Desespero
Provocações e problemas, habitualmente, são testes de
resistência, necessários à evolução e aprimoramento da
própria vida.
A paciência é a escora íntima que auxilia a criatura a
atravessá-los com o proveito devido.
O desespero, entretanto, é a sobretaxa de sofrimento que
a pessoa impõe a si mesma, complicando todos os
processos de apoio que conduziriam à tranquilidade e ao
refazimento.
O desespero é comparável a certo tipo de alucinação,
estabelecendo as maiores dificuldades para aqueles que o
hospedam na própria alma.
Em conflitos domésticos, inspira as vítimas dela a
pronunciar frases inoportunas, muitas vezes separando os
entes amados, ao invés de uni-los.
Nos eventos sociais que demandam prudência e serenidade,
suscita a requisição de medidas que prejudicariam a vida
comunitária se fossem postas em prática no imediatismo
com que são exigidas.
Nas reivindicações justas, costuma antecipar declarações
e provocar acontecimentos que lhes caberiam atingir.
Nas moléstias do corpo físico, por vezes encoraja o
desrespeito pela dosagem dos medicamentos, no doente que
precisa da disciplina, em favor da própria cura.
Disse Jesus: “Bem-aventurados os aflitos porque serão
consolados,” mas urge reconhecer que os aflitos
inconformados, sempre acomodados com o desespero, acima
de tudo, são enfermos que se candidatam a socorro e
medicação.
Do livro Hoje, obra psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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