Brasil
por Ana Moraes

Ano 12 - N° 585 - 16 de Setembro de 2018

Grupo Familiar do Espiritismo: o pioneiro dos grupos espíritas do Brasil

Segundo Carlos Bernardo Loureiro, em artigo disponível no blog Educação em Destaque – leia aqui – em 1860 surgiram no Brasil as primeiras obras espíritas. Cinco anos depois, precisamente às 22h30 do dia 17 de setembro de 1865, realizou-se em Salvador, na Bahia, a primeira sessão espírita no país, sob a direção do pioneiro Luís Olímpio Teles de Menezes. E nascia assim, sob a direção do mesmo Teles de Menezes, o primeiro grupo espírita do Brasil, o Grupo Familiar do Espiritismo.

Nascido na Bahia em 1825, Teles de Menezes é considerado com inteira justiça um dos pioneiros do movimento espírita brasileiro.

O Grupo Familiar do Espiritismo foi sua primeira iniciativa nas lides espíritas, a que se seguiu, em julho de 1869, a fundação d´O Eco d´Além-Túmulo, o primeiro jornal espírita publicado no Brasil.

Naquela época, o ambiente social no Brasil era totalmente hostil aos fundamentos da nova doutrina, visto que o Estado brasileiro estava comprometido com a religião oficial do Império, o Catolicismo.

Outro dado importante é que o lançamento da principal publicação espírita – O Livro dos Espíritos – ocorrera apenas 8 anos antes, na cidade de Paris. Como sabemos, em 1865 Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, ainda estava reencarnado e não havia completado sua obra, fato que ocorreria somente em 1868.

No primeiro dia de funcionamento do Grupo foi ali psicografada a primeira mensagem mediúnica de que há notícia em nosso país, assinada por um Espírito que se intitulou Anjo Brasil.

Assim que soube do surgimento do Grupo Familiar do Espiritismo, a Igreja Católica iniciou seus ataques. O Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, Dom Manoel Joaquim da Silveira, apresentou o Espiritismo para a sociedade como sendo um atentado formal contra a verdade católica, acrescentando que a doutrina espírita, por contrariar a religião do Estado, era também contra o Estado.

Teles de Menezes, em defesa do Espiritismo, imediatamente escreveu uma carta aberta afirmando que “O Espiritismo tem de passar por provas rudes e nelas Deus reconhecerá sua coragem, sua firmeza e sua perseverança. Os que se ausentam por um simples temor ou por uma decepção assemelham-se a soldados que somente são corajosos em tempos de paz, mas que, ao primeiro tiro, abandonam as armas”.

Apesar da forte oposição, o Grupo Familiar do Espiritismo, composto embora de poucos homens, todos porém dotados de firme convicção, inabalável crença e animados da melhor vontade, seguiu a sua trajetória e por quase um decênio desempenhou sua missão na Bahia, até que lhe viesse continuar a obra a Associação Espirítica Brasileira.

Quem foi Teles de Menezes

Filho do Oficial de Exército Fernando Luís Teles de Menezes e de D. Francisca Umbelina de Figueiredo Menezes, Teles de Menezes nasceu
na cidade do Salvador, Bahia, em 26 de julho de 1825, e desencarnou no Rio de Janeiro no dia 16 de março de 1893.

Após breve passagem pela carreira militar, ele passou a dedicar-se ao magistério e às letras. Por vários anos foi professor de instrução primária e de latim, tendo publicado um compêndio de «Ortoépia da Língua Portuguesa».

Interessando-se pela estenografia, estudou-a sem mestre, e desde logo se revelou hábil nessa arte, sendo então convidado para exercer a profissão, muito rara naqueles tempos, na Assembleia Legislativa da Bahia, a cujo serviço permaneceu cerca de trinta anos.

Na presidência do Grupo Familiar do Espiritismo, Teles de Menezes distinguiu-se pelo seu ânimo forte, pela sua cultura e elevação de sentimentos, suportando com destemor e firmeza d´alma o espírito zombeteiro dos incrédulos e materialistas, bem como o ambiente hostil e as agressões da religião dominante.

 

Nota da autora:

Para saber mais sobre Luís Olímpio Teles de Menezes e seu pioneirismo, clique em febnet

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita