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por Yé Gonçalves

 

Por que choras?


Refletir sobre nós mesmos, diante dos acontecimentos e situações em nossa volta, é muito importante, e sendo de forma consciente, pautada no bom senso, nos edifica pessoal, social, moral e espiritualmente.
Se pararmos para pensar um pouco, vamos perceber que a nossa posição no contexto social e espiritual funciona como um núcleo envolto de acontecimentos e situações desafiadores para cada um de nós diante do cotidiano.
E se elevarmos o nosso pensamento ao campo do raciocínio, compreenderemos a nossa tão importante e necessária participação como atores principais deste contexto ao qual estamos inseridos, onde somos o centro de atenção e de atração de toda problemática desafiadora com objetivo de libertação.
Libertação? Sim! Mas… como assim?
Libertação das amarras que ainda nos impedem de avançar.
Libertação do apego aos sentimentos do passado.
Libertação das coisas materiais que ainda nos impressionam.
Libertação do equivocado sentimento de poder que ainda ostentamos.
Libertação da maledicência que ainda nos atormenta e atormenta os outros.
Libertação de tantos demais vícios que ainda nos assolam as existências.
Libertação que nos leva ao conhecimento de nós mesmos, dando-nos força moral e de consciência para empreendermos esforços ao trabalho de domar as nossas más inclinações que ainda nos impedem de avançar caminhos na senda evolutiva.
Conscientes de nós mesmos, das nossas tendências ou inclinações, olharemos para o mundo que nos circunda e faremos uma reflexão racional da realidade.
Veremos tantas desigualdades sociais, tantos sofrimentos nas ruas, nas filas, nos becos, nas vilas e vielas, tantas lágrimas e suores derramados e se derramando. Mas, buscaremos o entendimento e a compreensão da realidade na medida do nosso conhecimento adquirido.
E vamos perguntar a nós mesmos: por que choras?
Choras pela “perda” de um ente querido.
Choras pela criança que acaba de nascer.
Choras pela seca que assola.
Choras pela chuva que fertiliza e acalma.
Choras pela derrota.
Choras pela vitória.
Choras por tudo e pelo nada.
O conhecimento de nós mesmos nos ensina, inclusive, a chorar.
Precisamos aprender a chorar.
A chorar com elegância cristã, com resignação nas provas por que passamos.
A chorar como cidadãos de um mundo novo, mais fraterno.
A chorar com amor, com esperança de estarmos cada vez melhores.
E a derramar as lágrimas que caem lavando e fertilizando consciências, para que a semente do bem floresça no amanhã de cada um de nós.
Afinal, por que choras?


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita