócrates combatia os
males que os homens produzem para gozarem de benefícios
imediatos, objetivando, com essa atitude de reta
conduta, o bem geral, a felicidade comunitária.
Felicidade seria o bem da alma, através da conduta justa
e virtuosa. Sócrates foi um sábio que sabia que nada
sabia. Quando tomou conhecimento de uma sentença
insculpida no Santuário de Delfos: Conhece-te a ti
mesmo, adotou-a para a sua vida, divulgando-a, por saber
que somente aquele que verdadeiramente se conhece pode
afirmar que é feliz.
A Doutrina Espírita aborda com justa propriedade que a
felicidade é aprender a ser feliz de acordo com as
circunstâncias, incorporando e vivendo a certeza da
transitoriedade do corpo físico e da sua eternidade
espiritual. Allan Kardec destacou que a felicidade
depende das qualidades próprias do indivíduo e não da
situação material em que ele vive.
Allan Kardec, na obra O Livro dos Espíritos, na
questão 919, apresentou a orientação segura dos
Espíritos nobres para que os seres humanos buscassem o
autoconhecimento e a autoiluminação, a fim de que
pudessem trabalhar as imperfeições morais e, assim,
fruir de harmonia, paz e, portanto, de felicidade. O
homem deve aprender que o mais significativo para
alcançar a felicidade é identificar perfeitamente o que
é fundamental, isto é, nada que seja transitório, como
as coisas materiais.
Jesus é tão importante que todos não resistem a sua
força. Jesus é um ser filosófico, mesmo sem se atrelar a
uma religião. Sua filosofia é o amor. Jesus pregou e
exemplificou o amor pleno. A vida somente terá sentido
se a criatura humana amar. As Bem-Aventuranças são uma
ode a felicidade. É necessário que todo aquele que busca
a felicidade faça um esforço hercúleo, sobre-humano para
descobrir o tesouro libertador. A felicidade plena seria
alcançar a plenitude, isto é, viver com dignidade e
honradez.
Citando vários exemplos de criaturas dignas e honradas,
o orador por excelência destacou que é possível ser
feliz, não uma felicidade absoluta, mas relativa. Jesus,
o Rei Solar, foi ímpar na sociedade humana da Terra.
Segundo estudos de Ernest Renan, Ele foi tão grande que
não coube na História, mas, antes, dividiu-a em antes e
após Ele.
É necessário que o indivíduo estabeleça um sentido
psicológico profundo para sua existência: o amor.
Fazendo uma ponte entre a Ciência e o Espiritismo,
ressaltou que a proposta espírita está toda embasada nos
ensinamentos ético-morais do Evangelho de Jesus, cujos
ensinamentos estão centrados na lei de Amor.
No mundo, todos temos inimigos, o importante é não
sermos inimigos de ninguém. O experiente orador advertiu
para que todos tivessem cuidado com as primeiras
impressões. A beleza interior se descobre através da
convivência. O homem, na sua ganância e no afã de
adquirir felicidade, lançou-se contra seu próprio irmão,
dizimando-o, escravizando, sufocando-o. A História da
Humanidade está contemplada com esses terríveis relatos,
apresentando o perfil belicoso do homem ávido de poder.
O Papa Francisco realiza esforços para restabelecer a
verdade, libertando os seus fiéis. A promiscuidade e a
falta de senso de responsabilidade tem levado o homem às
zonas de sofrimento, e desditosos e infelicitados buscam
as saídas enganadoras da vida, seja através das drogas,
do suicídio ou das doenças sexualmente transmissíveis,
por exemplo. Uma vida casta não é a ausência de vida
sexual, mas uma vida de honradez. A felicidade é a ação
do bem que se pode fazer a outrem. A prática da caridade
é o exercício do amor em seus diversos matizes, é o
tesouro libertador.
Apresentando a história de Eunice Weaver, a estoica
heroína que não mediu esforços para dignificar a vida
dos hansenianos, mas principalmente de seus filhos
sadios, construindo “Preventórios” no Brasil e no
Exterior, Divaldo conduziu os assistentes ao um estado
emocional de tal ordem que foi possível sentir a
felicidade. Para bem desempenhar a sua missão e
encontrar a felicidade, Eunice se capacitou, inclusive
fora do Brasil, realizando grandes feitos. Determinada,
não se detinha frente as autoridades, exigindo dessas o
cumprimento de suas responsabilidades. Os preventórios
instituídos por essa dama salvaram milhares de vidas.
