Os
implacáveis
misoneístas
de
sempre!
A
perseguição
é o
batismo
de toda
ideia
nova,
grande e
justa
“(...)
Perdoa-os
Pai,
porque
não
sabem o
que
fazem...” -
Jesus. (Lc.,
23:43)
É fato
comum e
notório
que toda
novidade,
no
âmbito
das
ideias
renovadoras
e das
invenções,
desperta
a
repulsa,
a
aversão
das
criaturas
de
mentes
engessadas
em seus
mundinhos
frágeis
e
estagnados.
Assim
aconteceu
perante
todos os
vanguardistas
que
tiveram
acerbas
lutas
contra o
apoucamento
intelectual
de seus
contemporâneos,
pois, em
todas as
épocas,
os
grandes
vexilários
das
alterações
do “status-quo” sofreram
a
incompreensão
e a
onipresente
inveja
das
pessoas
que
orbitavam
em torno
de seus
passos.
Sócrates
foi
obrigado
a beber
cicuta
porque
suas
ideias
eram
muito
revolucionárias
para o
entendimento
da época
de
ignorância
em que
vivia;
Franklin,
Pasteur,
Fulton
foram
criaturas
nobres
ridiculizadas
pelas
academias
científicas
de suas
épocas;
Cristo
foi
crucificado
por
maquinações
da
inveja
da casta
sacerdotal
e do
farisaísmo
hipócrita
que se
sentiram
diminuídos
ante a
Sua
inquestionável
grandeza.
A lista
é
grande...
E o
Espiritismo
também
experimentou
e ainda
experimenta
a acidez
de
críticos
misoneístas,
sempre
de
plantão
em todos
os
tempos...
Deolindo
Amorim
abordamagistralmente
a
atuação
maléfica
dessas
criaturas
que
apontam
seus
dardos
ferintes
para os
espíritas,
para
Kardec
em
especial,
e para a
Doutrina
Espírita,
ao falar
sobre o
Espiritismo
e o
problema
da
crítica.
Diz o
nobre
beletrista:
“desde o
começo,
e é fato
histórico,
os
princípios
espíritas
sempre
foram
criticados
aprioristicamente,
na
maioria
dos
casos...
Nenhuma
investida
crítica,
entretanto,
invalidou
qualquer
princípio
da
Doutrina.
No
começo,
exatamente
na
segunda
metade
do
século
XIX,
como
acontece
com
todas as
ideias
renovadoras,
pois a
Doutrina
havia
sido
lançada
com O Livro
dos
Espíritos, em
1857,
como
sabem
muito
bem os
espíritas,
as
críticas
vinham
de
pontos
diversos.
Algumas
objeções,
pela
superficialidade
das
alegações,
apenas
denunciavam
um
fenômeno
psicológico
muito
frequente
em todos
os
tempos:
a
resistência
sistemática
a
qualquer
ideia
nova.
Criaram-se,
dessa
forma,
diversos
sistemas
de
negação,
cada
qual
tentando
explicar
o
fenômeno
da ‘comunicação
do
além-túmulo’ a
seu
modo. O
fato em
si não
era
novo,
pois
sempre
houve
comunicação
mediúnica,
desde
que ‘o
mundo é
mundo’, como
se diz
em
linguagem
popular.
Mas a
interpretação
espírita
era
realmente
uma
ideia
nova, em
contraposição
a certas
ideias
religiosas
ou ainda
em
desacordo
com
algumas
opiniões,
aceitas
pelo
consenso,
sem
exame e
sem
crítica.
O chavão
do
charlatanismo,
a que
recorreram
alguns
adversários
iniciais
do
Espiritismo,
não tem
argumento.
Os
fenômenos
da
mediunidade
seriam ‘explicados’ apenas
pela
esperteza
ou
astúcia
de uns
tantos
indivíduos...
Invocou-se
a
loucura
ou
alucinação
como
causa de
certos
estados
especiais,
atribuídos
à
intervenção
de
Espíritos.
Outras
hipóteses,
igualmente
destituídas
de
consistência,
poderiam
ser
alinhadas
aqui, a
título
de
informação
histórica.
