Divaldo Franco: “A tecnologia evoluiu,
mas não nos trouxe a paz íntima”
O orador esteve no
mês passado em Paris, a convite do Grupo de Estudos
Espíritas Joanna de Ângelis
O evento se deu no dia 17 de outubro, em uma sala lotada
no Marriott Rive Gauche Hotel em Paris, quando o público
francês teve a satisfação de acolher novamente os
oradores Divaldo Pereira Franco e Juan Danilo Rodriguez.
Depois de uma longa sessão de autógrafos, Armandine Dias
abriu o evento com a exibição de um filme sobre a Mansão
do Caminho e, na sequência, a apresentação de Juan
Danilo Rodriguez, a quem, em seguida, deu a palavra.
Em sua fala, Juan Danilo apresentou o trabalho realizado
pela Mansão do Caminho, de Salvador (BA), que tem como
objetivo ensinar e servir, e citou três novos projetos
lançados recentemente:
1) TV Mansão do Caminho, especialmente contendo as
conferências proferidas por Divaldo Pereira Franco;
2) A abertura de uma escola secundária para os jovens,
o último passo antes da Universidade;
3) A abertura de uma sala especial para crianças com
autismo ou outros distúrbios comportamentais.
Juan, em seguida, aprofundou o último projeto de que ele
trata particularmente. Ele falou sobre o autismo, que
impõe ao indivíduo dificuldade em expressar sentimentos
e cujos principais sintomas são: dificuldade de
comunicação social, a reciprocidade, dificuldades de
linguagem, mutismo seletivo.
Segundo ele, as estatísticas mostram que o número de
casos diagnosticados está aumentando continuamente: em
2000, 1 em 80 pessoas era autista, em 2008, 1 em 70
pessoas, e hoje 1 em 50.
Ele apresentou então um registro histórico dos estudos
de autismo desde a 2ª Guerra Mundial e mostrou a
diferença que existe entre autismo e esquizofrenia.
Depois de várias considerações sobre o tema, Juan
terminou citando as questões 367 a 370 d´O Livro dos
Espíritos, sobre a influência do organismo sobre o
espírito, que é provavelmente o caso de autismo,
incluindo a síndrome de Asperger. "Educar uma criança
com autismo é um desafio!” – afirmou o palestrante.
Na sequência, Armandine apresentou a biografia de
Divaldo Pereira Franco, passando-lhe em seguida a
palavra.
Divaldo convidou a todos para fazer uma viagem em busca
de nós mesmos, dentro de nós mesmos. Hoje, disse ele,
temos um monte de coisas externas, mas enfrentamos
muitas deficiências internas. “A tecnologia evoluiu, mas
não nos trouxe a paz íntima” – afirmou o orador. A
felicidade não é para aparecer em redes sociais ao ter
uma vida vazia, o que provoca depressão, transtorno do
pânico, suicídio... O ego nos leva a enganar, explorar
os sentimentos dos outros, a fim de dominar.
Allan Kardec definiu o Espiritismo como uma ciência, com
fundamentos filosóficos sólidos e consequências éticas e
morais que são a base de todas as religiões. Mas não tem
rituais, cultos, hierarquia sacerdotal. Sua base é o
amar ao próximo como a si mesmo.
Em sua exposição, Divaldo mencionou a pesquisa feita no
Canadá sobre o cérebro humano, com a participação do Dr.
Vilayanur Ramachandran, cujo resultado mostra a presença
de uma área de luz inexplicável que se amplifica quando
se diz o nome de Deus.
Ele falou então sobre o teste de QI inventado no início
do século XX pelo francês Alfred Binet e por Theodore
Simon, bem como sobre a inteligência emocional (EI),
cunhada por Daniel Goleman em 1995, na sequência da
verificação de que o critério QI, unicamente
considerado, não era suficiente.
Algum tempo depois, em 2000, Danah Zohar desenvolveu o
conceito de Inteligência Espiritual (IS), que não reside
apenas no cérebro, mas revela uma inteligência superior
que se materializa na área brilhante mencionada acima.
Um velho chinês usou a imagem de uma flor de lótus que
cresce na imagem da área luminosa. Os médiuns videntes
também confirmam que no processo da desencarnação o
último ponto de ligação do espírito com o corpo está no
chakra coronário.
Danah Zohar descobriu a filosofia espírita em Zurique em
uma reunião do Movimento Você e a Paz, e desde
então mostrou-se interessado.
Divaldo lembrou, em seguida, o enorme trabalho realizado
por Kardec para a codificação espírita, que envolveu a
participação de mais de 100 pessoas de várias partes do
mundo e idiomas diversos. Naquele tempo, as condições de
viagem eram muito diferentes e menos confortáveis do que
hoje.
Referindo-se à relação entre Ciência e Espiritismo,
Divaldo lembrou o que Kardec escreveu em sua derradeira
obra, A Gênese: “O
Espiritismo marcha ao lado do materialismo, no campo da
matéria; admite tudo o que o segundo admite; mas, avança
para além do ponto onde este último para. O Espiritismo
e o materialismo são como dois viajantes que caminham
juntos, partindo de um mesmo ponto; chegados a certa
distância, diz um: ‘Não posso ir mais longe’. O outro
prossegue e descobre um novo mundo.”
O Espiritismo, voltado para o futuro, trabalha para uma
sociedade melhor e nos fornece respostas às aflições
atuais.
Jesus nos enviou o Consolador, que é o Espiritismo nos
mostrar o caminho para a felicidade. Todo mundo tem
problemas, doenças etc. Por isso não desanimemos, mas
amemos, sem deixar espaço para o mal.
O Espiritismo traz-nos paz interior.
Divaldo concluiu dizendo que, apesar do progresso
tecnológico que o mundo experimenta, nós perdemos a paz:
“Deus é amor, e todo mundo quer a paz. Boa vontade para
criar o mundo de regeneração. Você tem que acreditar em
Deus, a inteligência suprema e causa primária de todas
as coisas”.