Como nos beneficiarmos das lições
recebidas
Na II Epístola de Paulo a Timóteo, cap. 2, versos a,
deparamos com a seguinte recomendação dirigida ao amigo
a quem chama filho amado: “Pondera o que acabo de dizer,
porque o Senhor dará compreensão em todas as coisas”.
Paulo, “o vaso escolhido”, na adjetivação que lhe foi
conferida por Jesus, foi o destemido defensor da Lei
Mosaica e primeiro perseguidor do Cristianismo nascente.
Foi ele quem determinou a perseguição dos cristãos e o
culpado pela morte de Estêvão, o primeiro mártir do
Cristianismo. Defensor fiel da Lei Mosaica, por tê-la na
conta de divina, não regateou dificuldades e sofrimentos
no combate ao Cristianismo por julgá-lo uma heresia que
carecia de ser extirpada da Terra.
Todavia, estava reservada a Paulo missão diferenciada da
que vinha seguindo. Quando se dirigia a Damasco, com a
tarefa de prender Ananias, com o fim de apresentá-lo ao
Sinédrio para ser julgado e condenado à morte por
apedrejamento, eis que Jesus, em esplêndida e fulgurante
aparição, cuja luminosidade ofuscou seus olhos, caindo
do animal que o transportava, sentiu-se cego e Jesus
pergunta-lhe: “Paulo, Paulo por que me persegues?” e ele
responde perguntando “quem sois?”, e Jesus afirma, “sou
Jesus a quem tu persegues”. Não encontrando palavras
para argumentar suas razões, inquire apenas: “o que
queres que eu faça?” e Jesus lhe informa que deveria
entrar em Damasco que ali seria orientado o que fazer.
Ananias, o homem que era procurado para ser preso por
ordens superiores e levado à prisão em Jerusalém, foi
orientado pelos Espíritos a dirigir-se até a pensão onde
Paulo se hospedava e, restituindo-lhe a visão, o orienta
o que fazer e, ele, humildemente, o obedece e, seguindo
para o deserto, encontra-se com um casal de cristãos que
o orienta sobre a mensagem de Jesus.
Empolgado com as lições da Boa Nova, torna-se o arauto
do Cristo, e destemido defensor do Cristianismo.
Por isso a sua recomendação ao amado “filho” Timóteo tem
significado especial e profundo para todos os aprendizes
das lições que o Espiritismo, o Consolador Prometido,
nos revela.
Ponderar,
o termo usado por Paulo em sua II Epístola a Timóteo,
segundo o “Aurélio”, tem o seguinte sentido: “examinar
com atenção e minúcia, apreciar maduramente, considerar,
medir, pesar, pensar muito, refletir, meditar”.
É essa a recomendação de Paulo a todos os estudiosos das
lições do Evangelho e do Espiritismo, para que possam
ser bem compreendidas e para serem melhor aproveitadas,
operando em nós as mudanças necessárias aos nossos
conceitos de vida, para o bom aproveitamento da presente
encarnação, na Terra.
Atender à recomendação de Paulo é a mais eficaz maneira
para conhecer e entender as lições trazidas por Jesus e
Kardec, retirando delas a letra que mata, para
aproveitar só o espírito que vivifica.
Esta preocupação é fundamental para todos os
interessados em melhor compreensão da mensagem sublime e
libertadora, ensinada e vivida por Jesus, o Mestre amado,
hoje relembrada e completada pelos Espíritos Superiores,
através da “Terceira Revelação”, o Espiritismo, doutrina
codificada pelo missionário Allan Kardec, o bom senso
encarnado, na feliz qualificação que lhe foi conferida
por Camille Flammarion, seu discípulo, no discurso
proferido no ato de seu sepultamento, em Paris, França.
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