Mas não
é
necessário.
A
impugnação
mais
veemente,
no
entanto,
e já
seria de
esperar,
registrou-se
na área
religiosa,
exatamente
porque a
Igreja
apresentou
logo a
hipótese
satânica,
hoje
completamente
obsoleta:
tudo
era ‘arte
diabólica’. Os
Espíritos
comunicantes
seriam ‘demônios’ e,
por isso
mesmo,
os
médiuns
deveriam
ser
colocados
a grande
distância,
como
criaturas
perigosas,
por
serem
dominados
por ‘forças
diabólicas’...
(...)
Tendo
surgido
no
ambiente
francês
do
século
XIX, a
Doutrina
Espírita
teria de
defrontar-se
-
inevitavelmente
- com as
ideias
em
choque:
tradicionalismo,
positivismo,
ecletismo,
evolucionismo
etc. As
objeções
filosóficas,
inspiradas
na
repulsa
à
metafísica,
têm
algum
peso no
processo
crítico,
evidentemente.
Muitos
críticos
viam no
Espiritismo,
claro
que por
equívoco,
uma
espécie
de "metafísica
religiosa", uma
doutrina
que
vinha
restaurar
a crença
no
sobrenatural.
Na
realidade,
porém, o
Espiritismo
nada tem
de sobrenatural, pois
afirma
justamente
o
contrário:
os fatos
chamados
milagrosos
ou
sobrenaturais
estão
subordinados
a leis
naturais;
o mundo
espiritual,
por sua
vez,
nada tem
de
imaginário
ou
fantasioso,
pois é
um mundo
tão real
como o
nosso.
É o
intercâmbio
espiritual
que
no-lo
demonstra.
São dois
planos
da vida,
sem
solução
de
continuidade,
segundo
o ensino
espírita”.
Não sem
motivos,
Allan
Kardec
afirma:
“(...) a
perseguição
é o
batismo
de toda
ideia
nova,
grande e
justa, e
cresce
com a
magnitude
e a
importância
da
ideia. O
furor e
o
desabrimento
dos seus
inimigos
são
proporcionais
ao temor
que ela
lhes
inspira.
Tal a
razão
por que
o
Cristianismo
foi
perseguido
outrora
e pelo
qual o
Espiritismo
o é
hoje,
com a
diferença,
todavia,
de que
aquele o
foi
pelos
pagãos,
enquanto
o
segundo
o é por
cristãos.
Passou o
tempo
das
perseguições
sangrentas,
é exato;
contudo,
se já
não
matam o
corpo,
torturam
a alma,
atacam-na
até nos
seus
mais
íntimos
sentimentos,
nas suas
mais
caras
afeições.
Lança-se
a
desunião
nas
famílias,
excita-se
a mãe
contra a
filha, a
mulher
contra o
marido;
investe-se
mesmo
contra o
corpo,
agravando-se-lhe
as
necessidades
materiais,
tirando-se-lhe
o
ganha-pão,
para
reduzir
pela
fome o
profitente”.
Não
percamos
o nosso
tempo e
tampouco
nos
inquietemos
com
todos
esses
infelizes
palradores
que
uivam
sem
resultados,
perdidos
que se
encontram
no
emaranhado
de suas
ideias
confusas,
sem
lógica,
sem
nexo...
Um
desses
críticos
furibundos
teve a
petulância
de
perguntar
a Kardec
qual o
milagre
que o
Espiritismo
apresenta
para
estadear-se
como uma
nova
religião;
outros,
em seus
ataques,
vociferam: “onde
estão os
mártires
do
Espiritismo
que
deram
seu
sangue e
sua vida
como os
cristãos
o
fizeram
pelo
Cristianismo
nas
arenas
do circo
de
Roma?!”. Deixemos
a
resposta
para
esses,
por
conta de
Santo
Agostinho:
“pedistes
mártires!
Os
mártires
do
Espiritismo
já
existem:
entrai
no
interior
das
casas e
os
vereis.
Perguntais
dos
perseguidos:
abri,
pois, o
coração
desses
fervorosos
adeptos
da ideia
nova,
que têm
que
lutar
com os
preconceitos,
com o
mundo,
frequentemente
mesmo
com a
família!
Como
seus
corações
sangram
e se
prejudicam
quando
seus
braços
se
estendem
para
abraçar
um pai,
uma mãe,
um irmão
ou uma
esposa,
e que
não
recebe
por
preço de
suas
carícias
e de seu
transporte
senão
sarcasmos,
sorrisos
de
desdém
ou de
desprezo.
Os
mártires
do
Espiritismo
são
aqueles
que
ouvem, a
cada um
de seus
passos,
estas
palavras
insultantes: louco,
insensato,
visionário!... e
terão
muito
tempo
para
sofrer
estas
afrontas
da
incredulidade,
e outros
sofrimentos
mais
amargos
ainda;
mas a
recompensa
será
bela
para
eles,
porque
se o
Cristo
fez
preparar
para os
mártires
do
Cristianismo
um lugar
soberbo,
o que
prepara
para os
mártires
do
Espiritismo
é mais
brilhante
ainda.
Mártires
do
Cristianismo
em sua
infância
caminham
para o
suplício,
fiéis e
resignados,
porque
não
contavam
sofrer
senão os
dias, as
horas ou
o
segundo
do
martírio,
aspirando
depois à
morte
como a
única
barreira
a vencer
para
viver a
vida
celeste.
Mártires
do
Espiritismo
não
devem
nem
procurar,
nem
desejar
a morte;
devem
sofrer
tanto
tempo
quanto
praza a
Deus
deixá-los
sobre a
Terra, e
não
ousarem
se
crerem
dignos
dos
puros
gozos
celestes
logo
deixando
a vida.
Pedem e
esperam,
murmuram
muito
baixo
palavras
de paz,
de amor
e de
perdão
por
aqueles
que os
torturam,
esperando
novas
encarnações
em que
possam
resgatar
as suas
faltas
passadas.
O
Espiritismo
se
elevará
como um
templo
soberbo;
os
degraus,
de
início,
serão
rudes de
subir;
mas,
transpostos
os
primeiros
degraus,
os bons
Espíritos
ajudarão
a
transpor
os
outros,
até o
lugar
unido e
direito
que
conduz a
Deus.
Ide,
ide,
filhos,
pregar o
Espiritismo!
Pedem
mártires:
Vós sois
os
primeiros
que o
Senhor
marcou,
porque
sois
mostrados
a dedo,
e fostes
tratados
de
loucos e
insensatos
por
causa da
verdade!
Mas eu
vo-lo
digo: a
hora da
luz virá
logo e,
então,
não
haverá
mais nem
perseguidores
nem
perseguidos,
sereis
todos
irmãos e
o mesmo
banquete
reunirá
o
opressor
e o
oprimido!”
Joanna de
Ângelis
aduz:
“(...)
Jesus,
que era
irretocável,
não
passou
isento
desses
maldosos
adversários
do
progresso,
que O
seguiam
empós,
vigiando-O,
a fim de
utilizarem-se
das Suas
palavras,
as quais
distorciam,
colocando-as
contra
Ele.
Apesar
disso,
não Lhe
diminuíram
o ardor,
não O
atemorizaram,
não
conseguiram
impedi-lO
de
realizar
o
ministério
libertador”.
Em
sublime
peroração,
Kardec
deixa um
recado
para os
Espíritas:
“espíritas,
não vos
aflijais
com os
golpes
que vos
desfiram,
pois
eles
provam
que
estais
com a
verdade.
Se assim
não
fosse,
deixar-vos-iam
tranquilos
e não
vos
procurariam
ferir.
Constitui
uma
prova
para a
vossa
fé,
porquanto
é pela
vossa
coragem,
pela
vossa
resignação
e pela
vossa
paciência
que Deus
vos
reconhecerá
entre os
Seus
servidores
fiéis, a
cuja
contagem
Ele hoje
procede,
para dar
a cada
um a
parte
que lhe
toca,
segundo
suas
obras. A
perseguição
pouco
durará...
Aguardai
com
paciência
o romper
da
aurora,
pois que
já
rutila
no
horizonte
a
estrela
d'alva”.
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