Clementino de Alencar, um correspondente do jornal O
Globo, desembarcou em Pedro Leopoldo e estava
disposto a desmascarar a "fraude mineira".
O repórter se empolgou com os acontecimentos em torno da
mediunidade do Chico e decidiu, então, submeter o matuto de
Pedro Leopoldo a uma série de testes. Chico aceitou o desafio.
Questionários elaborados por especialistas foram entregues a
ele. Uma questão muito complicada e sobre economia veio do
gerente do Banco Agrícola de Sete Lagoas, Francisco Teixeira da
Costa. Chico levou a prova para casa e iria submetê-la aos
espíritos - e apresentou a resposta na manhã seguinte.
A primeira questão era muito difícil:
Dado o aumento da população mundial e a escassez de ouro
necessário à circulação, a socialização do sistema monetário,
tendo por base certa percentagem de exportação de cada país,
conseguiria, pela emissão naquela base, regular o fenômeno da
troca?
A resposta veio em economês à altura, se arrastou por parágrafos
e mais parágrafos, repletos de referências ao lastro regulador e
às emissões fiduciárias, e terminou com a assinatura do
português Joaquim Pedro d 'Oliveira Martins, ex-deputado,
ex-ministro da Fazenda e ex-membro da Academia de Ciências de
Lisboa, morto em 1894.
Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.
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