Divaldo Franco: “A alegria de viver deve ser a tônica de
todos os dias”
Um público numeroso se fez presente nas cidades de
Cascavel e Medianeira, ambas no Paraná, para ouvir o
conhecido médium e orador
Cumprindo seus compromissos doutrinários, Divaldo
Pereira Franco, acompanhado de Juan Danilo Rodríguez
Mantilla, médium espírita equatoriano atualmente
radicado no Brasil, estiveram levando a palavra
consoladora de Jesus e os ensinamentos do Espiritismo a
Cascavel e Medianeira, no Oeste do Paraná, nos dias 11 e
12 de setembro, respectivamente.
Em Cascavel, o Semeador de Estrelas, Divaldo Pereira
Franco, ao chegar ao Centro de Convenções e Eventos de
Cascavel Pedro Luiz Boaretto, acompanhado por Juan
Danilo Rodríguez e Laudelino Risso, dirigente espírita,
concedeu entrevista para a TV Cultura e para a CGN, o
portal de notícias em vídeo, destacando a solidão que
vem acompanhando os indivíduos, a falta de valores
éticos-morais e os ensinamentos apresentados por Jesus.
Disse ele sentir-se lisonjeado e jubiloso de poder falar
sobre o Espiritismo e Jesus, principalmente em Cascavel,
cidade que visita há 50 anos.
A Mansão do Caminho e suas inúmeras atividades foi outro
ponto abordado, destacando que já psicografou 282 livros,
dizendo que o livro é o amigo silencioso com poder de
iluminar aos que o buscam.
Asseverou que a alegria de viver deve ser a tônica de
todos os dias, entusiasmando-se ao fazer o bem indistintamente.
A conferência em Cascavel
Divaldo, o Trator de Deus, expressão utilizada
por Chico Xavier, destacou os movimentos sociais
protagonizados pelos indivíduos de suas respectivas
épocas, notadamente a partir do século XVII, com o
advento da separação entre ciência e religião, o homem
buscou encontrar soluções. Lord Bacon asseverava que uma
filosofia superficial leva a mente humana ao
materialismo, mas uma filosofia profunda conduz a mente
humana à verdadeira religião.
De período em período, e vivendo as crises específicas
para cada quadra da evolução social, o homem foi
aprimorando o conhecimento, ampliando a tecnologia e,
porque fixado no materialismo, foi-se distanciando de
Deus, embrutecendo-se. Várias linhas filosóficas foram
apresentadas, buscando equacionar o sentido da vida e
suas intercorrências. “O homem deve viver de tal forma
que possa sentir que viver vale a pena, que é
compensador”, destacou o inspirado conferencista.
A ciência, então empírica, deu oportunidade ao
aperfeiçoamento do conhecimento e o desenvolvimento da
inteligência, sempre buscando o ideal. Ainda sobre o
século XIX, Divaldo destacou dois fatos marcantes e suas
conexões: o primeiro, o lançamento, em 21
de fevereiro de 1848, do
Manifesto Comunista, de Karl Marx, marcando o
aparecimento da doutrina marxista na Terra; em segundo,
o surgimento da Doutrina Espírita com a apresentação de
O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, destacando a
imortalidade, Deus, a sobrevivência do Espírito e a
comunicabilidade entre os dois planos da vida, a
pluralidade dos mundos habitados e das existências, o
ser espiritual e o Evangelho de Jesus.
Referindo-se ao fato de que tudo é, essencialmente,
energia e que vivemos num mundo de pensamentos, ondas,
raios e vibrações, Divaldo referiu-se à carta de Albert
Einstein à sua filha, na qual o eminente físico alemão
descreveu sobre o amor como sendo a maior e mais
poderosa força do Universo, superando o eletromagnetismo,
a gravidade e as forças quânticas forte e fraca,
constituindo-se, portanto, na 5ª força do Universo.
Sobre Deus, Einstein dizia não crer Nele, mas saber
Dele.
O homem e seus instintos, as grandes atrocidades, o
falso socialismo, a degradação da família, os valores
éticos e morais degradados, a depravação, a corrupção, a
falta de respeito de uns pelos outros, o terrorismo, as
relações conflituosas entre as criaturas humanas, tais
como as desenvolvidas entre homens e mulheres, pais e
filhos, alunos e professores têm levado os indivíduos a
experimentarem muitas dores, pois que vem privilegiando
o individualismo, o sexismo e o consumismo, aprofundando
a decadência moral através de condutas materialistas.
As crises, sempre cíclicas, objetivam retirar os
indivíduos de um patamar evolutivo para outro mais alto.
