De: Jornal Mundo Maior (Santa Adélia, SP)
Terça-feira, 30 de outubro de 2018 às 23:16
Assunto: Armas infantis.
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Armas infantis.
É comum, na vida de alguns casais que, depois de certo tempo, o casamento entre em crise. Os esposos, que antes desfrutavam de prazer pelo simples fato de estarem juntos, começam a sentir desconforto um com a presença do outro e acabam optando pela separação.
É nesses momentos, em que a mágoa extravasa e a amargura se instala, que marido e mulher passam a utilizar os filhos como mísseis teleguiados, objetivando atingir o alvo em cheio.
São críticas acerbas feitas em presença dos pequenos e para eles, com o fim único de que as repitam para o outro cônjuge, quando com ele estiverem.
Ou, então, um dos cônjuges decide que, já que foi rompido o compromisso matrimonial, não há motivo algum para que o outro prossiga a visitar, a ver, a usufruir da companhia dos filhos.
Aquele que assim procede, esquece que as crianças não têm nada a ver com a problemática que envolve os pais.
Não são raros os casos em que o pai ou a mãe decide fugir com os pequenos, justamente para evitar a presença do companheiro que agora lhe é nociva.
Há os que buscam ocultá-los em casa de amigos, parentes, com a mesma finalidade. Em nenhum momento, pensam que os filhos amam o pai e a mãe, sem se importar com o que tenham feito ou deixado de fazer.
Mais do que isso, os filhos se ressentem do rompimento que, habitualmente, ocorre de repente, surpreendendo-os, na fragilidade de seus anos.
Grave igualmente é quando as crianças são utilizadas como motivos de chantagem, no intuito de tirar vantagens financeiras do outro ou conseguir algumas regalias a mais.
Qualquer que seja a situação, qualquer que seja o motivo, transformar os nossos filhos em armas para ferir não é moral e isso refletirá de forma negativa em suas vidas.
Os pequenos assim feridos e que se sentem como pontos de disputa, de chantagem ou de agressão, têm lesionados os centros do sentimento.
Irão se sentir feridos nas profundezas da alma, cujas cicatrizes só desaparecerão a custo de muitas lágrimas, com consequências desastrosas em seu campo afetivo.
Impedir que as crianças amenizem sua saudade com a presença do que se foi em busca de outros rumos para sua vida, por decisão unilateral ou de ambos, é atitude que denota egoísmo.
Como pais, responsáveis pelos Espíritos que Deus nos confiou, teremos que responder, perante as leis divinas, por essas ações que somente demonstram que não amadurecemos ainda, desde que estamos nos comportando como meninos a quem foi privado um capricho, um desejo e arquitetamos vingança.
Se as nossas atitudes impensadas de cônjuges magoados vierem a causar traumas nas almas dos nossos pequerruchos, isso será, hoje e amanhã, de nossa inteira responsabilidade.
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Nenhum ser dispõe de regalias para abusar impunemente de outro.
Se nos reconhecermos lesados afetivamente, no relacionamento conjugal e optarmos por rescindir o contrato de matrimônio, não renunciemos ao dever de amparar os nossos filhos.
E não esqueçamos de que só pelo esquecimento das faltas uns dos outros é que nos credenciaremos à perfeição. (Redação do Momento Espírita)
Editor do Jornal Mundo Maior |