Artigos

por José Reis Chaves

 
Com a medida com que medires serás medido; tal falta tal pena!


Jesus nos julgará com penas justas, jamais, pois, com penas sempiternas ou sem-fim. E, a respeito do significado da palavra grega e portuguesa palingenesia, de que muito já tratamos, ela significa reencarnação. E recomendamos aos comentaristas das matérias, no Portal de O TEMPO (clique aqui), que consultem os dicionários para se certificarem dessa verdade.

Palingenesia tem como sinônimos os termos retorno, renascimento e regresso, ou seja, o retorno ou regresso do Espírito à nova vida no corpo duma criança que nasce. Assim sempre foi interpretada por muitos sábios do mundo, inclusive por Schopenhauer. E, nessa oportunidade, com todo o respeito ao dogma polêmico da ressurreição da carne, queremos ressaltar que a ressurreição é do Espírito e não da carne. Então, não é ressurreição da carne, mas ressurreição do espírito na carne. “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual.” (1 Coríntios 15: 44.)

É lamentável a atitude dos teólogos tradutores da Bíblia, procurando sempre, ao longo dos séculos, adaptá-la aos dogmas que foram criados. Um exemplo disso é a adulteração do texto paulino de Tito 3: 5, onde a palavra palingenesia, que, como já dissemos, o seu significado é reencarnação, texto esse que foi truncado e no qual foi omitida essa apalavra que está nas traduções e cópias mais antigas, colocando-se no lugar dela o termo regeneração. Mas essa falsificação não consiste exclusivamente da troca da palavra palingenesia pelos tradutores, para que o sentido do texto ficasse totalmente oculto, pois fizeram um diferente. Por oportuno, lembramos aqui que hoje não são mais somente os padres e pastores que estudam a Bíblia, mas também leigos independentes.

E vamos ao citado texto paulino que estamos comentando: "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da palingenesia (reencarnação) e da renovação do Espírito Santo".

Isso aconteceu no passado ao sermos criados quando, portanto, ainda não havíamos realizado nem as más obras condenadoras nem as boas obras salvadoras. Mas, com o decorrer de nossas reencarnações, depois de nossa criação, aconteceu a nossa renovação pelo Espírito Santo ou nossa alma que habita em nós. “Acaso, não sabeis que sois santuário ‘de um’ e não ‘do’ Espírito Santo?” (1 Coríntios 6: 19). Mas isso foi adaptado à Terceira Pessoa Trinitária criada pelos teólogos dogmáticos alterando, pois, o seu significado verdadeiro. Observe-se, pois, que a nossa renovação e a consequente salvação (libertação) são feitas pelo nosso Espírito Santo. E ele é chamado de santo porque tudo que Deus cria é santo. E a nossa renovação ou regeneração desse nosso Espírito Santo ou alma é realizada pelas obras a serem feitas por nós, depois do momento de nossa criação. Compete, pois, a nós, fazermos a nossa parte durante as nossas existências terrenas. Por isso, somos sempiternos, temos inteligência, livre-arbítrio e temos também o código moral, a ser seguido por nós, isto é, o Evangelho de Deus Pai que nos foi trazido pelo seu Filho muito especial, o excelso Mestre Jesus. E é através desse código moral que Jesus nos trouxe, que Ele se tornou nosso Salvador, isto é, o Salvador do mundo!

Sim, pois, é através da vivência do Evangelho que vamos sendo salvos ou condenados temporariamente, de acordo com a lei de causa e efeito, ou seja, semeando livremente o que quisermos, mas sendo obrigados a colher temporariamente o que tivermos semeado. “Porque importa que todos nós compareçamos ao tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Coríntios 5: 10). Tal falta, tal pena! Como se vê, existe o juízo final, mas há também os juízos provisórios, após as reencarnações, durante as quais ocorre, lentamente, a nossa regeneração, o que é a busca de nossa perfeição semelhante à de Deus, mas não igual à infinita de Deus!


P.S.: Para quem quiser colaborar com a pesquisa e publicação de 740 Cartas encontradas de Kardec: clique aqui.

 
 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita