Lição de sabedoria
Duas coisas são importantes na vida: Fazer o bem
e trazer retidão ao comportamento. As teorias
conhecidas nesse sentido podem ser respeitáveis,
mas, se não tivermos o cuidado e a intenção de
promover as transformações de ordem moral, elas
não vão, por si só, mudar o nosso íntimo, se não
impusermos a boa vontade. Para dar o primeiro
passo é preciso que nos levantemos para isso.
O médium Chico Xavier nos traz a mensagem 'Lição
de sabedoria', recebida de André Luiz, através
da psicografia, que destaca de uma maneira bem
especial e interessante a simbologia dos fatos
que acontecerão com cada um no momento
inevitável da prestação de contas.
'Lição de sabedoria':
"Diante das perturbações e das lágrimas que nos
visitam cada noite o santuário de socorro
espiritual, lembraremos velho apólogo, dezenas
de vezes repetido na crônica de vários países do
mundo e que, por pertencer à alma do povo, é
também uma pérola da Filosofia a enriquecer-nos
os corações.
Certo cavalheiro que possuía três amigos foi
convocado a comparecer ao fórum, de modo a
oferecer solução imediata aos problemas e
enigmas que lhe manchavam a vida, porquanto já
se achava na iminência de terrível condenação.
Em meio das dificuldades de que se via objeto,
procurou os seus três benfeitores,
suplicando-lhes proteção e conselho.
Arrogante, replicou-lhe o primeiro:
– Mais não posso fazer por ti que obter-te uma
roupa nova para que compareças dignamente diante
do juiz.
Muito preocupado, disse-lhe o segundo:
– Não obstante devotar-te a mais profunda estima,
posso apenas fortalecer-te e acompanhar-te ate à
porta do tribunal.
O terceiro, porém, afirmou-lhe humilde:
– Irei contigo e falarei por ti.
E esse último, estendendo-lhe os braços, amparou-o
em todos os lances da luta e falou com tanta
segurança e com tanta eloquência em benefício
dele, diante da justiça, que o mísero suspeito
foi absolvido com a aprovação dos próprios
acusadores que lhe observavam o processo.
Neste símbolo, temos a nossa própria história à
frente da morte.
Todos nós, diante do sepulcro, somos chamados a
exame na Contabilidade Divina.
E todos recorremos àqueles que nos protegem.
O primeiro amigo, o doador de trajes novos, é o
dinheiro que nos garante as exéquias.
O segundo, aquele que nos acompanha até à porta
do tribunal, é o mundo representado na pessoa
dos nossos parentes ou na presença das nossas
afeições mais queridas, que compungidamente nos
seguem até à beira da sepultura.
O terceiro, contudo, é o bem que praticamos, a
transformar-se em gênio tutelar de nossos
destinos, e que, falando em nós e por nós,
diante da justiça, consegue angariar-nos mais
amplas oportunidades de serviço, quando não nos
conquista a plena liberação do Espírito para a
Vida Eterna.
Atendamos assim ao bem, onde estivermos, agora,
hoje, amanhã e sempre, na certeza de que o bem
que realizamos é a única luz do caminho infinito
e que jamais se apagará".