A Bíblia é mesmo um livro mediúnico ou espírita: querem
ver?
Pois é, os que mais leem a Bíblia e mais têm amor e
respeito por ela, entre os quais alguns até andam com
ela nas mãos ou debaixo do braço, têm usado esse livro
sagrado para condenar o Espiritismo e a mediunidade. E
isso até nos traz à memória os ditos populares: “O tiro
saiu pela culatra” e “O feitiço virou contra o
feiticeiro”. Sim, pois o significado deles é que aquilo
que deveria ser, como se diz, um prato cheio para alguém,
se tornou para ele uma dor de cabeça.
Realmente, a Bíblia que tanto foi usada como um
instrumento de negação do Espiritismo e da mediunidade
acabou sendo conhecida como um livro que, na verdade, é
um exemplo de fenômenos e fatos mediúnicos,
principalmente de psicografia e de psicofonia. Mas essa
reviravolta só aconteceu depois que ela se tornou mais
estudada e mais conhecida não só pelos líderes
religiosos cristãos, mas, também, por muitos dos leigos
que não têm votos de obediência às autoridades
hierárquicas das igrejas cristãs. E, assim, o resultado
foi também o que nos faz lembrar de outro conhecido dito
popular: “A mentira tem pernas curtas”. De fato, hoje, a
Bíblia se tornou um grande instrumento de comprovação
das verdades mediúnicas e espíritas, além de ser também
um poderoso meio de divulgação dessas verdades.
Todos nós temos um pouco de mediunidade, mas para
incorporar um Espírito, o indivíduo tem que ter
mediunidade especial ou ostensiva.
E vejamos alguns exemplos espíritas ou de recebimento de
Espíritos na Bíblia. “Com a ajuda de quem proferes tais
palavras? E de quem é o Espírito que fala em ti?” (Jó
26: 4). Essa passagem bíblica deixa claro que uma pessoa
pode receber um Espírito que fala através dela, fenômeno
este denominado de psicofonia.
Outro exemplo bíblico de Espiritismo na Bíblia. Para os
discípulos de Elias, ele já tinha desencarnado. E
Eliseu, seu braço direito, o substituiu. E eis o que
aconteceu com Eliseu: “... o Espírito de Elias repousava
sobre Eliseu. Vieram-lhe ao encontro e se prostraram
diante dele em terra” (Reis 2; 2:15).
O apóstolo Paulo nos dá também uma confirmação de que a
Bíblia é um livro que nos fala também sobre o
recebimento de Espíritos e, portanto, sobre o
Espiritismo. Ei-lo: “... o Deus de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Pai da glória, vos conceda um Espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento Dele”
(Efésios 1: 16 e 17). Nesse texto, fica claro que não é
o próprio Espírito de Deus ou o Espírito Santo da
Terceira Pessoa Trinitária que um médium recebe, mas um
outro Espírito que é de sabedoria e de revelação. Sem
dúvida, ele é um Espírito bom como diz São Jerônimo na
Vulgata Latina e, pois, um Espírito Santo (com artigo
indefinido ‘um’), como está na Bíblia em grego, e não o
Espírito de Deus que, no caso, é o “enviador” do
Espírito de sabedoria e de revelação.
Terminamos esta matéria com mais um exemplo de que a
Bíblia é mesmo um livro que nos fala também de
mediunidade e de Espiritismo. Trata-se do episódio da
Transfiguração que dispensa as referências bíblicas,
pois é muito conhecido. Nele, os Espíritos de Moisés e
Elias que viveram aqui na Terra, muitos séculos antes,
numa verdadeira sessão espírita, manifestaram-se a
Jesus, Pedro, João e Tiago. Quem condena, pois, o
Espiritismo, condena também Jesus, a Bíblia e seus três
apóstolos médiuns especiais.
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