Militantes
político-partidários, deixem o Espiritismo em
paz!
É muito natural, dentro do contexto que estamos
vivendo em questões políticas, que o brasileiro
e, claro, o espírita, debata, discuta e
argumente em favor do seu candidato ou partido
político.
Faz parte do jogo democrático toda discussão
saudável, que não extrapole os limites do
respeito ao outro. Mas, se o espírita pode e
deve exercer o seu direito de cidadão, ele deve,
também, guardar respeito ao Espiritismo no que
concerne ao tema político-partidário.
Se pode debater, argumentar, defender seu
candidato, deve fazê-lo longe das lides
espíritas, porque o Espiritismo não se vincula a
questões político-partidárias. Também está fora
do campo de ação do Espiritismo informar se quem
vota no candidato A é bom ou mau caráter, ou se
quem defende o partido B tem o nível moral
elevado. Aliás, são as ações e não a escolha do
candidato que dirão se alguém é ou não um
indivíduo moralizado.
São diretrizes de Kardec que nas reuniões
espíritas não se discuta política, economia e
religião. O objetivo do Espiritismo é outro, bem
outro, e é muito mais abrangente do que saber em
quem ou qual partido nós votamos ou apoiamos.
O que vemos hoje, porém, é um cenário bem
diferente do que pediu Kardec. Em face da
polarização e do grande interesse do
brasileiro/espírita por política, há um
movimento que engloba gente de todas as
preferências políticas e partidárias a recortar
frases de Kardec e dos Espíritos e adequar
conforme as suas conveniências, de modo a
colocar o outro, ou seja, o adversário político
como alguém “malvadão”, ruim, uma espécie de
subgrupo da humanidade porque não “reza” em sua
cartilha.
Os adversários políticos são justamente aqueles
que devem ser combatidos pelo motivo de
“faltarem” com a caridade que, diga-se, é uma
das bandeiras defendidas por Kardec ao longo de
sua obra.
Quem assim age desconhece a postura serena de
Kardec a sinalizar que o campo espírita não é
palco para este tipo de jogo, até porque a
caridade anunciada por Kardec é muito mais
profunda do que a proposta de partido político
ou qualquer outro plano de governo.
Há muito a fazer no campo espírita, muito a
trabalhar, a divulgar, a levar adiante a
doutrina tal como foi concebida por Kardec e os
Espíritos. Enquanto gastamos fôlego, tinta,
tempo e energia tentando provar quem dos
políticos fez mais ou menos, uma infinidade de
pessoas atenta contra a própria vida, sedentas
que estavam do genuíno conhecimento espírita que
poderia dar-lhes uma melhor qualidade de vida,
poupando-lhes o triste ato.
Paro por aqui nos exemplos, pois vão aos
milhares...
Por essas e outras é que peço: - Militantes
político-partidários, deixem o Espiritismo em
paz!