Caridade simples
Quando o mal te visite o caminho, golpeando-te o coração
ou assoprando-te à alma sugestões infelizes, lembra-te
daquela caridade simples ao alcance de todos.
À maneira de um anjo mudo, não somente cicatriza as
chagas abertas em nossos melhores sonhos pelas farpas da
realidade, mas consegue também refazer-nos a esperança e
devolver-nos a alegria.
Não apenas apaga o incêndio da rebeldia começante, como
igualmente improvisa recursos para que a tranquilidade
retorne ao governo das consciências.
Não só atende à ventura e à beleza do lar em que
estagias no mundo, como também te assegura harmonia e
consolo permanentes, ainda mesmo quando tragas os
próprios pés enrodilhados no espinheiro das provações.
Dela depende o nosso triunfo nas lides a que nos
empenhamos, na reconstrução do futuro melhor.
Nela jazem consubstanciadas a segurança dos pais e a
bênção dos filhos.
Através dela perpetua-se a amizade, cresce a paz em
torno de nossos dias, ergue-se nos a prece nobre e viva,
purificam-se nos os sentimentos, eleva-se-nos o padrão
de serviço e estabiliza-se ao redor de nossa experiência
com a respeitabilidade de que não podemos prescindir na
execução de nossas mínimas tarefas.
Por ela, toda a nossa vida, a cada minuto, se faz mais
digna e preciosa.
Cultivemo-la, sem repouso, com o devotamento e a
confiança de quem encontrou um guia imperturbável,
porque essa caridade ao alcance de todas as criaturas é
"a caridade do perdão", a única força capaz de
encaminhar-nos à vitória do Bem.
Do livro Tocando o Barco, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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