Assim, é necessário experimentar as crises como
oportunidades de crescimento efetivo. A filosofia
profunda que aproxima o homem de Deus é a Doutrina
Espírita. Jesus e todos os seus ensinamentos, mas
principalmente as Bem-Aventuranças conduzem as criaturas
humanas para Deus, libertando-as do materialismo. Jesus
mudou os destinos da humanidade ao apresentar a Lei de
Amor, tão simples, que basta fazer aos outros tudo o que
desejar para si.
O homem, sempre amparado pela divindade, recebe
periodicamente os emissários do bem e que apresentam
propostas libertadoras, como por exemplo, Francisco de
Assis. Sendo o Espírito imortal e perfectível, é
necessário reconstruir o senso ético-moral com base no
amor, na vida, tanto material, quanto espiritual, atento
as influências espirituais, boas ou más. Vale a pena
viver, asseverou o ínclito e incansável orador,
superando as crises com a utilização da ciência da
imortalidade da alma.
O amor convida à plenitude. A Terra está repleta de amor,
de ternura, apesar de alguns recalcitrantes. Cada
indivíduo deve amar sem sentir medo de amar. Sede vós
os que amam, se alguém não vos ama, o problema é dele, o
amor é bom para quem ama, assim se expressou o
preclaro expositor. Saúde é um ato de amor, não é a
ausência de doença, conforme assertiva da Organização
Mundial de saúde. Saúde é o bem-estar fisiológico, uma
harmonia psicológica, o equilíbrio financeiro e uma
tranquilidade espiritual. Tudo isso decorre do amor. É
necessário instalar na Terra o primado do amor. O
importante é não ser inimigo de ninguém.
A nova era já se revela entre os homens, os novos seres
que estão reencarnando apresentam dons especiais em
várias artes e em inúmeras áreas da ciência. Jesus
convida os homens para a vida nova, de paz, de alegria
de viver e de bênçãos. O amor deve ser exercido em
plenitude, contemplando todos os seus matizes. Amor de
homem e de mulher, de pais e de filhos, etc., guardando
no coração a gratidão pela vida.
Ao encerrar, após a
declamação do Poema da Gratidão, Divaldo Franco foi
efusivamente aplaudido de pé pelo enorme público
composto por quase cinco mil pessoas, que tocadas pelas
palavras amorosas e libertadoras, absorveram os bálsamos
do amor que liberta. O amor é a solução.
A conferência em Medianeira
O LAR Centro de Eventos de Medianeira, uma instituição
da Cooperativa Agroindustrial, recebeu um público de
aproximadamente duas mil pessoas para assistir o
renomado conferencista e médium espírita Divaldo Franco.
O orador por excelência conduziu os seus audientes para
a identificação da felicidade e de como se pode fruí-la.
Percorrendo o pensamento filosófico, e apresentando
diversos pensamentos sobre a felicidade, Divaldo
destacou inúmeros conceitos emitidos por diversos
pensadores e filósofos, desde os mais antigos em nossa
História. Então, o pensamento filosófico incompleto a
respeito da felicidade ganhou maior e expressiva direção
a partir do pensamento socrático com o velho axioma do
conhecer-se a si mesmo.
O Poeta brasileiro Vicente de Carvalho, analisando a
problemática da felicidade humana, afirmava que “a
felicidade é um pomo que pomos onde não estamos, e
sempre estamos onde não a pomos.” O conceito de
felicidade é ainda alicerçado nos objetivos imediatos da
vida sensorial. A criatura humana não é somente o
conjunto das células que constituem o organismo físico.
Na transcendência do ser, a felicidade é o estado de
plenitude, em que os valores éticos têm preferência às
sensações imediatas.
A Humanidade passou a conhecer, e, até certo ponto,
dominar os aspectos do micro e do macrocosmo, porém,
ainda não conseguiu olhar para dentro de si e percorrer
o caminho do autoconhecimento, libertando-se da
ansiedade. Jesus, o Homem Incomparável, derramou as suas
luzes sobre a sociedade humana, informando que a solução
para todos e quaisquer problemas é o amor.
Amar é a solução, e o sentido da vida é abandonar o
instinto e adotar o amor. Mais do que nunca é necessário
que o homem volte-se para dentro de si mesmo e descubra
o sentido para a sua vida. As criaturas humanas estão na
Terra para se amarem, amarem-se umas as outras, e a
Deus. Quando desenvolver o autoamor, o homem encontrará
o sentido para a vida, encontrando, também, a beleza.
Através do amor o indivíduo se realiza, e o perdão,
então, o libertará, exercitando a caridade, alcançando a
plenitude.
Ilustrando a sua excelente abordagem, Divaldo narrou
duas comoventes histórias, em que o perdão e o amor
incondicional libertaram aqueles personagens que,
possuindo fé e desejo de alcançar a felicidade, passaram
a se amar, amando ao próximo, mesmo sendo este um
inimigo, colocando em prática a incorruptível lição de
Jesus, o Mensageiro de Deus.
A primeira, contida na obra “Perdão Radical”, de Brian
Zahnd, narra episódio ocorrido durante o genocídio do
povo armênio, provocado pelos turcos otomanos, na guerra
ocorrida entre 1915 e 1917, entre a Armênia e a Turquia,
dizimando cerca de um milhão e quinhentos mil seres
humanos. Esse genocídio ocorreu em paralelo a I Guerra
Mundial. É a demonstração da poderosa força de
transformação da mensagem de Jesus, quando bem
compreendida e vivenciada, despertando o verdadeiro amor
na criatura humana. Esse amor levou aquela jovem armênia
a perdoar radical e incondicionalmente o algoz que a
havia desventurado e exterminado sua família
impiedosamente.
A jovem, então com 15 anos, viu a família ser cruelmente
destruída pelo exército turco: seus pais foram mortos de
súbito, impiedosamente, sua irmã menor foi jogada aos
soldados que a violentaram até a morte, e ela foi feita
escrava sexual do comandante da tropa. Após fugir das
atrocidades que lhe foram impostas, diplomou-se como
enfermeira, pois declarava que havia nascido para amar e
salvar vidas, e também tornou-se cristã. Assim, por
volta do ano de 1927, deparou-se outra vez com o seu
algoz implacável, tendo oportunidade de salvar-lhe a
vida, apesar de o ter reconhecido desde o primeiro
momento no hospital em que trabalhava, na capital da
Turquia. O algoz, então comandante daquela força
exterminadora, estava prestes a morrer, suas carnes
estavam pútridas, era um farrapo humano. O enfermo foi
colocado sob os cuidados da jovem enfermeira para que o
assistisse na morte. Ela, porém, dedicadamente tratou-o,
por cerca de seis meses, restituindo-lhe a saúde.
Por ocasião de sua alta hospitalar, e porque era um
oficial de destaque, foi agradecer ao diretor do
hospital. Esse lhe disse que o mérito era da enfermeira
que dele havia cuidado diuturnamente, internando-se com
ele, a fim de prestar-lhe um excelente serviço. Ao
dirigir-se a enfermeira, o oficial notou que ela tinha
um sotaque que lhe lembrava o povo armênio, onde
estivera durante a guerra. Ela confirmou sua origem,
declarando que o conhecia, e que ele a havia escravizado
sexualmente, após dizimar sua família. O oficial, tomado
de inusitada surpresa, perguntou-lhe por que não o
deixara morrer. Ela, então, redarguiu-lhe que tinha
aprendido a perdoar, que Jesus é o seu Mestre, que
aprendeu a amar até mesmo os inimigos, e que sua
profissão é dedicada a salvar vidas, jamais
extingui-las.
Divaldo Franco, então, questionou os presentes quanto à
capacidade de cada um de perdoar, dando um freio à
violência, incitando o público à reflexão mais profunda,
conforme consta na obra acima referida: - “Você seria
capaz de perdoar?” Incentivou os presentes a colocarem
essa história dentre de si e perguntarem-se: - Já
conseguiu desenvolver o autoamor? Essa é uma resposta
que requer reflexão profunda, não é uma resposta banal,
refletiu. Indagou mais, o ínclito orador: - Quais são as
vossas atitudes perante os pais? – Perante os mestres?
A segunda ilustração é a história de Ilse, um caso
registrado pelo renomado psicanalista americano Dr.
James Hollis e publicado no livro “Os Pantanais da
Alma”. As narrativas de Divaldo, um dos mais consagrados
oradores e médium da atualidade, possuem o dom de
emocionar o público, despertando-o para o transcendente.
É o drama de uma polonesa, radicada nos Estados Unidos
da América após o término da II Guerra Mundial. Ilse era
uma jovem cristã. No ano de 1942, enquanto fazia compras
na praça central de Varsóvia e que leva o nome de seus
avô, foi equivocadamente identificada como judia e
levada como prisioneira para terrível campo de
concentração na própria Polônia e depois para outros,
como o Bergen-Belsen, na Alemanha.
Seus protestos e apresentação de documentos comprovando
não ser judia não demoveram os inflexíveis soldados das
Tropas SS que ali estavam para aprisionar todos os que
fossem judeus. Chegando ao campo de concentração, foi
empurrada para a fila de triagem de onde seria enviada,
ou para a câmara de gás, ou para o barracão de
prisioneiros.
