A verdade de cada um
Caro leitor, gostaria de fazer-lhe uma pergunta: O que é
a verdade?
Para este questionamento teria a seguinte colocação: o
“Novo Dicionário Aurélio – Século XXI”, nos dá vários
significados para este vocábulo. Um deles é: “Coisa
verdadeira ou certa”. Mas, o que é realmente correto?
Cada indivíduo tem a sua própria verdade, e crê que esta,
segundo o seu intelecto e, também, com o seu conceito de
moralidade, detém a razão exclusiva dos fatos que o
rodeiam.
Pequenas coisas do nosso cotidiano, como, por exemplo, o
frio, a escuridão, o mal e a morte, se analisados por
diferentes pessoas, não terão o mesmo entendimento, além
de poder estar completamente fora daquilo que realmente
é. Vejamos:
Primeiramente o frio: segundo as leis da Física, o que
consideramos frio, na realidade, é a ausência de calor.
Todo corpo ou objeto pode ser estudado, quando tem ou
transmite energia, mas é pelo calor e não pelo frio que
isso ocorre.
Agora a escuridão: ela é somente a ausência de luz.
Podemos estudar a primeira, mas não a segunda.
Percebemos isto no prisma de Newton que decompõe a luz
branca em várias cores, com seus diferentes comprimentos
de onda. Uma tênue luminosidade rasga as trevas,
iluminando-a por onde passar. Então, a escuridão é um
termo criado para descrever o que acontece quando não há
luz presente.
Quanto ao mal, dizemos, com absoluta certeza, de que
este é simplesmente a ausência de Deus. É, como dissemos
anteriormente, um termo que foi inventado para se
designar a carência da Divindade. O Nosso Pai Maior não
criou o mal, que se manifesta em função do fato de
alguns homens não possuírem a Lei Divina guardada em
seus corações. É semelhante ao frio que surge quando não
há calor ou, também, como a escuridão que acontece
quando não há luz.
Finalmente, examinemos a morte. Sabemos que, além do
corpo físico, temos um Espírito imortal.
A ciência demonstra-nos que aquilo que chamamos de morte
é somente a cessação do funcionamento de órgãos vitais,
necessários à manutenção da vida de nosso envoltório
corporal.
A Bíblia, em Jo, 6:63, mostra-nos que a nossa carne, a
qual é a vestimenta do Espírito, é sem valor, porquanto
é nele que devemos buscar a importância de nossa vida.
Vale dizer que o nosso envoltório corporal tem sim sua
validade, afinal de contas, aprendemos com o Espiritismo
cerca de 2000 anos depois da vinda do Divino Mestre,
quando a humanidade já estava preparada para o ensino
palingenésico, que o invólucro é preponderante para
resgatarmos os débitos passados. Na mesma obra
literária, o apóstolo João fala-nos claramente que Deus
é Espírito (Jo, 4:24). Eis aí o que nós podemos
considerar como sendo a nossa única semelhança para com
o Criador. Mas isso é um outro assunto.
Voltemos ao tema principal.
Também em Lc, 20:27-38, o Sublime Carpinteiro,
respondendo a alguns saduceus sobre a situação de uma
mulher que teria casado com sete irmãos, perguntam ao
Divino Rabi, de qual deles ela seria esposa quando
acontecesse a ressurreição dos corpos. Disse-lhes Ele de
forma clara que somente casam-se aqueles que ainda estão
vinculados a um corpo físico. Entretanto, os que já se
encontram no Plano Espiritual não se unem maritalmente,
por ser esta junção algo que acontece estritamente entre
seres jungidos à matéria. Outra coisa, se Deus é Deus de
vivos (Lc, 20:37-38), então todos os que morreram
fisicamente continuam, no outro lado da vida,
espiritualmente vivos. Foi o que Jesus quis dizer nessa
passagem citando Abraão, Isaac e Jacó, que já haviam
morrido, como sendo plenamente vivos. Fato que fica
categórico no versículo 38, onde ele afirma que o Nosso
Pai Maior considera como vivos todos os Espíritos,
independentemente de sua condição, se estão vivendo na
matéria ou não.
Jesus, em Jo, 14:6, diz que, dentre outras coisas, Ele
próprio é a verdade. Fala-nos também, em Jo, 8:32, que a
verdade ajudar-nos-á a libertar das imperfeições. Desta
forma, o Divino Mestre Nazareno dá-nos uma ideia para
ficarmos livres ao se referir à libertação espiritual do
indivíduo, através de um conhecimento irrepreensível.
Concluímos, conforme a narrativa deste texto, ser a
morte uma grande ilusão, apesar de também ela nos
aparentar uma realidade, como o frio, a escuridão e o
mal; assemelhando-se assim a uma miragem que engana um
viajante no deserto.
Ultimando este nosso estudo, afirmamos que a “verdade
absoluta” somente Deus a possui.