Por que choras?
Refletir sobre nós mesmos, diante dos
acontecimentos e situações em nossa volta, é
muito importante, e sendo de forma consciente,
pautada no bom senso, nos edifica pessoal,
social, moral e espiritualmente.
Se pararmos para pensar um pouco, vamos perceber
que a nossa posição no contexto social e
espiritual funciona como um núcleo envolto de
acontecimentos e situações desafiadores para
cada um de nós diante do cotidiano.
E se elevarmos o nosso pensamento ao campo do
raciocínio, compreenderemos a nossa tão
importante e necessária participação como atores
principais deste contexto ao qual estamos
inseridos, onde somos o centro de atenção e de
atração de toda problemática desafiadora com
objetivo de libertação.
Libertação? Sim! Mas… como assim?
Libertação das amarras que ainda nos impedem de
avançar.
Libertação do apego aos sentimentos do passado.
Libertação das coisas materiais que ainda nos
impressionam.
Libertação do equivocado sentimento de poder que
ainda ostentamos.
Libertação da maledicência que ainda nos
atormenta e atormenta os outros.
Libertação de tantos demais vícios que ainda nos
assolam as existências.
Libertação que nos leva ao conhecimento de nós
mesmos, dando-nos força moral e de consciência
para empreendermos esforços ao trabalho de domar
as nossas más inclinações que ainda nos impedem
de avançar caminhos na senda evolutiva.
Conscientes de nós mesmos, das nossas tendências
ou inclinações, olharemos para o mundo que nos
circunda e faremos uma reflexão racional da
realidade.
Veremos tantas desigualdades sociais, tantos
sofrimentos nas ruas, nas filas, nos becos, nas
vilas e vielas, tantas lágrimas e suores
derramados e se derramando. Mas, buscaremos o
entendimento e a compreensão da realidade na
medida do nosso conhecimento adquirido.
E vamos perguntar a nós mesmos: por que choras?
Choras pela “perda” de um ente querido.
Choras pela criança que acaba de nascer.
Choras pela seca que assola.
Choras pela chuva que fertiliza e acalma.
Choras pela derrota.
Choras pela vitória.
Choras por tudo e pelo nada.
O conhecimento de nós mesmos nos ensina,
inclusive, a chorar.
Precisamos aprender a chorar.
A chorar com elegância cristã, com resignação
nas provas por que passamos.
A chorar como cidadãos de um mundo novo, mais
fraterno.
A chorar com amor, com esperança de estarmos
cada vez melhores.
E a derramar as lágrimas que caem lavando e
fertilizando consciências, para que a semente do
bem floresça no amanhã de cada um de nós.
Afinal, por que choras?