À sua frente estava uma mulher frágil acompanhada de
duas filhas muito pequenas. Antevendo seu destino, a
morte pelo gás, tentou a enfraquecida mãe deixar com
Ilse ambas as meninas para que pudessem escapar da morte
terrível pela asfixia. Temendo ser envolvida naquela
situação – o que fatalmente resultaria na sua morte –
Ilse empurrou com força as duas meninas na direção da
mãe que já se afastava, rumando para a execução. Um
soldado nazista percebendo a tentativa da verdadeira mãe
em salvar as filhas, com requintes de crueldade e
impiedade, mandou as meninas para junto de sua mãe,
destinando-as à morte, também.
Ilse jamais esqueceu o olhar daquela mulher fragilizada,
física e emocionalmente, a fitá-la naquele momento. Ilse
também não se esqueceria das lágrimas que vertiam
daqueles olhos entristecidos, desesperados.
Lutou para não morrer, sobrevivendo a diversos campos de
concentração, sempre aguardando ser selecionada para a
morte. Os anos se dobraram e finalmente o campo de
concentração foi liberado pelos aliados russos. Ilse
estava entre os sobreviventes. Saiu dali como uma sombra
fantasmagórica. Foi para um campo de refugiados e depois
transferida para a Inglaterra.
Mais tarde mudou-se para Chicago, nos Estados Unidos da
América, passando a viver as facilidades do conforto
americano, tornando-se bibliotecária. Certo dia, em seu
ambiente de trabalho, encontrou uma coleção de jornais
encadernados do ano de 1942. Esse ano lhe era muito
peculiar. Com as mãos trêmulas pegou o volume e, ao
acaso, abriu em uma página em que havia uma fotografia.
Ilse logo se identificou. Fora fotografada no exato
momento em que empurrava as garotinhas de volta para a
mãe. Jamais se perdoara. Recusava-se a casar. Não se
considerava digna de ser mãe, nem mesmo de ser amada.
Não lograra obter a paz para sua consciência.
Peregrinara por diversas religiões, mas em nenhuma
conseguira encontrar o que tanto almejava: o perdão de
sua covardia moral que resultara na morte de mãe e
filhas.
Tomada de profunda angústia e tristeza, ela escreveu ao
renomado psicanalista pedindo um encontro sigiloso em
que somente ela falaria por um espaço de duas horas, bem
como deveria guardar segredo absoluto. Ao pedido anexou
uma fotografia velha, amassada, parecendo ter sido
arrancada de um jornal. Aceitas as condições, o encontro
foi marcado. No dia estabelecido, Ilse compareceu ao
consultório, narrou todo o seu drama, informando que na
crença judaica o pecador que encontrasse vinte e quatro
pessoas dignas para se confessar seria perdoada. James
Hollis foi o primeiro.
Terminada a exposição, o psicanalista disse a ela que
pegasse de volta com a secretária o valor da consulta,
pois que ele não havia contribuído, como profissional,
para a melhora da paciente. No livro em tela, o
profissional se perguntava: teria Ilse encontrado os
outros para que se sentisse perdoada?
O indefectível orador asseverou que todos devem perdoar
indistintamente, que façam o sacrifício, perdoando-se
também. O sentido da vida é amar, e esse amar é perdoar.
A verdadeira felicidade consiste em dar, ditoso é aquele
que doa, como procedeu Jesus. A psicologia do perdão é o
momento elevado em que a criatura faz as pazes consigo
mesmo, sem culpa, porém arrependido. Viver com alegria é
exercitar o autoperdão, porque aquele que ama não se
ofende e, portanto, por amar, não tem a necessidade de
perdoar, ama, e isso basta. O amor tem o doce sentido de
desvelar a beleza.
Por amor, a Humanidade recebeu Moisés, Jesus e, mais
tarde, a Doutrina Espírita. Os profetas vieram para
assinalar o caminho da felicidade, que nunca está fora,
ou sob condições, mas na intimidade da criatura humana.
A felicidade é um estado de consciência.
O Espiritismo é uma ciência que leva aquele que o
pratica a sentir a vida com alegria, orando e perdoando,
e a morte, então, já não interrompe a vida, transfere o
indivíduo para outra dimensão. A vida é constituída de
momentos de tristeza, de dores, mas, também é de
alegria, de amor, de perdão. Os que se entregam à doce
canção do amor e da esperança descobrem que a vida vale
a pena ser vivida, amando, seja qual for a
circunstância, perdoando sempre. O amor edifica e
dulcifica o ser humano que, com ternura, se aproxima das
demais criaturas. O Espiritismo, destacando o amor,
estimula as criaturas a desenvolver a ternura e o
sentimento do perdão.
Com o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo
encerrou a excelente abordagem sobre a felicidade e o
perdão, recebendo, em gratidão, um caloroso e demorado
sentimento exteriorizado pelos vibrantes aplausos, e os
que o escutaram levaram consigo as doces energias da
esperança.
Nota do autor:
As fotos foram feitas por Paulo Salerno, Ariel Molinas e
Santiago Lezcano.