Guillon Ribeiro e Wantuil de Freitas, convocados ambos a
tarefas pioneiras e de grandes responsabilidades, na
implantação da Doutrina Espírita em nosso País, tiveram
— como não podia deixar de ser — vínculos muito
profundos no desempenho da missão que lhes fora
confiada.
Ambos subiram à Presidência da Federação Espírita Brasileira e
durante o período em que exerceram o labor administrativo
enfrentaram graves dificuldades, talvez as mais difíceis e
cruciais vividas pelo Espiritismo no Brasil. Ambos souberam agir
com fidelidade aos compromissos assumidos, procurando vivenciar,
em cada instante de testemunho, o Evangelho do Cristo que tão
bem traziam no coração.
Foi na Presidência de Guillon Ribeiro que Chico Xavier iniciou
publicamente a sua atividade missionária, com a publicação, pela
FEB, do seu primeiro livro psicografado, “Parnaso de
Além-Túmulo”, em 1932.
É bastante óbvia a posição de Guillon Ribeiro à frente da Casa
de Ismael, no momento em que Chico Xavier vai iniciar, na vida
pública, a sua singularíssima missão. Praticamente, todos os que
estavam vinculados a Chico Xavier estão, àquela altura, em suas
posições estratégicas, determinadas numa programação traçada na
Espiritualidade Maior, e dando cumprimento aos compromissos
assumidos.
Com a desencarnação do Dr. Guillon Ribeiro (em 26-10-1943),
Wantuil de Freitas, que era Gerente de “Reformador”, é escolhido
para assumir a Presidência da Federação Espírita Brasileira,
momento de muitas dificuldades ainda.
[...] Eram muitas restrições à época e tiveram início na
administração do Dr. Guillon Ribeiro, mais precisamente no dia
27 de outubro de 1937, quando — pela primeira vez — a Federação
Espírita Brasileira teve fechadas as suas portas por quase 72
horas. O segundo fechamento da FEB ocorreu em 10 de abril de
1941, também ao tempo do Dr. Guillon Ribeiro. [...] Quando
Wantuil assume a presidência da FEB, as Portarias policiais
ainda vigoravam constrangendo as instituições espíritas a
cumprirem exigências descabidas, em desacordo com a liberdade de
culto existente no País. Wantuil lançou-se, então, à luta, para
que o Espiritismo tivesse a igualdade de direitos concedidos às
demais religiões.
Do livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas
Schubert.
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