Ideal e ação
Evidentemente, é preciso considerar o valor da
reencarnação para que lhe assimilemos os benefícios.
Cientes de que o corpo é comparável à cela de
recuperação, ao avental de serviço ou à carteira de
estudo, é forçoso observarmos a importância do tempo,
adotando diligência na obrigação a cumprir por norma de
ação, nas atividades de cada dia.
Que seria do enfermo, se uma pessoa querida, a pretexto
de poupar-lhe dissabores, tomasse por ele os remédios
desagradáveis que lhe são imprescindíveis?
Do aluno que relegasse aos amigos mais cultos da escola
a execução das provas que lhe cabem, sob a desculpa de
haver encontrado afeição e favor?
Eis por que, na esfera de todas as experiências —
mormente no campo das experiências humanas —, somos
induzidos a esperar do Senhor, com as dádivas da saúde e
do trabalho, da orientação e da alegria, a força
indispensável para a desincumbência dos encargos que as
circunstâncias nos assinalam.
Sublime é a caridade, mas, se não temos disposição para
praticá-la, a virtude preciosa não passará de um ideal
do Céu, incapaz de pousar na Terra.
Divina é a humildade; entretanto, se nos falha a decisão
de sofrer com paciência, limitar-se-á ela a propósito
brilhante e inútil, de vez que não se nos irradia do
peito.
Assim também a fé, a bondade, a tolerância… Sem firmeza
de ânimo que as expresse, serão apenas sonhos que se
esfumam, sem nenhum nexo com a realidade.
A isso nos referimos para dizer que tanto nos problemas
terrestres, quanto nos outros do Mundo Espiritual,
necessitamos rogar a Deus os instrumentos indispensáveis
à conquista de compreensão e segurança, progresso e
harmonia que o Seu Infinito Amor nos endereça pelas
bênçãos da vida; entretanto, é imperioso pedir algo
mais…
Urge suplicar a Ele, o Todo-Misericordioso, nos conceda
a coragem de viver, sabendo viver.
Do livro Alma e coração, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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