Assim como Eunice, há outros heróis e heroínas que se
doam por completo aos seus irmãos em necessidade. Deixam
para trás as rotinas e o conforto e se plenificam no
serviço ao próximo. É o amor que se apresenta em forma
de caridade. Divaldo, comprometido com Jesus, ao ser
estimulado a visitar os leprosários por Jésus Gonçalves,
um hanseniano na última reencarnação, não mediu esforços
para confortar aqueles mortos-vivos que
deambulavam nas zonas segregadas, os leprosários.
A gratidão disse Divaldo, é um tesouro mal aplicado.
Quando Eunice Weaver desencarnou, deixando um legado de
luzes, seu funeral não contou com mais de duzentos
presentes, nenhum leproso. Os comentários na imprensa
foram pífios. A notícia era Brigitte Bardot. No mundo
transcendente, Eunice Weaver foi considerada a
benfeitora dos hansenianos.
É muito bom ser bom, isto é felicidade. O grande
tesouro, o mais valioso da vida é o tesouro da paz
interna, conquistada através da viagem para dentro de si
mesmo, O minisseminário foi encerrado com uma vibrante
exaltação à vida, ao Amor, à gratidão e à felicidade. O
público, profundamente tocado e sensibilizado pôs-se de
pé e aplaudiu demoradamente o notável orador.
Santa Cruz do Sul, 24 de
agosto: seminário Autismo,
o amor em silêncio
Na manhã do dia 24 de agosto, Juan Danilo Rodríguez
Mantilla, médium e conferencista espírita, médico e
psicólogo, autor dos livros Terapia Holística
Alliyana e Notas do Coração, apresentou na
Associação Espírita Francisco de Assis o seminário
intitulado Autismo, o amor em silêncio. Presente ao
enriquecedor momento estavam muitas profissionais das
áreas que trabalham com o espectro autista, como
professores, psicólogos, psiquiatras, pais e outros.
Preparando o ambiente, foi realizada uma bela
apresentação musical elevando o padrão vibratório e
estimulando a vitória sobre as ocorrências da vida, rumo
à evolução.
O autismo começou a ser estudado logo após o término da
II Guerra Mundial. De lá para cá os conceitos estão
sendo aperfeiçoados, na medida em que os estudos se
aprofundam. O Transtorno de Espectro Autista – TEA -, e
assim concebido, ficou definido que o autismo não é mais
uma doença psiquiatra, mas uma condição que a criatura
humana apresenta. É um desafio, ainda, para a sociedade
e a comunidade científica.
Há muitos espectros no campo autista e que se
exteriorizam. São peculiaridades, tornam-se diferentes,
assim, qualquer diferença que apresente na interação com
a sociedade é autismo. O autista quase não apresenta uma
fisionomia, porém, o comportamento é diferente. A
reciprocidade sociocomportamental é difícil. Alguns irão
falar tardiamente, outros jamais falarão. Os gestos, a
falta de expressão facial, os relacionamentos e a
dificuldade de associar comportamentos, são outros
tantos diferenciais.
Informou Juan Danilo que é necessário alongar o olhar
sobre o TEA, perscrutando o sistema límbico. A motivação
do autista é manter o seu autoequilíbrio. Quando no
trabalho com autistas se retira os estereótipos, eles
ficarão em desequilíbrio. A insônia é uma
particularidade do autista. Ele possui uma linguagem
simbólica, necessitando, portanto, de uma compreensão
dessa linguagem dentro do universo do autista.
Como possui dificuldade de imaginação, o autista
apresenta reações de defesa. Ele sente dores emocionais,
porque a sua linguagem é simbólica, por exemplo, se
disser a um autista que está chovendo gatos (chuva
torrencial) ele acreditará que gatos estão caindo.
O autista possui uma mente especializada. Será, então,
necessário que se identifique qual ou quais as suas
especialidades. Apresentando vários casos, Juan Danilo,
através de pesquisas, disse ser possível avançar nas
relações com os autistas. O autista tem dificuldade de
se adaptar ao meio em que vive. Ao autista deve-se falar
claramente, sem simbolismos, mas com muitos detalhes,
passando instruções exatas, criando rotinas bem
direcionadas.
Ao se aproximar de um autista, deve ser pelo lado, nunca
de frente, pois ele entenderá como uma ameaça. O autista
possui algo de angelical, apresenta características
muito especiais, como a evolução da própria linguagem,
as mímicas. Na evolução do gênero humano, o autista é
alguém diferente. O autismo é o amor em silêncio.
Assim, concluído o esclarecedor seminário, Juan Danilo
foi longamente aplaudido de pé. Muitos o procuraram para
autógrafos, ou foram em busca de alguma resposta ou
orientação de como proceder ante as relações com os
autistas.
Santa Cruz do Sul, 24 de
agosto: minisseminário Pelos
Caminhos de Jesus
Através de um belo momento artístico, executado pela
Família Ritzel e pela Camerata Filarmônica de Santa Cruz
do Sul, a atividade teve início no final da tarde de 24
de agosto de 2018.
O minisseminário Pelos Caminhos de Jesus foi
apresentado por Juan Danilo Rodríguez e por Divaldo
Franco no amplo auditório da Associação Espírita
Francisco de Assis. Juan Danilo discorreu sobre os
caminhos traçados por Jesus visando atender o homem, que
desde os tempos mais recuados tem lançado seus olhos
para os céus em busca de respostas para suas
inquietações, incertezas, mas também, cheio de
esperança.
Jesus é a Estrela de primeira grandeza na
Terra, lançando suas luzes nos corações e nas mentes
aturdidas do homem ainda fragilizado emocionalmente.
Jesus é uma figura incomparável, é o modelo e guia para
a humanidade. Sistematizando os ensinamentos de Jesus,
Juan Danilo se utilizou do simbolismo da estrada para
elucidar a caminhada do cristão rumo à plenitude. A
primeira estrada é representada pelo jejum moral.
Começa, então, para o homem, uma etapa nova,
desenvolvendo uma visão sobre Jesus onde as imperfeições
e conflitos passam a ser analisados não mais sob o
ângulo do erro, do pecado, mas da responsabilidade em a
criatura humana se transformar para melhor a cada novo
dia, sob a vigência do amor. Allan Kardec, compreendendo
Jesus, descreveu a verdadeira essência do amor.
Jesus, após a meditação no deserto foi ter com os
pescadores e os convocou para se unirem a Ele, quando,
então, Jesus ofereceu a eles o pão da vida, o que
necessitavam. Era o pão que possuía a capacidade de
saciar a fome por todos os tempos. Pedro e André,
pescadores, foram conquistados por Jesus. E porque
tinham a necessidade de saber, aqueles olhos
perscrutadores do Mestre Nazareno identificaram nos
pescadores o amor.
A segunda estrada oferecida pelo Mestre Galileu foi a da
compreensão sobre os sofrimentos, a origem do homem, seu
destino, e sua atual condição. Para trilhar esse
caminho, Jesus apresentou as Bem-aventuranças, e a dor
passou a ser compreendida como a pedagogia do amor. Para
se deslocar nesta estrada será necessário admitir e
responsabilizar-se pelos próprios equívocos cometidos,
ganhando coragem para admitir que é falho. As
Bem-aventuranças são as companhias ideais para se
empreender a viagem. O espírita deve ter a obrigação
moral de estudar a Doutrina Espírita para tornar-se apto
a pacificar-se e pacificar.
A terceira estrada que Jesus nos leva a percorrer é a da
sinceridade, e as coisas mais simples são as
facilitadoras para que os indivíduos se alegrem com a
vida, resistindo ao mal, tendo em vista que a vida é em
comunidade, assim, é necessário que o homem aprenda a
conviver. É necessário que o homem lúcido faça o bem e
jamais enfrente o mal, o que significa oferecer a outra
face – o Bem e o Mal. Nessa estrada deve ser aprendida a
lição de respeitar o outro, até mesmo, quando o outro
está em delito ante a Justiça Divina. Isso levará o
homem a desenvolver o senso de fraternidade, fazendo o
bem aos que aborrecem.
A quarta estrada é a da bondade e da humildade. O
espírita precisa e deve refletir sobre os seus atos,
lembrando que há formas de caridade que humilham o
favorecido. Nesse contexto será identificada a
importância da prece, a inspiração, a mediunidade como
meio de se fazer caridade. A primeira caridade é para
consigo mesmo, e todo espírita que labora nas reuniões
mediúnicas necessita estudar O Livro dos Médiuns.
Os Espíritos dotados de lucidez convidam para praticar a
caridade. O Espiritismo é, em primeiro lugar, a educação
moral. O espírita sincero deve inspirar-se para fazer o
bem, sem críticas a quem quer que seja, renovando-se,
portanto.
A lealdade é a quinta estrada. Não é possível servir a
dois senhores ao mesmo tempo, o espírita deve ter
discernimento para fazer a sua opção. O Espiritismo
religa o homem a Deus, renovando suas esperanças, é o
consolador das almas. Nessa estrada o homem aprende a
não ser hipócrita, a não temer a morte, a somente servir
a Deus.
Fora da caridade não há salvação. Nesta sexta estrada o
homem descobre que não pode julgar, se não quer ser
julgado. A bondade é desenvolvida nesta estrada e que se
expressa pela caridade, reconhecendo que o outro não é
perfeito. Jesus é o sol reluzente que aclara e ilumina
as consciências. Deus existe, e se faz presente quando
se faz o bem. Concluindo o seu belo trabalho, Juan
Danilo advertiu para que os centros espíritas cumpram
com a sua missão de acolher e consolar as criaturas em
viagem pelas estradas de Jesus. Pondo-se de pé, o
público o aplaudiu intensamente, em gesto de carinho e
gratidão.
