Chico Xavier recebeu muitas perguntas endereçadas por
Elias Barbosa em virtude do quadragésimo
ano de suas atividades mediúnicas. Era o ano de 1967.
Aqui estão algumas delas:
Elias: Quer dizer que quando você começou a receber páginas
mediúnicas sem assinatura, entre 1927 e 1931, já estava
familiarizado com dúvidas e discussões?
Chico: Sim.
Elias: Como é que muitas dessas produções foram parar na
imprensa não espírita?
Chico: Meu irmão José Cândido
Xavier e alguns amigos de PedroLeopoldo,
como, por exemplo, Ataliba Ribeiro Vianna, achavam que as
páginas deviam ser publicadas com meu nome, já que não traziam
assinatura e essas publicações começaram no jornal espírita
“Aurora”, do Rio de Janeiro, que era dirigido, nessa época, pelo
nosso confrade Ignacio Bittencourt, a quem Ataliba escreveu
perguntando se havia algum inconveniente em lançar as citadas
páginas com meu nome. Ignacio Bittencourt respondeu que não via
inconveniente algum, desde que as produções escritas por minhas
mãos não trouxessem assinatura. Ninguém poderia afirmar se eram
minhas ou não e que ele as publicaria, não por meu nome, mas
pelas ideias espíritas que elas continham. Aí começaram nossos
amigos de Pedro Leopoldo a enviar essas produções para diversos
setores, obedecendo ao entusiasmo pelos trabalhos nascentes da
Doutrina Espírita em nossa terra.
Elias: Lembra-se de publicações não espíritas que divulgaram
seus trabalhos mediúnicos?
Chico: O “Jornal das Moças”, do Rio, o “Almanaque de
Lembranças”, de Portugal, o Suplemento Literário de “O Jornal”,
foram dos órgãos não espíritas que publicaram muitas dessas
páginas entre 1927 e 1931.
Elias: Tem no seu arquivo particular algumas delas?
Chico: Não tenho. A mediunidade com a Doutrina Espírita
absorveu-me todas as atenções desde o aparecimento de Emmanuel,
em meu caminho, no ano de 1931, e perdi o contato com os frutos
de minhas atividades iniciais.
Do livro No mundo de Chico Xavier, de Elias Barbosa.
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