Grupo Familiar do Espiritismo: o pioneiro
dos grupos espíritas do Brasil
Segundo Carlos Bernardo Loureiro, em artigo disponível
no blog Educação em Destaque – leia
aqui – em 1860 surgiram no Brasil as primeiras obras
espíritas. Cinco anos depois, precisamente às 22h30 do
dia 17 de setembro de 1865, realizou-se em Salvador, na
Bahia, a primeira sessão espírita no país, sob a direção
do pioneiro Luís Olímpio Teles de Menezes. E nascia
assim, sob a direção do mesmo Teles de Menezes, o
primeiro grupo espírita do Brasil, o Grupo Familiar do
Espiritismo.
Nascido na Bahia em 1825, Teles
de Menezes é considerado com inteira justiça um
dos pioneiros do movimento espírita brasileiro.
O Grupo Familiar do Espiritismo foi sua primeira
iniciativa nas lides espíritas, a que se seguiu, em
julho de 1869, a fundação d´O Eco d´Além-Túmulo,
o primeiro
jornal espírita publicado no Brasil.
Naquela época, o ambiente social no Brasil era
totalmente hostil aos fundamentos da nova doutrina,
visto que o Estado brasileiro estava comprometido com a
religião oficial do Império, o Catolicismo.
Outro dado importante é que o lançamento da principal
publicação espírita – O Livro dos Espíritos –
ocorrera apenas 8 anos antes, na cidade de Paris. Como
sabemos, em 1865 Allan Kardec, o codificador do
Espiritismo, ainda estava reencarnado e não havia
completado sua obra, fato que ocorreria somente em 1868.
No primeiro dia de funcionamento do Grupo foi ali
psicografada a primeira mensagem mediúnica de que há
notícia em nosso país, assinada por um Espírito que se
intitulou Anjo Brasil.
Assim que soube do surgimento do Grupo Familiar do
Espiritismo, a Igreja Católica iniciou seus ataques. O
Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil, Dom Manoel
Joaquim da Silveira, apresentou o Espiritismo para a
sociedade como sendo um atentado formal contra a verdade
católica, acrescentando que a doutrina espírita, por
contrariar a religião do Estado, era também contra o
Estado.
Teles de Menezes, em defesa do Espiritismo,
imediatamente escreveu uma carta aberta afirmando que “O
Espiritismo tem de passar por provas rudes e nelas Deus
reconhecerá sua coragem, sua firmeza e sua perseverança.
Os que se ausentam por um simples temor ou por uma
decepção assemelham-se a soldados que somente são
corajosos em tempos de paz, mas que, ao primeiro tiro,
abandonam as armas”.
Apesar da forte oposição, o Grupo Familiar do
Espiritismo, composto embora de poucos homens, todos
porém dotados de firme convicção, inabalável crença e
animados da melhor vontade, seguiu a sua trajetória e
por quase um decênio desempenhou sua missão na Bahia,
até que lhe viesse continuar a obra a Associação
Espirítica Brasileira.
Quem foi Teles de Menezes
|
Filho do Oficial de Exército Fernando Luís Teles de
Menezes e de D. Francisca Umbelina de Figueiredo
Menezes, Teles de Menezes
nasceu
|
na
cidade do Salvador, Bahia, em 26 de julho de
1825, e desencarnou no Rio de Janeiro no dia 16
de março de 1893. |
Após breve passagem pela carreira militar, ele passou a
dedicar-se ao magistério e às letras. Por vários anos
foi professor de instrução primária e de latim, tendo
publicado um compêndio de «Ortoépia da Língua
Portuguesa».
Interessando-se pela estenografia, estudou-a sem mestre,
e desde logo se revelou hábil nessa arte, sendo então
convidado para exercer a profissão, muito rara naqueles
tempos, na Assembleia Legislativa da Bahia, a cujo
serviço permaneceu cerca de trinta anos.
Na presidência do Grupo Familiar do Espiritismo, Teles
de Menezes distinguiu-se pelo seu ânimo forte, pela sua
cultura e elevação de sentimentos, suportando com
destemor e firmeza d´alma o espírito zombeteiro dos
incrédulos e materialistas, bem como o ambiente hostil e
as agressões da religião dominante.
Nota da autora:
Para saber mais
sobre Luís Olímpio Teles de Menezes e seu pioneirismo,
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