Divaldo Franco, após um breve intervalo, assumiu a
tribuna para apresentar, ligeiramente, o pensamento do
Ernest Renan.
Sua irmã Henriette estimulou-o a pesquisar
sobre Jesus nos originais. Ficou fascinado por esse
Homem extraordinário. Ernest Renan decidiu, então,
escrever sobre a vida de Jesus, em três tomos. Mais
tarde escreveu sobre os Atos dos Apóstolos, o quarto
tomo. Em uma aula inaugural no Collège de France,
em 22 Fev 1862, Ernest Renan afirmou que Jesus é um
Homem incomparável, e que dividiu a História em antes e
depois Dele. O filósofo, escritor e historiador francês
do século XIX, Ernest Renan, que, não obstante ser
ateísta, teve oportunidade de afirmar que Jesus foi um
homem incomparável, um vulto tão grande que não coube na
História da Humanidade, dividindo-a, sendo o personagem
histórico mais biografado de todos os tempos. A
intolerância, no passado, como hoje, fez com que Ernest
Renan fosse expulso do Collège de France por ter
dito a verdade.
Allan Kardec teve grande responsabilidade quando
instigou os seus circunstantes a compreender Jesus como
humano, como filho de Deus. Ele é o caminho para se
alcançar Deus. Por herança do ocidente, Jesus é
confundido como sendo, também, deus. Ao interpretar
superficialmente a sentença: Eu e o Pai somos UNO, os
estudiosos, no afã de deificar Jesus, optaram por adotar
a expressão UNO com o significado de numeral, - UM -,
quando, na realidade, o termo UNO empregado na sentença,
se refere à união. Então, a expressão UNO significa
unido, ao Pai, portanto.
Divaldo Franco fez uma análise dos quatro evangelistas,
descrevendo-os em suas particularidades e no
distanciamento dos fatos, explicando que, naquela época,
as doutrinas eram memorizadas, e por conseguinte,
pode-se ter certeza sobre a justiça dos textos
evangélicos escritos entre os anos de 57 e 90 da era
cristã, assim, a conotação sobre a história de Jesus era
a da memorização. Incontestavelmente, Jesus mudou a
História da Humanidade.
Jesus foi a primeira personalidade a se levantar para
dar apoio à mulher. Jesus é todo amor. Jesus se adentra
na noite escura das almas humanas levando as luzes do
amor e o óleo da caridade, e os flagelos se diluem,
dando aos indivíduos em equívoco a condição de se
responsabilizar consigo mesmo. Ninguém vive sem o amor.
Portador de beleza lírica, Jesus é o arquiteto das
almas. Suas histórias estão recheadas de conhecimento. O
pudor está no erotismo, a beleza na estética.
Aplicando a técnica da risoterapia, Divaldo Franco
conduziu os presentes para belos momentos onde o riso
tornou-se terapêutico. Jesus é o libertador, Ele nos dá
a felicidade de dizer eu te amo. O fenômeno que a
Doutrina Espírita apresenta é o de transformar o homem
para melhor.
O Templo Espírita é o educandário de almas. Enquanto
este, ou aquele está recebendo auxílio, através de
diversas ações, esse santuário de almas deve primar por
conversações edificantes, negando quaisquer futilidades.
São as bênçãos dos reinos do céu colocadas à disposição
dos que buscam a verdade. Agradecendo a acolhida que
obteve no Rio Grande do Sul, Divaldo Franco rogou aos
benfeitores as bênçãos aos gaúchos ao se despedir,
finalizando mais um roteiro doutrinário onde as luzes do
saber e o calor do amor estiveram presentes por onde
passou, tornando aqueles dias gélidos no sul do País em
agradáveis encontros fraternos e amorosos, pois que o
amor, aquecendo o imo de cada um, amenizou sobremaneira
a temperatura que a Natureza oferecia. Reconhecendo o
profundo trabalho apresentado, o público, colocando-se
de pé, agradeceu através de efusivas salvas de palmas.
Divaldo Franco e Juan Danilo são dois servidores que,
convidados pelo Cristo, tomaram a charrua em suas mãos e
não mais olharam para trás, e abnegadamente tomaram para
a si a missão de enxugar lágrimas e reerguer os caídos
apresentando os óleos do amor e do conhecimento
libertador.
Nota do Autor:
As fotos que ilustram esta reportagem são de Jorge
Moehlecke.